República dos Coqueiros está de luto

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República dos Coqueiros está de luto

Em 31/05/2011, por Zulmara Izabel Colussi


República dos Coqueiros está de luto

ZULMARA COLUSSI[1]


Morreu, no sábado, aos 66 anos, o jornalista Argeu Santarém. Autor de polêmicas colunas como o Foca e a Coluna do Santa, publicadas por ON, ele também é autor do livro de crônicas. República dos Coqueiros.

A República dos Coqueiros está de luto. O corpo do jornalista Argeu Santarém foi sepultado, ontem à tarde, no cemitério municipal de Marau. O jornalista e ex-vereador de Passo Fundo morreu na tarde de sábado, no Hospital Pronto clínica, onde estava internado havia uma semana. Argeu Santarém era jornalista. Mais do que isso, foi combativo, audacioso e dono de um texto de dar inveja a qualquer profissional da área. Iniciou sua carreira na comunicação como narrador esportivo, na Rádio Alvorada de Marau. Natural daquele município, filho de Ildo e Helena Rigo Santarém. Argeu havia completado 66 anos no dia 12 de fevereiro. Estava aposentado, mas não deixou de escrever. Colaborava em O Nacional, com a coluna do Santa, publicada sempre na edição de final de semana.

Santarém também narrou jogos pelas rádios de Ijuí. Erechim. Livramento e em Passo Fundo, na antiga e já extinta Municipal e ex-rádio Passo Fundo. Iniciou no jornalismo propriamente dito, em 1968, no Jornal Diário da Manha. Na década de 70, começou a trabalhar em O Nacional, onde se manteve por quase todos estes anos ou como repórter, ou como colaborador. Chegou a chefiar a redação de ON em algumas oportunidades. Ficou conhecido por suas crônicas picantes, recheadas de fatos políticos. Era um crítico e fazia denúncias de corrupção. No período da ditadura, por conta de denúncias, foi chamado diversas vezes pelo regime militar a dar explicações. Foi correspondente de Zero Hora, fez trabalhos para o Jornal do Brasil, foi assessor parlamentar e também atuou na assessoria de imprensa do Palácio Piratini.

Escreveu um divertido livro de crônicas, chamado de A República dos Coqueiros, uma referência aos coqueiros existentes nos canteiros centrais da General Neto, em frente à Catedral Nossa Senhora Aparecida. As crônicas todas tinham origem em acontecimentos reais, que repercutiam no Bar Oásis, do qual era uni freqüentador assíduo.

"Ele era um profissional coerente e crítico. Era um amigo conservador, quando o assunto era amizade, e tinha unia capacidade extraordinária de transcrever com fidelidade as informações que lhes eram passadas. Jornalista nato e leal politicamente", descreveu Paulo Magio, atual secretário da administração. Foi autor das colunas O Foca e, ultimamente da Coluna do Santa. Também editou o jornal alternativo Ronda.

Um mestre

Para o jornalista Carlos Alberto Fonseca. Argeu Santarém foi um mestre. "Foi ele quem me levou oficialmente para o jornalismo e para O Nacional. Foi ali a minha verdadeira escola inicial de jornalismo, onde aprendi coisas que nenhuma faculdade me ensinou, junto com ele. com o Tasca, Décio, Tarso, o "seu Mucio* e depois, na segunda fase que passei pelo ON, com a Zulmara, a Fátima e muita sente boa. Santarém também me levou junto, quando assumiu a correspondência de Zero Hora na região de Passo Fundo, de onde parti, me distanciando dele, para uma carreira de 17anos na RBS. Articulado jornalista político desde a juventude, engrandeceu a Câmara no período em que legislou indo depois para a Assembléia, onde se aposentou e voltou para o nosso convívio, prazeroso, em redações, ou mesmo nas mesas dos bares, onde a turma da imprensa até hoje se reúne, e onde, mesmo com a saúde combalida. Santarém batia ponto".

Política

A politica também falou alto na vicia desse jornalista. Foi vereador pelo período de 1977 a 1983. Protagonizou alguns dos discursos mais inflamados da tribuna da Câmara. Mesmo sem mandato, manteve-se próximo das atividades políticas, assessorando a bancada do PDT na Assembléia, e também atuando no Palácio Piratini, na gestão de Alceu Collares. Argeu Santarém deixou três filhos: Larissa. Eduardo e Cassio, do primeiro casamento com a professora Rita. Estava casado há dez anos com a jornalista Rose Toledo Santarém.

Publicado na Revista Água da Fonte

Referências

  1. (Zulmara Colussi é jornalista e editora-chefe de O Nacional. Texto publicado em O Nacional, 8 de março de2010.)