Aeroportos São Miguel e Lauro Kortz

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Aeroportos São Miguel e Lauro Kortz

Em 07/08/2007, por Jabs Paim Bandeira


Jabs Paim Bandeira


Em 29 de outubro de 1940 foi inaugurado um campo de pouso, a mando do governo federal, em São Miguel, distrito de Pulador, sede do aeroclube, fundado por Armando Czamanski e Ruy Della Méa, recebendo, com regularidade, os aviões da VARIG, a partir de 5 de maio de 1942, com vôos às terças e sexta-feiras; para Porto Alegre, sendo o primeiro avião a fazê-lo o Livramento, matrícula PP-VAF, monomotor de 350 HP com capacidade para cinco passageiros. A tarifa era de cr$ 206,60. O primeiro agente foi Jaime Laus e o encarregado dos serviços Waldemar Abrahão.

Em abril de 1947 entra no mercado a SAVAG (Sociedade Anônima Viação Aérea Gaúcha) fazendo três viagens por semana, em vôo para Porto Alegre, sem escala. Passou depois a operar com o avião Douglas para 22 passageiros. A agência em Passo Fundo era representada por Fredolin Paim.

Chegou-se a ter três companhias aéreas atuantes em São Miguel. Além das já citadas, existiu a Real Aerovias, que vinha a Passo Fundo para transportar os produtos suínos, produzidos pela Z.D. Costti e pelo Frigorífico Borella de Marau.

Junto ao Aeroporto de São Miguel ativamente funcionava o aéro clube, o qual, desde a inauguração da pista, oferecia seu respeitado curso de brevê, onde daqui saíram diversos e competentes aviadores, os quais galgaram o grau de comandantes desta prestando relevantes serviços até nossos dias.

O aeroporto de São Miguel não é pavimentado, mas ensaibrado em uma pista firme e bem sedimentada, na qual podem pousar aviões de regular porte. Ele não é balizado, só permitindo vôos durante o dia. Muitas vezes eu, com 15 anos, colocava lampiões sobre a pista, abaixo de chuva, a fim de dar visibilidade para o avião, quando trabalhava para a SAVAG.

Posteriormente, dado a necessidade de aumentar a pista e as condições para receber outros aviões, já se preparando para o futuro e o desenvolvimento do comércio aéreo de passageiros e cargas em nosso município, a administração municipal resolveu investir em um novo aeroporto nas margens da Rodovia BR 258, junto à Fazenda da Brigada Militar.

O então deputado Daniel Dipp, pai do atual prefeito Airton Dipp, tem aprovado o projeto de lei de sua autoria de 29 de maio de 1957: dá ao aeroporto de Passo Fundo, Estado do Rio Grande do Sul, a denominação de Aeroporto Lauro Körtz, lei 3.559, de 05 de junho de 1959.

A criação do terminal foi muito oportuna, pois veio consolidar essa cultura da região, principalmente para a população de Passo Fundo, do uso constante do avião, a qual teve seu início em 1942, tendo uma interrupção no final de 1969, para voltar com todo o vigor na década de 1970, com aviões da Rio Sul, primeiramente, com Bandeirante (15 passageiros), depois o Brasília (30 passageiros), fazendo vôos para São Paulo e Porto Alegre.

Inicialmente, o Aeroporto Lauro Körtz era empedrado, depois passou a ser ensaibrado. Numa visão futurística, com empenho da CICASP, hoje Associação Comercial, governos do município e do Estado asfaltaram e balizaram o terminal, capacitando-o para vôos noturnos. Finalmente, ampliaram a pista e recentemente a estação de passageiros. Passo Fundo e suas lideranças olharam para além do horizonte.

No ano de 2000 a Rio Sul resolveu retirar de circulação os Brasílias, o que culminou num movimento envolvendo a Câmara de Vereadores, os deputados federais Airton Dipp e Beto Albuquerque e a população civil, para demover a direção da Varig e Rio Sul da idéia de ficarmos sem aviões. Garantimos a vinda do Jetclass, para 50 lugares. Um novo movimento, mais tarde, trouxe o Boeing.

O governador Germano Rigotto inaugurou em dezembro de 2006 a ampliação do terminal de passageiros do Aeroporto Regional Lauro Körtz, que foi adequado à nova demanda, para oferecer melhor atendimento e conforto aos usuários. Com 747,95 metros quadrados, a área tem percentual de ampliação de 127%. O pátio, que era de 4 mil metros, foi aumentado para 7,2 mil metros quadrados. O terminal foi projetado em 1990, para pouso e decolagem de aeronaves com capacidade para até 30 passageiros. Mais tarde, passou por modificações, recebendo aviões de até 50 passageiros. Com as melhorias ganhou condições ideais para chegada e saída de Boeing 737, que comporta 132 pessoas.

Com a crise da Varig, passamos quase 45 dias sem aviões. Então vieram os Fokker, para 100 passageiros, da Ocean Air. Hoje, temos mais uma companhia atuando em nosso Lauro Körtz, a NHT, que utiliza aeronave com capacidade para 27 passageiros. A comunicação aérea é algo que distingue e capacita o nosso município, entre outros, no sentido de receber outros investimentos.