A Importância do Resgate Histórico de A Villa da Serra

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A Importância do Resgate Histórico de A Villa da Serra

Em 28/06/2014, por Carlos Jaime Dalpaz


A Importância do Resgate Histórico de “A Vila da Serra”

Carlos Jaime Dalpaz


Numa outra oportunidade, aqui mesmo na Doispontos, já nos manifestamos sobre a importância da memória como resgate histórico para uma comunidade. No mês de junho, mais precisamente no dia 8, celebramos pela primeira vez o Dia do Escritor Osoriense, que fora instituído pela Lei nº 5.250 de 15 de outubro de 2013 em nosso município.

O historiador francês Jacques Le Goff, falecido em 1º de abril deste ano, dizia que a memória é um elemento essencial na busca de identidade de indivíduos ou sociedades, e que ela serve também como instrumento e objeto de poder, propício, desse modo, à manipulação. O historiador nos revela ainda que a memória é importante na luta pelo poder e que, ao mesmo tempo, pode servir aos que dominam através do esquecimento e do silencio.

Por isso, a iniciativa dos escritores osorienses (historiadores e pesquisadores) de oportunizar a realização de um evento com a temática “Resgate histórico e identidade cultural de uma cidade” é relevante como forma de não esquecer e de não silenciar sobre nosso passado.

São 90 anos do primeiro livro da cidade de Osório, “A Vila da Serra”, publicado pela antiga Livraria Globo, de Porto Alegre, em 1924, de autoria do escritor Antônio Stenzel Filho, justamente homenageado pela municipalidade através da lei já referida.

A troca de ideias e da análise de nosso passado é de fundamental importância para o conhecimento e também para o exercício da cidadania com a ampliação do sentido de comunidade. As experiências daqueles que vieram antes de nós, seus significados e vivências precisam ser compartilhadas por todos nós no presente.

Por isso a iniciativa de nossos escritores, mais do que qualquer coisa, é cidadania. Nossos alunos devem estar cada vez mais capacitados para conhecer os vestígios de nossa Osório. A partir deste conhecimento, poderão com autonomia tornar nosso presente melhor.

A professora Sandra Jatahy Pesavento, entre tantos ensinamentos que nos legou no seu artigo “Palavras para crer – imaginários de sentido que falam do passado”, nos deixou claro que “História e memória partilham uma mesma feição de ser: são ambas narrativas, formas de dizer o mundo, de olhar o real. São discursos, pois. Falas que discorrem, descrevem, explicam, interpretam, atribuem significados à realidade”.

Que nas celebrações dos 90 anos de nossa primeira obra máxima, possamos nos reencontrar com uma Vila da Serra do passado. E que seus significados possam nos fazer compreender a Osório do presente.