Copa Rio Grande do Sul Porto Alegre Passo Fundo
Copa Rio Grande do Sul Porto Alegre Passo Fundo
Em 26/09/1948, por Marco Antônio Damian
COPA RIO GRANDE DO SUL
Prova Copa Rio Grande do Sul de Automobilismo Porto Alegre/Passo Fundo/Porto Alegre
Ás 7,10 horas em ponto do dia 26 de setembro de 1948 foi dado o início da Copa Rio Grande do Sul de automobilismo. Empunhando a bandeira quadriculada o Governador Valter Jobim deu a partida do primeiro carro, o Ford Coupé nº 2 do piloto José Rímoli. Rímoli partiu velozmente desaparecendo na primeira curva da Farrapos, avenida onde ficou situado o ponto de saída e chegada da prova.
Ainda se ouvia o ronco do motor do carro de Rímoli, quando José Figueiras, diretor da prova, deu a largada ao carro seguinte, o Chevrolet Sedan nº 4, pilotado por Aristides Bertuol.
Na ordem de largada e sob intensa emoção e vibração do grande público, foram deixando o ponto de partida rumo ao final da primeira etapa, Passo Fundo, todos os outros pilotos:
Barata Ford nº 6 de Diogo Ellwanger
Barata Ford nº 8 de Tito Epaminondas Arruda
Ford nº 10 de Ernesto Ranzolini
Ford nº 12 de Ulisses Botaro
Ford Coupé nº 14 de Alcídio Schroeder
Ford Sedan nº 16 de Dirceu Oliveira
Ford nº 18 de Adalberto Moraes
Mercury nº 20 de Oscar Antonio da Silva
Studbacker nº 22 de Felipe Mollé
Ford Sedan nº 24 de Nestor Mário Koch
Ford Conversível nº 26 de Carlos Max Menzel
Cadilac nº 28 de Germano João Rigotto
Ford Coupé nº 30, de Antonio Fonini Filho
Ford nº 32 de Júlio Andreatta
Ford nº 34 de José Madrid
Ford nº 36 de Vicente Golin
Ford nº 38 de Catarino Andreatta
Ford nº 40 de José Carlos Ferreira Bastos
Ford nº 42 de Dorvalino Colla
Ford nº 44 de João Vieira de Sá
Ford nº 46 de Augusto Ferreira Neto
Ford nº 48 de Oscar Bay
Jaguar nº50 de Erwino Francke
Ford nº 52 de Raulino Miranda
Mercury nº 54 de Nicola Corvino
Chevrolet Sedan nº 56 de Argemiro Adolfo Pretto
Já de saída alguns pilotos tiveram que abandonar a prova por problemas mecânicos. O carro nº 30 de Antonio Fonini Filho abandonou a prova no final da Avenida Farrapos, em razão de trágico e lamentável acidente, que ocasionou a morte de quatro pessoas e ferimentos em mais de quarenta.
Dirceu Oliveira, Júlio Andreatta e Diogo Ellwanger, todos credenciados a vencerem a prova tiveram que abandoná-la ainda em Esteio, em conseqüência de problemas com suas máquinas. O Jaguar nº 50 de Erwino Francke, também deixou a corrida.
Assim, 23 volantes continuavam na prova. A luta pela liderança empolgava o Rio Grande inteiro, que acompanhava a transmissão radiofônica da Rádio Farroupilha.
Dez quilômetros antes de Caxias do Sul o carro nº 8 do piloto Tito Epaminondas Arruda, que corria com uma flâmula do Sport Club Internacional teve sua máquina danificada e sem possibilidades de prosseguir na competição.
Nas primeiras posições os carros iam-se alternando e deixando para trás as cidades, que com imenso público acompanhava a prova. Entre as cidades de Vacaria e Lagoa Vermelha, José Rímoli e sua possante máquina que tinha um excelente desempenho desde a saída na Avenida Farrapos, ao dar passagem a outro carro caiu numa valeta. Rímoli perdeu muito tempo para retirar seu carro da situação que estava e quando conseguiu verificou que ela estava muito avariada. Mesmo assim segui à Passo Fundo em marcha reduzida, praticamente desistindo.
Poucos quilômetros adiante do acidente com Rimoli, o carro nº 18, dirigido por Adalberto Moraes, sofreu uma avaria irremediável em seu carro, desistindo da disputa.
Representante de São Luiz Gonzaga, o carro nº 26 de Carlos Max Menzel, vinha com boa performance, não só pela excelência de sua máquina, bem como por sua técnica e perícia. Entretando, um cavalo atravessou a pista e para não bater de frente com o animal, Menzel desviou e também caiu numa valeta, perdendo precioso tempo para recuperação do carro, que chegou a Passo Fundo fora do tempo de classificação.
Faltando 50 km. Para chegar em Passo Fundo o catarinense João Vieira de Sá foi obrigado a parar por problemas mecânicos em seu carro.
Exatamente às 11 horas, 39 minutos, 45 segundos e 2/5 chegou a Passo Fundo o carro nº 10 pilotado por Ernesto Ranzolini. O segundo carro foi o de Alcidio Schroeder, às 11 horas, 54 minutos e 27 segundos, intensamente ovacionado por uma verdadeira multidão de conterrâneos. Em seguida chegou Catarino Andreatta, às 12 horas, 5 minutos e 41 segundos 1/5, apesar de alguns desarranjos em sua máquina.
A chegada em Passo Fundo seguiu a seguinte ordem: Oscar Antonio da Silva, 12 horas, 16 minutos, 8 segundos e 4/5; Nestor Mário Koch, 12 horas, 26 minutos e 13 segundos; José Carlos Ferreira Bastos, 12 horas, 39 minutos e 50 segundos; Argemiro Adolfo Pretto, 12 horas, 38 minutos e 13 segundos; o paulista Nicola Corvino, 12 horas, 38 minutos, 13 segundos e 4/5; Raulino Miranda, catarinense, 13 horas, 3 minutos e 57 segundos e Germano João Rigotto, 13 horas, 18 minutos e 4 segundos.
Portanto apenas 10 pilotos chegaram a Passo Fundo a tempo de classificação. Os demais, pelos motivos antes relatados e os pilotos Ulisses Botaro; Felipe Mollé; José Madrid; Vicente Golin; Dorvalino Colla; Augusto Ferreira Neto e Oscar Bay, não lograram classificação para a segunda etapa.
Após cumprir o regulamento que dava aos concorrentes meia hora de descanso e revisão dos carros, partiu precisamente às 12 horas, 9 minutos, 45 segundos e 2/5, pela nova rota rumo a Porto Alegre o piloto Ernesto Ranzolini. Alguns minutos depois deixou sua cidade Alcídio Schroeder. O terceiro a largar foi Catarino Adreatta, porém, sua baratinha nº 38, estava bastante avariada e antes de chegar a Marau, o veterano piloto desistiu da prova, retornando a Passo Fundo.
Com a saída de todos os carros travou-se uma luta eletrizante. Ao chegarem a Marau a ordem de colocação era a seguinte: Ernesto Ranzolini; Schroeder; Oscar Antonio da Silva; Nestor Mário Kooch; Argemiro Pretto; José Ferreira Bastos; Nicola Corvina; Raulino Miranda e Germano João Rigotto.
Após passar seis quilômetros de Bento Gonçalves, o piloto Nestor Mário Koch, deixou a corrida por problemas em seu carro.
No Passo do Rio das Antas, onde os concorrentes tiveram que atravessar a barca, com o tempo descontado, houve modificações na ordem de colocação. O passo-fundense Schroeder passou para a primeira posição, com Ranzolini logo atrás. Os demais pilotos: Argemiro Pretto; Oscar Antonio da Silva; José Carlos Ferreira Bastos; Corvina; Raulino Miranda e Germano João Rigotto.
Os volantes Germano João Rigotto, Raulino Miranda e Argemiro Pretto, sofreram percalços na etapa Passo dos Rio das Antas/Porto Alegre e não prosseguiram.
Em Porto Alegre uma multidão estava postada na Avenida Farrapos para a chegada dos competidores. Às 16 horas, 50 minutos e 51 segundos, o ronco do motor anunciava a chegada do primeiro concorrente.
O Governador Valter Jobim tendo em mãos a bandeira quadriculada se postou junto a linha de chegada. Ao mesmo tempo, estrugiram aclamações e palmas para o carro nº 14 pilotado por Alcídio Schroeder, tendo como acompanhante Carlos E. Rochester. Ao passar a linha de chagada Schroeder saltou de seu carro e jogou-se aos braços do povo.
Os minutos que se seguirem pareciam intermináveis, mais eis que chega o carro nº 10, do representante de Vacaria, Ernesto Ranzolini e seu acompanhante Hélio Maltz. Em terceiro lugar chegou a Mercury nº 20 do volante porto-alegrense Oscar Antonio da Silva e seu acompanhante Guilherme Hass. Na quarta posição, cruzou a linha de chegada na Avenida São Pedro com Farrapos, outro representante do interior. O vacariense José Carlos Ferreira batos, acompanhado de Ivo Dienstmann. Em quinto e último lugar, o paulista Nicola Corvino, com o Mercury Club Coupé nº 54.