ALÉM DO HOMEM, UMA FIGURA HUMANA ADMIRÁVEL!

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ALÉM DO HOMEM, UMA FIGURA HUMANA ADMIRÁVEL!

Em 17/12/2014, por Jabs Paim Bandeira


ALÉM DO HOMEM, UMA FIGURA HUMANA ADMIRÁVEL!


Tem pessoas que fogem do comum dos mortais e é difícil de encontrar, pois ultrapassam seus limites, distinguindo-se daqueles que os cercam, em razão do seu talento, liderança, simplicidade e humanismo. Falo de um cidadão singular, cujas qualidades morais e intelectuais, são exemplos a ser seguidos, mas que poucos reconhecem.

Devia servir de modelo para todos nós e as gerações vindouras. Farmacêutico, advogado, artista, teatrólogo, jornalista, cuja profissão poderíamos chamar e denominar de construtor, sim construtor de pontes de amizades e na arte de servir as pessoas, em especial aos amigos, sem servir-se. Pai de família amoroso, sempre exibindo um sorriso, emoldurado em sua fala, seguido de uma história, uma piada pitoresca, ou picante.

Como professor no antigo secundário do EENAV, notabilizou-se, fazendo o melhor por seus discípulos, angariando centenas de pessoas que lhe deviam gratidão pela maneira de transmitir seus ensinamentos e ouvir suas súplicas. Professor na Faculdade de Direito da UPF, festejado por seus alunos.

Membro integrante, diretor e fundador do Grupo Teatral Delorges Caminha, onde brilhou em diversas peças. Componente da Academia Passo-fundense de Letras, ex presidente da Acisa.

Escrevo e reverencio a pessoa de Paulo Giongo, neste registro que faço, como testemunha de suas qualidades já descritas, na maneira simples do seu viver, sempre irradiando esperança, a quem lhe procura, quer como aluno, cliente de seu escritório de advocacia, ou então, quando dava expediente na farmácia Indiana, ajudando a todos, quer conhecesse ou não. Doando-se aos amigos, sem cobrar reciprocidade.

Um ser incomum, destes que nascem de cem em cem anos. Passo a relatar alguma passagem que aconteceu comigo, contando com o apoio de Paulo. Era acadêmico de direito, num início de namoro, querendo impressionar a namorada, a fim de levar-lhe passear, como não tinha automóvel, o Paulo me emprestou a sua caminhoneta Rural Willys, tendo lhe devolvido no outro dia, sem maiores progressos no novel namoro.

Certa feita, logo depois de formado, quando ainda era advogado de porta de cadeia, fazia a ronda na antiga delegacia de polícia, situada na rua XV de Novembro, esquina com a Gal. Osório, tinha que por em prática a teoria que aprendi na faculdade, não podendo esperar que os clientes me procurassem, eu sem nome profissional e nem tradição, tendo pressa de chegar e fazer a hora, ia ao encalço do cliente.

O Delegado era Moacir Paes de Campos, ele e sua equipe prendiam os infratores, eu os defendia, relaxando a prisão através de Habeas Corpus, o que incomodava o delegado. Em represália ele deu ordem ao inspetor Belina, (depois foi delegado, hoje advogado) para que eu não tivesse acesso aos inquéritos. Necessitava examinar um caso, de uma mulher que tinha abortado e estava recolhida ao presídio, sem a devida assistência.

Não tive dúvida, chamei na delegacia o Dr. Paulo Giongo, presidente da OAB local, que se fez acompanhar do Dr. Nelson Silva. Adentramos no gabinete do delegado, de Estatuto da advocacia em punho, fomos muito bem recebidos pela autoridade.

Quando expomos que fomos impedidos de examinar o inquérito, o Delegado Campos saiu com esta: Isto é um mal entendido, foi excesso de zelo do inspetor Belina. Imputou a culpa no inspetor, determinado que eu examinasse o inquérito. Existem muitas histórias do Paulo, as quais estão sendo contadas em livro, escritas por ele. Paulo Giongo, o homem que superou o mito, continuando a fazer o milagre no resgate da amizade.

Na última sexta feira, por iniciativa do Hilton Araldi, com um grupo de amigos, homenageou Paulo Giongo, com um assado de borrego, na Roselândia, sendo muito concorrido. Reconhecimento mais que merecido! Houve discurso, histórias e até trova do Orlei Carames, com o Luizinho.