As décimas de Algacir Costa
As décimas de Algacir Costa
Em 11/10/1996, por Paulo Domingos da Silva Monteiro
Paulo Monteiro[1]
Algacir CostaO livro do poeta nascido em Vila Teixeira, 7º Distrito de Passo Fundo, hoje Tapejara, em 11 de outubro de 1944, pode ser dividido em duas partes bastante diferenciadas. Na primeira, encontramos poemas de uma feição mais tradicional, mais gauchesca. É o caso de ORELHANO, que abre o volume. São poemas onde há o apelo às coisas letúricas dos pagos sulinos, ao peão, à china e à prenda. Já, a segunda espécie- diga-se assim-, é formada por composições dedicadas a lembranças de leituras do Autor, como os poemas onde fala sobre elementos da história, da cultura e da indumentária gaúcha e outros onde lembra locais e pessoas com que manteve contato nos seus longos anos de músico profissional.
As DÉCIMAS de Algacir Costa podem não possuir a mesma elaboração dos romances de Aureliano de Figueiredo Pinto ou dos poemas de Jayme Caetano Braum ou de Apparpicio Silva Rillo, mas tem o vigor chimarrão da mais antiga poesia popular dos gaúchos, anterior à própria gauchesca. Esta, uma consequência natural do romantismo literário, nos deu os maiores monumentos da literatura das três pátrias gaúchas: o Martin Fierro, de josé hernandez, e o Antônio Chimengo, de Amaro Juvenal. Aquela, vem sendo improvisada nas pulperias, nos bolichos, ou nos recônditos dos ranchos da campanha ou dos casarões das estâncias. Para que se possa avaliar literalmente o livro de Algacir Costa é preciso que se tenha presente esse duplo aspecto da poesia dos gaúchos.
Referências
- ↑ Membro da Academia Passo Fundense de Letras