Celso da Cunha Fiori, dados biográficos II

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Celso da Cunha Fiori, dados biográficos II

Em 30/04/2009, por Marco Antônio Damian


DR.CELSO DA CUNHA FIORI

Em 1926 estreou no 14 de Julho um centroavante que havia atuado no Esportivo de Bento Gonçalves e que viria a ser o maior nome entre todos os beneméritos que o clube teve em sua história. Formado pela Faculdade de Direito de Porto Alegre, especializado em Direito Penal, pelo seu saber jurídico e atuações no Tribunal do Juri, tornou-se um dos maiores criminalistas e tribunos de Passo Fundo e do Rio Grande do Sul.

Homem de temperamento forte, respeitado por todos e temido pelos desafetos, Celso Fiori era engajado nos meios sociais, políticos, culturais e esportivos de Passo Fundo. Foi o criador e primeiro presidente da Liga Passo-Fundense de Futebol. No 14 de Julho, notabilizou-se como dirigente de futebol.

Na década de 1930 nossos clubes, Gaúcho e 14 de Julho encerraram suas atividades, em razão da crise financeira e política que abalou o país e especialmente o Rio Grande do Sul. Anos mais tarde, numa mobilização entre torcedores e simpatizantes o Gaúcho conseguiu se reorganizar, convidando a todas as pessoas da sociedade a participarem da agremiação. O convite foi uma ofensa mortal ao Dr. Fiori. Pouco tempo depois, vendo que o “inimigo” se consolidava, reuniu forças e o 14 de Julho saiu da inércia, voltando com ânimos de guerreiro. Jamais Fiori se dobraria e torceria pelo Gaúcho.

Em 1947, o 14 perdeu a decisão do campeonato da cidade para o rival que tinha um jogador inscrito irregularmente. O clube protestou e o polêmico Dr. Fiori armou um escândalo ao seu melhor estilo. Levou o jogador do Gaúcho às barras dos tribunais, com julgamento no salão do Tribunal do Júri do Fórum. Com público de jogo o 14 de Julho ganhou a causa no tapetão e foi declarado campeão da cidade e mais tarde, no campo, campeão regional.

Antes, em 1946, o clube foi desalojado de seu estádio na Vila Cruzeiro, para construção da Cia. Hidráulica, antecessora da Corsan, que finalmente se instalava em Passo Fundo. Celso Fiori, na condição de presidente do 14 de Julho, mobilizou como nunca os torcedores quatorzeanos, especialmente os dotados de melhor condição financeira e começou a construir o novo estádio, em terreno adquirido de Ernesto Formigheri. Em novembro de 1949 foi inaugurado o majestoso estádio que levava o nome de Estádio Dr. Celso da Cunha Fiori ou simplesmente Estádio da Baixada. Foi o primeiro a ter alambrado em volta do gramado, o primeiro a possuir túnel de acesso dos jogadores ao campo e também o primeiro a ter cabines de rádio. O jogo inaugural foi contra o poderosíssimo Internacional e seu Rolo Compressor, com Tesourinha, Adãozinho, Carlitos, Nena e outros. O 14 de Julho, orgulhosamente estreou seu novo uniforme, cujas camisas, levavam número às costas, uma absoluta novidade.

Três anos mais tarde Celso Fiori, ainda na presidência do clube continuou inovando. Instalou moderno, para época, sistema de iluminação para jogos noturnos. Ainda em 1952 levou o 14 de Julho a aderir ao futebol profissional, também inédito na região.

Ao deixar a presidência foi nomeado, com justiça, a ser o primeiro e único Patrono do Grêmio Esportivo e Recreativo 14 de Julho, a quem continuou vinculado como torcedor e colaborador até seu falecimento.

Referências