Menegaz SA, dados históricos

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Menegaz SA, dados históricos

Em 07/08/2007, por Daniel da Silveira Menegaz


Daniel da Silveira Menegaz


A indústria Menegaz S/A teve início a partir da mudança de cidade de João Menegaz, no ano de 1937, de Caxias do Sul para Getúlio Vargas. João Menegaz era ferreiro e torneiro mecânico de elevada qualidade, sendo especialista em locomóveis a vapor e fundição. Inicialmente, foi contratado para instalar um moinho em Getúlio Vargas, porém, viajando a passeio para Passo Fundo, encontrou-se, casualmente, com Hermínio Biazus, um dos sócios da empresa Irmãos Biazus, tendo sido convidado a ser sócio da mesma. Aceitou o convite e transferiu-se para Passo Fundo, trazendo na bagagem todo o maquinário que possuía em Caxias do Sul.

A sociedade constituída teve como funcionários os filhos Mário Menegaz, que atendia à parte mecânica, Armando Menegaz, que cuidava da fundição, com auxílio de Orlando e Aldino João. A nova firma realizava atividades de consertos gerais, fabricação de serrarias Tissot, trilhadeiras, atafonas e máquinas de matar formigas, em ritmo de rápido desenvolvimento.

Passados cinco anos, em 1944, os irmãos Biazus venderam sua parte na empresa para os irmãos Tagliari, Tranqüilino Zanin e Celso da Cunha Fiori, que gerou a constituição, então, da Firma Menegaz, Tagliari & Cia. Ltda., continuando na fabricação dos mesmos produtos, acrescentando à linha de produção cilindros para moagem de trigo e milho, máquinas para limpeza de cereais, descascadores de arroz, britadeiras, serras petiças e grades cheias, para beneficiamento de madeiras. Em função dos problemas de importação durante a II Guerra Mundial, a empresa passou a fabricar motores a explosão, com 10 HP, para serem utilizados em trilhadeiras. Realizavam a fabricação, também, de gasogêneos, alimentados com lenha e carvão, tendo sido, por sua vez, instalados em caminhões e automóveis, para locomoção, sem necessidade de gasolina, cujo uso era racionado na época.

Em 1951, com o desligamento da família Tagliari da constituição social da empresa, a sociedade passou a denominar-se “Menegaz, Giavarina & Cia. Ltda”, em razão do ingresso de novos sócios. A partir de 1956, a empresa passou a produzir apenas implementos agrícolas. Na década de 60, a família Giavarina retirou-se da sociedade, resultando no nome Menegaz S/A – Indústria e Comércio. Em 1974, foi acrescentado à produção todo o conjunto de máquinas para fenação, obtendo, em agosto de 1975, o prêmio de “Distinção Indústria”, concedido pela Federasul, levando em conta a alta tecnologia empregada na fabricação, bem como o design e a comercialização da prensa enfardadeira. A empresa foi transferida, em 1979, para as novas instalações sediadas no distrito industrial João Menegaz, com 20 mil m2 de construção, numa área de 12 hectares, cedida pela Prefeitura

Municipal, chegando a ter mais de mil funcionários. Nessa época, contava ainda com filiais em Campo Grande (MT) e Uberlândia (MG), exportando seus produtos para mais de dez países, com a produção concentrada nas máquinas de fenação, plantio, semeadura e colheita.

A empresa Menegaz S/A manteve o seu crescimento e diversificação de atividades, porém, desde o ano de 1987, deparou-se com uma crise sem precedentes neste setor produtivo.

Iniciou-se, então, período de grandes dificuldades financeiras até que, no final de 1991, foi levada a dificuldades incontornáveis e, finalmente, viu-se obrigada a pedir concordata, concedida em julho de 1992. Em 10 de maio de 1994, a empresa estava com impostos atrasados, de modo que a fábrica, por isso, foi tomada judicialmente pelo Estado do Rio Grande do Sul com penhora e usufruto, o qual nomeou dois administradores, todavia, em 13 de março de 1998, fora decretada a falência e o encerramento de todas as atividades.