Delorges Caminha, dados biográficos

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Delorges Caminha, dados biográficos

Em 29/04/2011, por Heleno Alberto Damian e Marco Antônio Damian


DELORGES CAMINHA

Data de Nascimento: 06/10/1902

Local de Nascimento: Passo Fundo/RS

Falecido em: 19/04/1971

Local de Falecimento: Rio de Janeiro/RJ

Sendo filho de: Antonio Manoel Caminha e Raphaela Alves Caminha

Pai de: Possuía dois filhos adotivos


Delorges Alves Caminha nasceu em Passo Fundo a 06-10-1902, filho de Antonio Manoel Caminha e de Raphaela Alves Caminha. Seu pai possuía farmácia na Rua do Comércio (Av. Brasil, esquina com a Rua Cel. Chicuta, onde hoje se encontra a Ótica Rudi[1]. Delorges praticou teatro amador desde a adolescência. Há menção de ter participado do Grupo X de Comédias e Variedades.

Por volta de 1921 ou 1922 engajou-se numa companhia de teatro como auxiliar de cenógrafo. Praticamente fugiu de casa. Iniciou a carreira de ator na Companhia de Déa Selva e Darcy Cazarré. Em 1925 integrou a Companhia Nacional de Operetas, dos irmãos João e Vicente Celestino, que excursionou pelo Sul do Brasil durante um ano.

Em Passo Fundo a Companhia apresentou-se no Coliseu de 14 a 23-11-1925. Em 1930 já trabalhava na Companhia de Comédias Procópio Ferreira, onde atuou em peças memoráveis, como O Bobo do Rei (1931). No final dos anos 30 montou a sua própria companhia. Um dos maiores sucessos dessa fase foi Iaiá Boneca, de Ernani Fornari, representada pela primeira vez em 1938. A estréia no cinema ocorreu em 1936, na comédia musical Bonequinha de Seda, produzida pela Cinédia.

Formava o par romântico com a estupenda Gilda de Abreu. Considerado um marco do Cinema Nacional, o filme Bonequinha de Seda só foi superado em bilheteria dez anos mais tarde pelo drama O Ébrio. Apesar do sucesso da estréia, Delorges permaneceu fiel ao teatro. Retornou ao cinema somente em 1944, no musical carnavalesco Berlim na Batucada. Trabalhou ainda nos seguintes filmes: O Homem que Chutou a Consciência (1947), Mãe (1948), Toda a Vida em Quinze Minutos (1953), Sherlock de Araque (1957), Por um Céu de Liberdade (1961), Vagabundos no Society (1962), Crime no Sacopã (1963), Os Marginais, episódio Guilherme (1968) e O Homem que Comprou o Mundo (1968). Registrou participações nas telenovelas O Homem Proibido ou Demian, o Justiceiro (1967) e Irmãos Coragem (1970), ambas da Rede Globo.

Também foi diretor, crítico e autor de peças teatrais. Dirigiu a Escola de Arte Dramática do Estado da Guanabara e a Casa dos Artistas. Nunca perdeu o contato com a terra natal. No período de 25-07 a 1º-08-1944 apresentou-se com a sua companhia de comédias no Cine-Teatro Imperial. Na noite da despedida a direção do cinema inaugurou uma placa assim impressa: “A Delorges, glória do teatro passofundense, homenagem dos seus conterrâneos.” Patrono do Grupo Escola de Teatro Amador Delorges Caminha, fundado em 16-08-1944, colaborou com a doação de três gabinetes e uma coleção de peças artísticas. Publicou vários artigos na Imprensa local.

Faleceu no Rio de Janeiro, vítima de edema pulmonar, a 19-04-1971. Está sepultado no Cemitério São João Batista. Era casado com a atriz e diretora de teatro Henriette Morineau (1906-1990) e possuía dois filhos adotivos. Irmãos: Doutalia, Dinobert, João Baptista, Dotibio (adotivo), Dinorah, Antonio Manoel, Dylia (cantora lírica, cognominada Rouxinol da Serra), Dalila, Anna Aurora e Maria[2].


Fonte bibliográfica: Damian, Heleno Alberto e Marco Antonio. Páginas da Belle Époque Passo-fundense, Passo Fundo: Ed. Passografic, 2008.

Referências

  1. Informação prestada pelo Sr. Antonio Ferreira da Silva, o Seu Camacho, já falecido.
  2. Os dados pessoais da família Caminha foram em sua maioria fornecidos pela Sra. Maria Aparecida Caminha Moura, filha de Dylia e José dos Santos Moura, (irmão do poeta Tenebro dos Santos Moura).