APAE na história de Passo Fundo

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APAE na história de Passo Fundo

Em 07/08/2007, por Selma Gandini Costamilan

APAE Passo Fundo em 2007

Selma Costamilan


Entre as pessoas que se sobressaíram na história de Passo Fundo, fosse pela inteligência, fosse pelo dinamismo, estão Alice Sana Costi e seu esposo Zeferino Costi, que num só esforço, procuraram, sempre dentro de um trabalho consciente, não só a verdadeira realização de uma vida, mas viver também o sentido do outro, especialmente do diferente (excepcional). A essa sintonia é que cabe a responsabilidade da função da APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), bem como de seu sucesso: o funcionamento da escola.

Alice e Zeferino não possuem conhecimentos adquiridos em universidade, mas conservam em suas mãos, os conhecimentos e as experiências contidas no livro da vida humana e se empenham na solução dos problemas que se apresentam como uma única intenção, a promoção humana.

Em 1967, D. Alice deixa o conforto do lar e procura na comunidade o apoio para o problema do excepcional. E foi muito feliz, porque seguindo os pontos-chave indicados pelo marido conseguiu a conscientização e levou todos os poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário –, e a população em geral, a compreender que era necessário mudar de atitude e que a expressão: “É preciso fazer!” deveria ser substituída pela ação de imediato.

Funda-se a APAE em junho de 1967, e no mês seguinte sua presidente, Alice Costi, participa do III Congresso da Federação Nacional das APAEs, onde pelo interesse demonstrado da APAE de Passo Fundo, embora com quatro dias de vida, já conseguiu ser filiada à federação e participar oficialmente do congresso.

Para adquirir melhores conhecimentos sobre o assunto, seguiu para São Paulo e Rio de Janeiro, onde visitou 19 estabelecimentos de ensino especial, em institutos para crianças deficitárias, e regressou em setembro, certa de que, com amor e compreensão, muito se conseguirá de uma criança limitada.

Prossegue a campanha de conscientização da comunidade. Foram 43 palestras para alunos, pais e professores, no Círculo Operário, Rotary, Lyons, Interact, Seminários, Sindicatos, SESI, Câmara dos Vereadores etc.

Solicitou à Secretaria da Educação a criação da escola para excepcionais e, dadas as condições conseguidas pela presidente da APAE, para atender os requisitos exigidos, como: prédio mobiliado, participação espontânea de uma equipe de médicos e dentistas para triagem e atendimento às crianças, merenda escolar, biblioteca e o número de sócios capazes de manter a escola, o secretário de Educação atendeu ao pedido.

Em agosto de 1968, após um mês de trabalhos intensivos que vieram beneficiar não só a criança excepcional, mas a comunidade onde ela se encontra, a 31 de agosto, com a presença do secretário da Educação, e uma delegação da Secretaria de Educação composta de psicólogos, coordenadoras e responsáveis pelo Departamento do Ensino Especial, Passo Fundo foi contemplado com a abertura oficial da Escola da APAE, mais tarde denominada Escola O Sorriso do Amanhã.

As diretorias da APAE sempre enfrentaram dificuldades econômicas e de toda sorte. Os esforços e dedicação de toda a equipe – diretores, professores, funcionários, colaboradores – devem ser reconhecidos por toda a comunidade. Os presidentes foram: Alice Sana Costi (1967 a 1986) – idealizadora e fundadora (sua garra e entusiasmo foram fundamentais na concretização deste sonho, hoje realidade); Ivanilde Anna Marini (1986 a 1988); Noelly Sabegin Albuquerque (1988 a 1991; 1994 a 1999); Olenca Ferreira (1991 a 1994); Ana Cristina Albuquerque (1999 a 2002); Elba Ferreira da Costa (2003-2007); Caxiense Gayer (atual presidente).

Contando com a parceria da comunidade, muito a entidade avançou; novos programas foram instituídos, muitos alunos que estavam em fila de espera estão sendo atendidos.

No ano de 2000, iniciou o ano letivo com 299 alunos matriculados, findou ao ano de 2005, com 379 alunos. Nessa caminhada, de mãos dadas com a comunidade, criou-se estrutura física de novas salas de aula, equipamentos e recursos humanos para dar conta dessa clientela aumentada. Instalou-se o Centro de Equoterapia. Inaugurou-se uma creche para crianças especiais, manutenção das Casas Lares. Adquiriu-se um veículo para o transporte da equoterapia, dentre muitos outros investimentos para melhoria de atendimento especializado.

Diante dessa realidade, colaboradores e comunidade em geral, a APAE precisa incondicionalmente, continuar contando com esta parceria. Com ela muito já foi feito, mas muito ainda terá que fazer para que estas pessoas especiais possam continuar na busca de sua cidadania e inserção social com dignidade, segundo Elba Ferreira da Costa, ex-presidente.