As eleições para a primeira Câmara de Cruz Alta
As eleições para a primeira Câmara de Cruz Alta
Em 2004, por Cláudio Nunes Pereira
AS ELEIÇÕES PARA A PRIMEIRA CAMARA I.( M. DOMNGUES)
Por Moacyr Domingues. Antigas famílias Cruz-altenses.
A eleição dos vereadores que constituíram a primeira Câmara do novo município, foi realizada no dia 10 de abril de 1834, “no Corpo da Igreja da Freguesia do Divino Espirito Santo de Cruz Alta”, em cumprimento a determinação do Presidente da Provincia contida em oficio de 13 de janeiro do mesmo ano e a ordens da Câmara do Rio Pardo, segundo reza a Ata respectiva.
A Mesa foi presidida pelo Juiz de Paz Bernardino José Lopes, sendo aclamados Secretários Vidal José do Pilar e David dos Santos Pacheco, funcionando como escrutinadores o Capitão Antônio José do Amaral, e o Alferes Rodrigo Félix Martins, este morador nas proximidades da atual Carazinho.
Contaram-se 160 células e 1097 votos, sendo sufragados 50 cidadãos, com os seguintes resultados:
1º Vidal José do Pilar com 129 votos;
2º Capitão Joaquim Thomaz da Silva Prado, 127;
3º Major Atanagildo Pinto Martins, 123;
4º Antônio Novais Coutinho, 100;
5º Capitão Antônio José do Amaral, 98;
6º Fidélis Militão de Moura. 97;
7º Bernardino José Lopes, 50;
8º Padre Francisco Gonçalves Pacheco[1] , 48;
9º Antônio Rodrigues Pereira, 42;
10º Alferes Rodrigo Félix Martins, 33;
11º Policarpo José de Oliveira e Alferes Antônio José de Barros, 29;
13º João Guilherme Cathelan, 24;
14º Manuel Pires Monteiro[2] , 23;
15º Capitão Francisco das Chagas do Amaral Fontoura, 22;
16º Guarda-mór Francisco de Paula e Silva, 20;
17º Manuel José da Encarnação, 13;
18º Manuel Inácio da Cunha, 8;
19º Capitão Francisco Marques de Almeida, Capitão João José de Barros, Joaquim Fortunato do Amaral e Salvador Martins França, 7;
23º João Bento Cardoso, 6;
24º José Antônio de Quadros e Manuel Gomes de Moraes; 5;
26º Alferes João Gonçalves Padilha, Joaquim Fagundes dos Reis, José Joaquim Brisola, José Tomás da Silva e Vítor Antônio Moreira, 4;.
31º Ajudante Antônio de Melo Rego, Miguel Rodrigues de Carvalho, Theodoro da Rocha e Valério Osório de Santa Clara, 3;
35º Padre Antônio Pompeu Pais de Campos, Cândido Xavier de Barros, Felisberto Serafim dos Anjos, Manuel da Encarnação.
40º Antônio Moreira da Fonseca, Bernardino Lopes de Albuquerque, Domingos Rodrigues de Lima, Francisco Rodrigues Sanches, Jeremias Gonçalves Padilha, José Correia Leite do Morais, José do Egito do Amaral, José Monteiro, Manuel Pereira dos Santos, Manuel de Pinho Soares Mourão e Marcelino de Carvalho Azevedo. um único voto.
Foram multados em dez mil reis, por terem deixado de entregar pessoalmente suas cédulas, os seguintes eleitores:
Antônio da Costa Portela,
Antônio Ferreira Pobre (sic)[3] (
Evaristo Francisco de Borba
Francisco de Almeida,
Francisco da Cunha Silveira,
Francisco de Souza Bueno,
Inácio de Barros,
João de Góes e Siqueira,
João Pais,
Joaquim Fagundes dos Reis,
Joaquim Thomaz da Silva Prado,
José Antônio,
José Custódio do Prado,
José Domingues,
José do Egito do Amaral,
José Francisco de Oliveira,
José Manuel Lemes e
Manuel Jacinto Ferreira.
Os sete mais votados passaram, na forma da lei., a constituir a Câmara, sendo curioso assinalar que apenas um deles, Bernardino José Lopes, era rio-grandense: Silva Prado era mineiro de ascendência paulista, Coutinho português e os quatro outros paranaenses, ou, mais exatamente. paulistas, já que ainda e não emancipara a futura Provincia do Paraná.
Algumas duvidas e questões foram suscitadas logo tempo depois: os moradores do Distrito de São Xavier”, por exemplo, já pertencente ao município de São Borja, pleitearam anexação ao de Cruz Alta, influenciados talvez, por Vidal José do Pilar; que ali tinha uma estância e outras questões de limites com S. Borja surgiram, que oportunamente examinaremos em seus pormenores.
A seguir, seguindo informações de Moacyr Domingues, vamos identificar os respectivos moradores de cada distrito.
1º Distrito (Vila e arredores): Antônio Gomes de Campos, Capitão Antônio José do Amaral, Alferes Antônio José de Barros, Antônio José de Morais, Antônio Moreira da Fonseca, Padre Antônio Pompeu Pais de Campos, Antônio Rodrigues Pereira, Bernardino José Lopes, Cândido Xavier de Barros, Felisberto Serafim dos Anjos, Fidélis Militão de Moura, Capitão Francisco das Chagas do Amaral Fontoura, Padre Francisco Gonçalves Pacheco, Francisco de Paula Pinto, Francisco Rodrigues Sanches, João Guilherme Cathelan, Capitão João José de Barros, José de Moura e Silva, José Joaquim Barbosa, Joaquim José de Jesus[4] , José Tomás da Silva, Luis Antônio de Sousa, Manuel Antônio Nunes, Manuel Gomes da Silva, Manuel Inácio Diniz Pereira, Manuel Joaquim dos Santos, Marcelino de Carvalho Azevedo, Miguel Rodrigues de Carvalho, Policarpo José de Oliveira, Salvador Martins França, Valério Osório de Santa Clara, Vidal José do Pilar, Vítor Antônio Moreira.
2º Distrito (São Martinho) Ajudante Antônio de Melo Rego, Capitão Francisco Marques de Almeida, Guarda-mór Francisco de Paula e Silva, Jeremias Gonçalves Padilha, Alferes João Gonçalves Padilha, João Vieira de Alvarenga, José Joaquim Brisola, Tenente José Manuel de Oliveira, Manuel Joaquim Alves[5] , Manuel Pereira dos Santos[6] , Marcos Afonso Pereira.
3º Distrito (Botucaraí, futura Soledade): Alexandre Garcia de Rosa, Antônio Bento Pereira Soares, Antônio Joaquim de Oliveira. Belisário Antônio da Cruz Mena, Hipólito Machado Dias, Inácio José Bernardo, José Caetano Barcelos, Lúcio Ferreira de Andrade, Manuel de Pinho Soares Mourão, Miguel Joaquim de Camargo, Policarpo Ferreira de Arruda (ou de Andrade).
4º Distrito (Passo Fundo) Antônio da Costa Portela, Major Atanagildo Pinto Martins, Bernardo Castanho da Rocha, Bernardo Pais, João Bento Cardoso, João dos Santos Cortes, Joaquim Fagundes dos Reis, José Antônio de Quadros, José Domingues, José Francisco de Oliveira, José Manuel Lemes, Cabo Manuel José das Neves, Alferes Rodrigo Félix Martins.
5º Distrito (Palmeira): Antônio Novais Coutinho, Antônio de Souza Bueno, Tenente Feliciano Rodrigues da Silva, Joaquim Fortunato do Amaral, Capitão Joaquim Thomaz da Silva Prado, José do Egito do Amaral, José Joaquim de Melo, José Joaquim de Souza Bueno, Manuel Gomes de Moraes, Manuel Inácio da Cunha, Manuel José da Encarnação, Manuel Leite de Azevedo, Silvestre José de Pontes.
GENEALOGIA TROPEIRA - RIO GRANDE DO SUL - SÉCULOS XIX E XX - VOLUME II - COLETÂNEA DE MATERIAL HISTÓRICO E GENEALÓGICO ORGANIZADO POR CLÁUDIO NUNES PEREIRA - 2004
Referências
- ↑ Em 20/2/1856, teve o óbito registrado( 2º.,3v) Joaquim Gonçalves Pacheco, de 34 anos, natural de São Paulo e fleg. de Antônio Gonçalves Pacheco e de Maria Clara. Morava a 4 léguas da vila. Fora casado com Marcolina de tal, com quem teve a filha Maria, de 11 meses
- ↑ Manuel Pires Monteiro, c.c. Rita Clara de Quevedo. Pais de: Elíbia Maria do Espírito( ou Oliveira) , nat e bat. nessa freguesia de Cruz Alta, c. em Cruz Alta a 5/11/1884(2º.,1 com José Estevão( ou Esteves) de Siqueira. Elíbia teve óbito registrado em 17/1852( 2º., 26v). Foram pais de 4 filhos: Leão, João, Manuel e Bibiana.
- ↑ deve ser Nobre
- ↑ Pode ser Joaquim José de Jesus, c.c. Feliciana Maria de Jesus, ambos de Castro, PR e que batizam a filha Florinda em Santa Maria 1809 e o filho Bento em 1811. Também pode ser o pai de Severiano José de Jesus, eleitor de Cruz Alta com 51 anos em 1902.
- ↑ Capitão Manuel Joaquim Alves, em 1847 já casado com Delfina Maria dos Prazeres Cortes, filha de Manuel Antônio Palácio e Ana Dias Cortes (= Ana Martins da Silva). Informação de Diego Pufal.
- ↑ Casado com Margarida Antônia Nunes, filha de Manuel Nunes de Fariase de Joana Barbosa Rangel.