Dom Cláudio
Dom Cláudio | |
---|---|
Descrição da obra | |
Autor | Agostinho Both |
Título | Dom Cláudio |
Subtítulo | pastor e cidadão |
Assunto | Biografia |
Formato | E-book (formato PDF) |
Editora | Projeto Passo Fundo |
Publicação | 2017 |
Páginas | 172 |
ISBN | 978-85-8326-315-9 |
Formato | Papel 15 x 21 cm |
Editora | UPF |
Publicação | 1994 |
Dom Cláudio: pastor e cidadão - Dom Cláudio foi um homem de fé e sob este ângulo convém avaliar a sua vida. As obras todas, as visitas pastorais, o seu cotidiano sempre agendado e mesmo seu descanso tinham a direção do aperfeiçoamento humano. Nas coisas principais tinha uma obstinada decisão. Não lhe possuía 14 | nenhum temor diante dos homens. Inclinava-se apenas diante de Deus e das necessidades das pessoas.
Para perceber melhor sua trajetória, a seguir estarão indicados alguns acontecimentos de sua vida, conforme está escrito na publicação em homenagem ao jubileu de prata em 1975:
"D. Cláudio nasceu na Paróquia de Harmonia, município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, aos 24 de junho de 1913. É filho de João Colling e Maria Hartmann, sendo avós paternos Gregório Colling e Cristina Bremm e maternos João Hartmann e Bárbara Junges. Foi batizado no mesmo dia do nascimento, na igreja de Harmonia, pelo Pe. Pedro Bremm. A Crisma lhe foi conferida por D. João Becker na mesma igreja de Harmonia aos 3 de dezembro de 1915.
Livro escrito por Agostinho Both, publicado em 1994
Apresentação
do Prefácio, por Dom Urbano José Allgayer , bispo diocesano.
Um grupo de amigos e admiradores de Dom Cláudio Colling tomou a iniciativa de publicar um livro em sua memória. Coube ao professor Agostinho Both, competente pesquisador e escritor, ser o coordenador e co-autor da biografia. Convidado a prefaciar o livro, acho conveniente selecionar alguns aspectos mais relevantes de sua personalidade.
Bem se aplica ao meu antecessor no pastoreio da Diocese de Passo Fundo a palavra da Escritura: "Defunctus adhuc loquitur - embora morto, continua a falar" (Hebreus 11,4). A partir de 3 de setembro de 1992, data de seu falecimento, no Hospital São Vicente de Paulo, de Passo Fundo, até o sepultamento no dia 5, na Catedral Metropolitana de Porto Alegre, os despojos mortais de Dom Cláudio foram acompanhados e venerados pelo povo. Seus funerais, com diversas celebrações litúrgicas nas Catedrais de Passo Fundo e de Porto Alegre, com muita oração, vigílias, saudades, coroas de flores, revelaram a grande estima e veneração por ele merecidas em 79 anos de vida, 54 de sacerdócio e 42 de episcopado, iniciado em Santa Maria e continuado em Passo Fundo e Porto Alegre.
No seu testamento, Dom Cláudio nos dá uma síntese de sua filosofia de vida: fé, humildade, amor à vocação, desapego de bens temporais. Deixemo-lo falar, através de seu último testamento: "Nascido de família humilde mas profundamente católica, quero viver e morrer fiel à minha fé. Chamado por Deus, apesar de minhas falhas, para o sacerdócio e para o episcopado, quero pedir perdão a Deus e a meus semelhantes das faltas e omissões que cometi no exercício de minha vocação, que sempre amei de todo o coração. Pobre nasci e pobre quero morrer, pondo em prática o que o velho Arcebispo de Porto Alegre (Dom João Becker) nos aconselhava antes da ordenação sacerdotal: Tratem de viver de tal modo que ao morrer se possam apresentar a Deus com três esses: sem dinheiro, sem dívidas e sem pecados. É o que peço diariamente a Deus".
Como há pessoas que acreditam em bruxas, há também quem acredita que Dom Cláudio era homem rico, dono de granjas, sócio de poderosa firma. No seu testamento encontramos sua "declaração de bens", agora de domínio público: "Não tenho nenhum bem imóvel, nem carro e tampouco ações em qualquer organização comercial ou bancária"
Na condição, outrora, de Bispo Auxiliar de Porto Alegre, tive ocasião de participar de uma assembleia diocesana em Passo Fundo, em outubro de 1980. Entre outros temas, constava um item: "a riqueza do bispo". Ao se inteirar do assunto, Dom Cláudio manifestou-se afrontado e, com sua habitual fluência, lançou este desafio: "Se alguém tomar conhecimento de algum depósito meu em banco, dou-lhe procuração para retirar tudo. Se alguém souber de algum imóvel de minha propriedade, dou-lhe já autorização firmada em cartório para tornar-se proprietário do mesmo imóvel sem pagar um centavo".
No dia 25 de agosto de 1992, veio Dom Cláudio de muda para um apartamento simples, mas aconchegante no Hospital São Vicente de Paulo que, em grande parte, deve a ele seu notável crescimento e prestígio. Embora doente e alquebrado, seu zelo apostólico inquebrantável animava- o a desenvolver um trabalho pastoral com a comunidade hospitalar, julgando que iria "morrer aos poucos", como dizia.
Mas a morte chegou subitamente, apenas oito dias depois que Dom Cláudio voltava para Passo Fundo, onde antes havia morado por 30 anos! Foram oito dias felizes. Instalado naquele recanto do hospital, com seus poucos pertences nos devidos lugares, o retrato de seus pais e do Papa dependurados, ele me confidenciava com um sorriso, na véspera da sua partida: "Agora me sinto feliz, muito feliz. Estou em estado de graça". Era seu último de vida terrestre.
Terminou sua tarefa. "Finis coronat opus", diziam os sábios romanos. Aos 79 anos de vida, toda ela dedicada a Deus e ao seu povo, partia com a nossa gratidão e saudade para entrar no Reino definitivo. Partiu, deixando à posteridade um multifacetado patrimônio social e pastoral. A ele bem se aplica a sentença: "Felizes os que morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, que descansem de suas fadigas, pois suas obras os acompanham" (Apocalipse 14,13).
O presente volume não pretende ser uma biografia completa, mas parcial. Em nome da Diocese de Passo Fundo, agradeço aos seus co-autores e às entidades que auxiliaram no seu custeio.
Passo Fundo, 1° de setembro de 1994.
Índice
|
Conteúdos relacionados
Referências
- ↑ BOTH, Agostinho. (1994) Dom Cláudio: pastor e cidadão -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2017. 172 páginas. E-book