Caixeiral Campestre Ténis Clube 1901-2001
Caixeiral Campestre Ténis Clube 1901-2001
Em 31/05/2001, por Paulo Domingos da Silva Monteiro
Caixeiral Campestre Ténis Clube 1901 – 2001 – Cem anos de História[1]
Paulo Monteiro
O Livro
História Nacional e História Geral representam a média das Histórias locais ou imediatas. Daí a impessoalidade, apenas aparente, das primeiras e a pessoalidade, mais aparente, das últimas.
Obra menor, para os teóricos, a História local é de importância fundamental para o desenvolvimento da História, como ciência – e ciência social -, humana cada vez mais limitada pela velocidade das transformações sociais.
"Feito por encomenda", como o próprio autor afirma, em sua modéstia, Caixeiral Campestre Tênis Clube– Cem Anos de História acaba transcendendo o próprio limite da associação que história. Ney Eduardo aponta caminhos para o entendimento de sua cidade natal durante os últimos cem anos(1901 – 2001). Produz uma obra que apresenta a própria evolução da linguagem jornalística, o jargão do jornal, na imprensa de Passo Fundo. As mudanças de hábitos e costumes também comparecem nas páginas deste livro, mostrando aspectos de psicologia social. As associações (leia-se clubes e outras entidades) são entes vivos, espelhando relações sociais que acompanham o desenvolvimento das sociedades em que inserem. E isto fica patente em Caixeiral Campestre Tênis Clube - Cem anos de História.
Uma leitura atenta do livro é a melhor comprovação de que sem a História Local, imediata, é impossível escrever a História de uma nação ou da própria Humanidade. E esta obra, em particular, pela formação do autor demonstra ser viável uma historiografia das pequenas sociedades e das associações menos amplas, que ultrapasse o cronicalismo tradicional dos historiadores imediatos.
Aos cem anos de existência o "mais antigo clube social de Passo Fundo" é também, pela mão do historiador Ney Eduardo Possapp dAvila, o primeiro a entrar para a História.
O Autor
Ney Eduardo Possapp DAvila nasceu em Passo Fundo no dia 25 de fevereiro de 1941. Após realizar o curso Primário, o Ginasial e parte do Técnico em Contabilidade em Passo Fundo, militando no movimento estudantil, transferiu-se para Porto Alegre, continuando sua militância. Ingressou no curso de economia da UFRGS (na época ainda semefe). Em 1965, por causa da ditadura militar, refugiou-se no exterior. Cursou planificação da Economia na Universidade da Amizade dos Povos, em Moscou, 1965 - 71. Residiu na Suécia, na França e em Portugal, exercendo variadas atividades, de servente de pedreiro a professor e tradutor. Viajou por diversos países da Europa, Asia e Africa. Retomou ao Brasil, em 1982, fixando-se em Passo Fundo.
Aqui, cursou História na UPF, 1985-88, e pós-graduação em História na UFSC, 1990-93, onde defendeu a dissertação de mestrado "O Historiador Passo-Fundense Antonino Xavier". Essa dissertação é o primeiro, e até o momento o único, trabalho acadêmico de análise da obra editada de Francisco Antonino Xavier e Oliveira.
Lecionou em ambas as universidades. Atualmente dedica-se à pesquisa da história local e regional de Passo Fundo. Em 1996 publicou o livro Passo Fundo - Terra de passagem. Uma História concisa da cidade e do município dos primórdios ao final do século XIX. Desde 1990 escreve artigos para diversos jornais e revistas. Tem apresentado seus trabalhos de pesquisa em congressos e seminários de História e proferido palestras e conferencias na área de sua especialidade. É membro da Academia Passo-Fundense de Letras e sócio correspondente do Instituto Histórico de Getúlio Vargas.
Referências
- ↑ Publicado no Jornal Diário da Manhã em Maio de 2001