Clubes de futebol, dados históricos
Clubes de futebol, dados históricos
Em 07/08/2007, por Marco Antônio Damian
Clubes de futebol
Marco Antonio Damian
O futebol já era uma realidade no Estado em 1913. Praticamente todos os municípios gaúchos tinham clubes organizados e alguns até mesmo campeonatos constituídos. Em 1915, em Passo Fundo, foi criado o Sport Club União. Jogava partidas entre seus próprios associados e contra clubes de Cruz Alta, onde o futebol estava mais desenvolvido. O União, anos depois, realizou fusão com o Clube Comercial (Clube União Comercial). O futebol foi deixado de lado e, após desfeita a fusão, o clube desapareceu.
Em 1918, o futebol voltou a ser lembrado; no Bairro Boqueirão nasceu, em 12 de maio, o Sport Club Gaúcho. Seu rival foi o Grêmio Esportivo, clube de camisas brancas, que, ainda incipiente, foi agregado ao 14 de Julho. Gaúcho x Grêmio Esportivo realizaram vários jogos até 1921, quando o último desapareceu.
Dionísio Lângaro, Herculano Annes e Telêmaco Pires convidaram amigos e pessoas ligadas ao Grêmio Esportivo para criarem um clube de futebol que combatesse o Gaúcho.
Em 26 de junho de 1921, nasceu o Grêmio Esportivo 14 de Julho. A maioria de seus dirigentes pertenciam à colônia italiana da cidade. Teve seus estádios nos seguintes locais: frente ao Quartel do Exército, depois onde hoje está a Corsan, na Vila Cruzeiro. Em 1949, inaugurou seu majestoso Estádio Celso da Cunha Fiori, no antigo Passo, onde, atualmente, situa-se a estação rodoviária e finalmente no bairro São Cristóvão, o Estádio Vermelhão da Serra. Seu título mais importante foi o de campeão estadual da segunda divisão, em 1968, tendo seu time base a seguinte formação: Cavalheiro, Osvaldo, Amâncio, Tomé e Noé (Vacaria); Zé Carlos (Gitinha) e Santarém (Pedruca); Tuta, Mariotti, Abílio e Picão. Seguindo a linha de outras cidades onde funcionava a Viação Férrea do Rio Grande do Sul, tais como Cruz Alta, Santa Maria, Bagé e Rio Grande, os funcionários da empresa fundaram um clube de futebol, o Riograndense Foot Ball Club, que tinha as cores verde e vermelha, porém foi um clube coadjuvante, praticamente sem torcedores, exceto pessoas ligadas aos ferroviários.
Este durou de 08/08/1925 até 1968. Teve seus momentos de glória na primeira metade dos anos 40, em que conquistou o campeonato da cidade em quatro oportunidades e chegou a ser semifinalista do campeonato estadual, perdendo para o Internacional, em 1941. Contava com craques do quilate de Jamegão, Polaco, Marcondes, Adão, Toró, Come-Bola e os irmãos Sabino e Isabelino. Ligado à Brigada Militar, surgiu em 08/06/1931 o Sport Club Cruzeiro. Disputou numa época em que o futebol estava em baixa, com a inatividade de Gaúcho e 14 de Julho. Teve em seu elenco bons jogadores e conquistou duas vezes o campeonato da cidade.
Foi extinto em 23/08/1938, por determinação do alto comando da Brigada Militar, pois seus estatutos assim determinavam. Numa dissidência do Gaúcho, surgiu o Independente Grêmio Atlético de Amadores, no dia 21/10/1941, quando se reuniram pessoas da alta camada da sociedade passofundense, no então requintado Hotel Avenida. O clube foi campeão citadino, pela primeira vez, em 1946, contando com jogadores como Josino Marques, Barão, Bino, Avas Lima, Vadila Marques, Nino Di Primio, Flávio e Noio Annes e o goleiro Caio Rostro, entre outros.
Como se pode ver, todos de tradicionais famílias passo-fundenses. Inaugurou seu belíssimo estádio da Tingaúna, em 1951, tendo como anfitrião o Grêmio Porto-Alegrense, que pela primeira vez pisava em nosso solo. O Independente disputou o campeonato estadual de amadores durante várias décadas e hoje ainda se mantém vivo participando de competições municipais, como a maior atração, pela sua tradição e pelo seu estádio.
Em novembro de 1949, o Internacional de Porto Alegre com seu famoso rolo compressor veio a Passo Fundo e arrasou Gaúcho e 14 de Julho, com goleadas históricas. Boa parte dos jogadores eram estudantes, especialmente do Instituto Educacional. Envergonhados com as derrotas, deixaram seus clubes de origem e na residência de José Ecil dos Santos Borges deram vida ao Esporte Clube Atlético, com as cores azul e branco, as mesmas do IE. Disputou o campeonato da cidade em 1950, chegando ao vice-campeonato. Em 1951 chegou ao título e em 1952, abandonou a competição antes do seu término e desapareceu.
O time campeão de 1951 tinha como base: Flávio Araújo, Avas Lima e Edson; Vete, Zizi Annes e Centenário do Amaral; Jorge Berthier, Eblen Kalil, Nery Simão, Silveira e Caíco Marques. Em 1986 surgiu a idéia de realizar a fusão dos dois maiores clubes. Sob os auspícios do poder público municipal e entidades empresariais deram vida ao Esporte Clube Passo Fundo. No dia 10 de janeiro daquele ano foi efetivada a fusão, que não logrou êxito. O Gaúcho, em novembro do mesmo ano, deixou a nova agremiação. Como os resultados de campo eram expressivos, inclusive com a conquista do título da segunda divisão, não restou alternativa ao Esporte Clube Passo Fundo, a não ser incorporar o 14 de Julho e seu patrimônio.