Igrejas que crescem
Igrejas que crescem
Em 19/01/1996, por Paulo Domingos da Silva Monteiro
Uma das grandes preocupações dos cristãos é com o crescimento de suas igrejas; é saber porque algumas crescem, outras permanecem estagnadas e outras fecham as portas. Na verdade, quando falam em igreja (com i minúsculo) podemos referir-nos: a) as pessoas que se reúnem num determinado local. Já Igreja (com I maiúsculo) pode designar: a) o conjunto das igrejas cristãs; b) uma parte das Igrejas Cristãs – denominação. É importante fazer este esclarecimento inicial para que o leitor não afetivo a leitura do gênero dos livros que resenhamos nesta edição, consiga acompanhar o desenvolvimento do assunto.
A Abba Press Editora e Divulgadora Cultural Ltda., de São Paulo, tem acompanhado as preocupações de que falamos acima, aditando bons livros sobre o tema.
IGREJAS AMIGÁVEIS E ACOLHEDORAS, de George Barna, e DINAMIZANDO A IGREJA PARA CUMPRI A GRANDE COMISSÃO, de José Miguel Aquilera, são duas obras interessantíssimas, e que tive a oportunidade de ler nos últimos dias.
Mesmo tratando sobre o mesmo tema apresentam estilos diversos, porque seus autores têm dons- diferentes. George Barna é um cientista, um pesquisador que usa critérios científicos para analisar as diferenças de crescimento entre as igrejas; José Miguel Aquilera é um pastor, um ministro do Evangelho e seu instrumento de análise é extraído das lições testamentárias. Ambos são cristãos ardorosos. Por meios diferentes chegaram as mesmas conclusões.
É uma herança do racionalismo ver Ciência e Religião como forças excludentes. Hoje, quando há um consenso entre as mentalidades mais esclarecidas de que o racionalismo é limitado, vê-se que essa concepção é, um dos seus limites.
Tanto Barna quanto Aquilera vêm dois tipos de igreja no que se refere à ação: uma na qual o pastor é o centro de tudo e outra na qual ele é o dirigente de uma equipe em ação.
Barna defende a tese de que uma igreja para crescer deve concentrar-se em determinados ministérios. “Geralmente, (...), escreve ele, elas são capazes de atrair um número suficiente de pessoas à igreja, cumprindo alguns poucos ministérios-chave com excelência, em lugar de fazerem muitas coisas de forma merante adequada”. (p.55).
Aquilera e Barna concordam plenamente no fato de que as igrejas que crescem dedicam-se a alguma forma de evangelização, como ponto básico. Além de literatura (folhetos, livros, jornais e revistas) e outros meios de comunicação (rádio e televisão, entre outros), há métodos testamentários como a visitação e reunião nos lares, que se revelam de importância extrema para o crescimento das igrejas.
Para José Miguel Aquilera (p.40) “a atração “número 1”, e que sem dúvida deve marcar a vida de todas as igrejas, é uma pessoa se importando e convidando a outra”. Ora, isso é exatamente o que Barna afirma à página 42 de seu livro: “O ministério não gira em torno de programas, mas em torno de programas, mas em torno de pessoas”.
Para o crescimento de uma igreja, é fundamental o cumprimento da orientação do próprio Jesus, em Mateus 28.18-20: “E chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-se a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que, eu estou todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que, eu estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos. Amém”.
Isso significa o envolvimento dos quatro componentes da igreja para o crescimento na evangelização: A Congregação (igreja reunida), o Ministério ou Departamentos (organismos da igreja), Núcleos (organizações de base) e Duplas (pessoas do mesmo sexo que fazem visitação nos lares). (Aguilera p. 59 e segs.).
Ademais, deve-se criar um ambiente que favoreça o crescimento seguindo nove itens fundamentais: oração, declaração de propósito, organização simples, estratégia de comunicação, disposição para mudar, unidade na liderança, liderança capacitada e ativa no ministério pessoal, metas e submetas e, finalmente, operação pela fé.
Para concluir, remeto à leitura do Capítulo 9 (págs. 131 a 143), onde Aguilera apresenta uma lista de enfermidades fatais para as igrejas, que começam quando alguém vai a uma igreja e não encontra uma pessoa sequer para recebê-lo.
O CIDADÃO
19/01/96