As cartas da fazenda

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As cartas da fazenda
As cartas da fazenda[1]
Descrição da obra
Autor André Luís Ferreira Rossi Canals
Título As cartas da fazenda
Subtítulo romance
Assunto Romance
Formato E-book (formato PDF)
Editora Projeto Passo Fundo
Publicação 2019
Páginas 146
ISBN 978-85-8326-395-1
Formato Papel 15 x 21 cm
Editora Projeto Passo Fundo
Publicação 2019

As cartas da fazenda: romance É uma história dos descaminhos de uma mãe e seu filho. Antônia, quando jovem, teve muitos problemas com seu pai. Quando ganhou Dênis, seu Antônio expulsou-a de casa. Na adolescência do filho, ela e o marido internam o menino numa fazenda de recuperação. Longe de casa, o jovem resolve comunicar-se com a mãe por cartas. Quando juntos, mãe e filho têm difícil convivência. Separados, o que poderia uni-los?

Apresentação

do Primeiro Capítulo, pelo Autor

O dia será aflitivo, é o seu pressentimento. Devido ao compromisso na delegacia? Na verdade, uma intimação. A arrumação da casa ficará para trás, esquecida; quem quiser reclamar de algo, que venha ajudá-la. Quem sabe Denise, quando acordasse, teria a disposição de fazer algum serviço. Sente-se exausta. Ano de angústia, época terrível. Quando Deus iria olhar por ela? Nunca terá uma vida melhor? Onde teria errado com a família? Com os filhos?

Após eliminar as interrogações, pega a bolsa, fecha a porta e dirige-se à delegacia. Vai a pé, não tem um centavo para o ônibus e muito menos para um táxi. A cabeça gira, minutos depois, é a labirintite retornando, esqueceu o remédio? Diminui o passo. O sono foi precário naquela noite, teve pesadelos.

O sol encarnado da manhã dirige-se ao seu destino. O calor penetra as entranhas das pessoas na rua. Antônia resolve atrasar a caminhada: senta-se num banco da Praça Tamandaré. A subida da rua Uruguai exigiu muito. O delegado que espere, a fadiga domina o corpo. Não tem vontade de chegar até o compromisso. São uma chateação esses depoimentos, principalmente quando é mulher a interrogada. A mulher, além do peso de criar os filhos, tem de ir várias vezes até uma delegacia, isso é uma vergonha, pensa.

Resigna-se em responder às perguntas do delegado Carlos Luiz. Nenhuma mulher deveria passar por isto. Onde está a lei para defendê- -la? A Maria da Penha, talvez? Mãe é mãe, nunca faria mal a um filho. As mães têm o maior coração do mundo. Sua cabeça ferve.

Os plátanos da praça parecem uma boa proteção, dão um ar de segurança; uma brisa brinca no rosto, chama a seguir o destino. Levanta-se, vai à avenida Brasil e toma a direção da delegacia. Quando chega, o prédio parece ser maior, a tontura volta e tem de se encostar à parede da entrada. As pessoas que aguardam, apenas a olham.

Antônia é uma bela mulher, os cabelos lisos e negros contrastam com a pele branca, e o rosto é bem-desenhado. Os homens a examinam com o olhar firme. Sentada, de cabeça pendida para a frente, sente isso.

– Dona Antônia da Silva é a senhora? Pode entrar, – chama um policial.

Entra na sala e encontra o delegado alisando o bigode com a mão direita.

– Como vai? Tudo bem com a senhora? – O homem parece confiante, apesar das muitas indagações por fazer sobre o boletim de ocorrência do desaparecimento do filho Dênis. As investigações continuam e tomam muito tempo dele. – Vamos começar nossa conversa de hoje?

– O senhor inicia e diz que é uma conversa informal. Mas é registrado tudo no computador. Pensam que sou responsável pelo desaparecimento do meu filho? Não adianta nada eu falar que sou inocente.

– Antônia desabafa e se cala, sem fôlego para continuar.

– Gostaria que fornecesse informações da personalidade do seu filho.


Índice

  • PRIMEIRA PARTE
  • TEMPOS AGÔNICOS 9
  • I O dia será aflitivo 11
  • II No dia em que Antônia foi à delegacia 15
  • III A história de Antônia 21
  • SEGUNDA PARTE
  • DOR E PRAZER 27
  • IV Antônia cresceu 29
  • V Dênis cresceu 37
  • VI A história do Dênis 39
  • VII A casa que João Pedro alugava 43
  • VIII O sol da manhã 45
  • IX Hamilton 49
  • TERCEIRA PARTE
  • ALMA DECADENTE 55
  • X Era inverno 57
  • XI O dia ainda por nascer 63
  • XII Exausta da correria 67
  • XIII Denise 71
  • XIV Quando Dênis foi 77
  • XV Nos primeiros meses 79
  • QUARTA PARTE
  • A FAZENDA 81
  • XVI Enquanto Antônia levava 83
  • XVII O dia clareava 85
  • XVIII Os momentos de Dênis 89
  • XIX O telefone celular 91
  • XX Os dias na fazenda 95
  • XXI Desgostoso 97
  • XXII Após o enterro 99
  • QUINTA PARTE
  • BUSCAS E REVOLTAS 101
  • XXIII Desperta 103
  • XXIV Chega à fazenda 105
  • XXV Recém-chegada 111
  • XXVI Levanta 115
  • XXVII Não suporta mais 121
  • SEXTA PARTE
  • O MAR 123
  • XXVIII Cansou de ir 125
  • XXIX Tortura 131
  • XXX Falta ânimo 133
  • XXXI Maravilhado 139

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Referências

  1. CANALS, André R. (2019) As cartas da fazenda -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 146 páginas. E-book