O expedicionário que não voltou

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O expedicionário que não voltou

Em 11/05/2008, por Welci Nascimento


O EXPEDICIONÁRIO QUE NÃO VOLTOU


Ele ainda não tinha idade para servir o Exército Nacional, mas apresentou-se no Quartel do 8º R.I. De Passo Fundo. Desta cidade, foi transferido para a cidade de Quaraí e, de lá, para o Estado de Minas Gerais, cidade de São João Del Rei, seguindo para o Rio de Janeiro, onde permaneceu por quase um ano, dando baixa do Exército com a divisa de cabo. Voltou a sua terra natal, Passo Fundo, continuando a trabalhar. Não tardou e foi convocado para seguir no Primeiro Escalão Brasileiro da Segunda Guerra Mundial.

Por morar e trabalhar no interior do município, a convocação não chegou a tempo. Sabedor, mais tarde, da sua convocação para defender sua pátria ele, imediatamente, apresentou-se, seguindo para o Rio de Janeiro. Chegando lá, ainda teve tempo de alcançar a saída do Segundo Escalão Brasileiro, partindo para a Itália, integrando-se como combatente da Força Expedicionária Brasileira.

O nosso personagem é Fredolino Chimango, que nasceu em Passo Fundo a 19 de abril de 1921, filho de Edmundo e Gabriela Chimango. Fredolino fez seus primeiros estudos no interior do município de Passo Fundo, no lugar denominado Rio do Peixe, indo, mais tarde residir no então distrito de Água Santa, onde trabalhou no engenho do senhor Busquirolli. Era o segundo filho da família de onze irmãos.

O cabo da Força Expedicionária Brasileira, Fredolino Chimango, lutou para assegurar a liberdade dos povos. Foi atingido por uma rajada de balas em 14 de abril de 1945, roubando-lhe a vida na Batalha de Montese. Seu corpo foi procurado, mas não foi encontrado para ser sepultado no Cemitério Brasileiro de Pistóia, na Itália, onde repousam os heróis brasileiros que dignificaram a Pátria e morreram pela liberdade dos povos.

No ano de 1955 foram transladados para o Brasil os restos mortais dos soldados brasileiros que morreram na Segunda Guerra Mundial. O corpo do cabo Fredolino Chimango não veio.

Conta o expedicionário Antão Moreira Alberto, ex-combatente que esteve junto ao grupo com Fredolino, que um italiano encontrou o seu corpo e o enterrou, cuidando da sua sepultura com todas as honras. Este italiano, segundo depoimento de Antão Moreira, sabendo da volta dos restos mortais dos soldados à Pátria Brasileira, pediu que o corpo de Fredolino ficasse em solo italiano, representando sua terra na Praça Brasil, onde, diariamente, é hasteada a bandeira do Brasil, sob os cuidados do subtenente reformado Miguel Pereira, expedicionário que lá ficou, adido da Embaixada Brasileira.

Fredolino Chimango foi agraciado com as medalhas de Campanha e Cruz de Combate. Foram prestadas inúmeras homenagens ao herói passo-fundense, dando nome a uma escola municipal, no Bairro Jaboticabal, e ao estádio de esportes do 16º Esquadrão Mecanizado de Passo Fundo.

Referências