Comemoração do Dia Municipal do Escritor

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Comemoração do Dia Municipal do Escritor

Em 30/11/2012, por Dilse Piccin Corteze


DILSE PICCIN CORTEZE[1]


No dia 7 de abril, juntam-se duas comemorações importantes para este sodalício. Além do aniversário da APL, comemoramos também o Dia Municipal do Escritor, criado, pela Lei 3764, em 16 de agosto de 2001, por iniciativa do então vereador Edison Nunes.

Esta data é de grande importância para Passo Fundo, Capital Nacional da Literatura, além de pólo regional universitário e centro difusor de cultura, no Planalto Médio gaúcho.

E também berço de centenas de escritores, com publicações em diversas áreas do conhecimento, que passam pelas ciências humanas, jurídicas, médicas, além de vários outros gêneros da literatura.

Sabemos que o livro envolve um suporte de importância cultural única, e está associado ao poder, devido ao saber que a ele é atribuído, e ao valor simbólico que representa na sociedade do conhecimento. Além disso, o livro ainda se constitui num elemento referencial no processo de ensino e aprendizagem.

Indica também sabedoria, status social e autoridade, decorrentes do saber que ele culturalmente possui. Sua história data de, aproximadamente, seis mil anos. Os vários povos utilizaram os mais diferentes tipos de materiais, para registrar a sua passagem pelo mundo, aprimorar e difundir seus conhecimentos e experiências.

Com o surgimento da imprensa, houve uma transformação da realidade das sociedades, antes totalmente orais, nos âmbitos sociais, culturais, políticos e religiosos.

Após a criação da imprensa, os eclesiásticos temiam que ela estimulasse a população comum, a estudar textos religiosos por conta própria, em vez de acatar o que era dito pelas autoridades. O Índice Católico dos Livros Proibidos, criado depois do Concílio de Trento, foi uma tentativa de lidar com esse problema.

Neste século XXI, percebemos que, apesar do surgimento do ebook, o fim do livro impresso está distante de ocorrer, pelo contrário, está acontecendo uma volta às origens, à busca pelo belo que dominava os exemplares antigos. Assim como afirma Chartier, “o mais provável para as próximas décadas é a coexistência, que não será forçosamente pacífica, entre as duas formas do livro, e os três modos de inscrição e de comunicação dos textos: a escrita manuscrita, a publicação impressa, o texto eletrônico”.

No decorrer dos tempos o livro evoluiu e é importante revermos seu conceito, para entendermos este processo evolutivo. O texto eletrônico não encerra a vida do livro impresso, nem a existência da leitura, mas abrange uma transformação nas formas de construir significados. À medida que o homem tiver necessidade de registrar sua história e seu pensamento, ele criará novos elementos que atendam às necessidades do seu tempo, permitindo uma leitura adequada aos objetivos de cada leitor.

Citamos o depoimento de uma aluna do ensino médio, de Passo Fundo, que afirma: “Prefiro ter o contato físico com o livro, porque ler não é só decifrar as palavras, as frases, mas também imaginar o que se encontrará na próxima página. O processo de leitura do livro é mais prático. É só abrir e ler”.

Referências

  1. Dilse Piccin Corteze é Mestre em História Regional pela UPF. Autora de vários livros e capítulos de livros, entre eles: “Ulisses va in America; História, Historiografia e Mitos da imigração italiana no Rio Grande do Sul. Membro da Academia Passo-Fundense de Letras, professora da Rede Municipal de Educação e das Faculdades IDEAU