Píndaro Odilon Brasileiro Annes, dados biográficos

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Píndaro Odilon Brasileiro Annes, dados biográficos

Em 24/09/2009, por Sergio Paulo de Mello Annes


Píndaro Annes[1]

Sergio Paulo de Mello Annes[2]

Data de Nascimento: 24/03/1894

Local de Nascimento: Cruz Alta/RS

Falecido em: 19/02/1969

Local de Falecimento: Pôrto Alegre/RS

Sendo filho de: Gezerino Lucas Annes e de Maria Prestes Annes


PÍNDARO ANNES - Pai (1894-1969) de Sérgio Paulo Annes. Píndaro, filho de Gezerino Lucas Annes e de Maria Prestes Annes nasceu na cidade de Cruz Alta a 24 de março de 1894. Seus pais moravam em Passo Fundo, mas devido a Revolução Federalista de 1893, bem como muitas outras famílias, migraram para fugirem dos combates que ocorriam nos arredores de Passo Fundo. Foram, por voltas do fim do ano de 93, retornando no mesmo ano em que Píndaro nasceu, 1894. Assim pode-se dizer que nasceu em Cruz Alta "por imposição da guerra civil". Foi criado em P. Fundo e de lá saiu, já no fim da vida, para morar com sua filha Maria Amélia, em Porto Alegre.Píndaro é descendente, trineto, de Manoel José das Neves e de sua mulher Reginalda Nascimento Rocha, casal oriundo de São José dos Pinhais / Província de São Paulo, hoje Estado do Paraná.Manoel e Reginalda doaram à Igreja (Nossa Senhora da Conceição) parte da Sesmaria recebida, um quadrado de três quilômetros por três. Ao redor da Capela se construiu Passo Fundo. A filha do casal, Maria Neves que confirmou a doação, era casada com o paulista José Ferreira Prestes Guimarães que como Manoel José das Neves era de São José dos Pinhais e tropeiro. Um dos dez filhos desse casal foi o Gen. Antônio Ferreira Prestes Guimarães que em 1893 chefiou a Revolução Federalista na região denominada "Em Cima da Serra". Sua mãe, Maria, ao casar com Gezerino Lucas Annes, irmão do Cel. Gervásio Lucas Annes, chefe republicano deixou a família, parte Maragata por seu pai e parte Chimanga pela família do marido. Penso que isto contribuiu para a fuga para Cruz Alta e o nascimento de Píndaro, lá.Seu irmão mais velho, João Waldelírio tinha doze anos a mais que Píndaro, e casou-se com Lúcia Eugênia Issler. A seguir vinha a irmã Horizontina Miguelina que se casou com Juvenal Canfield. Mais moça que ele Serenita Catarina casou-se com Helmuth Homrich.

Voltando para Passo Fundo estudou em 1903 na Escola Particular Primária do Professor João Gulart "onde vigorava o regime da palmatória". Em 1905 estudou no Colégio São Pedro, dos Irmãos Maristas. Píndaro nos deixou fotos dessas duas turmas pelas quais passou em sua infância. Foi sacristão na primeira Capela que se situava na rua de fronte a Praça onde está a atual Catedral, só que na rua Morom. Tinha dezesseis anos quando perdeu o pai, provavelmente de um infarto do miocárdio. A primeira fotografia desta Capela, que está em meu poder, foi feita por Píndaro que na adolescência foi fotógrafo e depois topógrafo, tendo trabalhado na estrada de ferro que de Passo Fundo ia para Marcelino Ramos, rumo ao norte do país. Este trabalho era na região de Viadutos. Mais tarde instalou uma fábrica de café, a Cafelaria São Thomé com a marca de Café Pureza, café com açúcar mascavo (o que era permitido na época). O Café Mãe Preta sem açúcar, para cafezinho e o Café Mikado que se destinava à venda pela cooperativa da Viação Férrea. Com amigos como Antão Chagas, Celeste Corá e João Lopes, propugnaram e conseguiram a instalação do Tiro de Guerra 225 na cidade. Um pouco antes da década de vinte, ao finalizar a primeira grande guerra, com um grupo de amigos e conhecidos, foi fundador do Hospital de Caridade (hoje Hospital da Cidade). Uma foto tirada em 1922, que está em meu poder, em frente ao Hospital, ainda por rebocar, está a Diretoria com os seguintes componentes (“da direita para a esquerda" lê-se, com a letra de Píndaro): Gabriel Bastos, Píndaro Annes, Max Ávila, Francisco Antonino Xavier e Oliveira, Juvenal Muliterno, Amador César Sobrinho "Dudu" e Helmuth Homrich. O fundador e primeiro Presidente que inclusive elaborou o Primeiro Estatuto e o Regulamento do Hospital foi Francisco Antonino Xavier e Oliveira. Mais tarde, já como Presidente, Píndaro dirigiu o Hospital por mais de trinta anos. Era sua "cachaça" como eu chamava. Ia pela manhã, à tarde e muitas vezes à noite. Só deixou o Hospital em meados de 1960. Ficando na Presidência Gervásio (Gervazinho como era conhecido) Annes ou Carlinhos Rotta, não lembro ao certo. Estava doente e mudou-se definitivamente para Porto Alegre. No início da década de vinte Píndaro fez uma formação de Contador (era como se chamava na época o Curso Comercial) no Colégio Machenzie em São Paulo.

Ainda em Passo Fundo, foi Inspetor Federal do Ensino Comercial no Instituto Ginasial (hoje Instituto Educacional) no Colégio Notre Dame e em outro Colégio das proximidades da cidade.Pertenceu à Maçonaria, provavelmente levado por Francisco Antonino e Gabriel Bastos que era casado com sua tia paterna Juvência. Também foi membro do Rotary Club e freqüentava a Igreja Metodista que nos fins da década de dez tinha sido adotada por sua família.

Colaborou com os jornais da cidade "O Nacional" o "Diário da Manhã" e com "O São Paulo Imparcial" de São Paulo, com crônicas e poemas e fez parte da Academia de Letras de Passo Fundo; chamada, inicialmente, de Grêmio Passofundense de Letras.

Por ocasião do golpe de estado de 1937 foi preso sob a acusação de "comunista" como foram Celso Fiori, João Junqueira Rocha, Eduardo Barreiro, Victor Benites e tantos outros.

Sua dedicação ao Hospital era tal que deixava de lado outros interesses, inclusive os que lhe proporcionavam ganhos pecuniários. Deixou a Maçonaria, o Rotary a Igreja Metodista, fechou a Torrefação e Moagem de café São Thomé e passou a viver para o Hospital. Na verdade ficou com as Inspetorias dos Cursos Comerciais de cujos proventos passou a viver. Fez a "Granja", que supria o Hospital de hortifrutigranjeiros e leite, e a Maternidade. Multiplicou a área construída com pavilhões para cirurgia e clínica e estava a solicitar verbas dos governos Estadual e Federal para o Hospital. Até sua opinião sobre Getulio Vargas, que não era das melhores, desde 1930, mudou, pois Getulio sempre ajudou o Hospital concedendo auxílios com verbas Federais.

Casou em 1919, com Antonia Soares de Mello, filha de Antonio Manoel de Mello e de Amélia dos Santos Soares, ele de Rio Pardo e ela de Santana do Livramento. Tiveram Três filhos: Cyrano Annes que foi Técnico Rural, mais dedicado à Topografia, que se casou com a viúva Juracy Finardi ajudando-a a criar seu três filhos: Anete, João Vicente e José Carlos e tendo com ela mais dois: Fernando e Silvana. Sérgio Paulo Annes, médico psiquiatra e psicanalista casado com Heloisa Conceição Aguillar Chagas que tiveram sete filhos: Beatriz, Clarice, Elizabeth, Roberto, Ricardo, Cláudio e Leonardo. E a mais moça, Maria Amélia Annes, contabilista como o pai que se aposentou como funcionária da Contadoria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul.

Em Porto Alegre após deixar Passo Fundo, já doente, faleceu em 19.02.1969 sendo sepultado nesta mesma cidade bem como sua esposa Antoninha, falecida nove anos após. Ele faleceu com setenta e cinco anos e ela com oitenta.

Referências

  1. Notas Históricas Do site: www.annes.com.br/annes5.htm - Estes dados ficarão sujeitos a alterações em seu conteúdo e em seu número, em função de novos achados.
  2. Grau de parentesco da pessoa: Filho