Academia de Bocha Amigos do Marcondes

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Academia de Bocha

Amigos do Marcondes

Descrição da obra
Autor Welci Nascimento
Título Academia de Bocha

Amigos do Marcondes

Subtítulo um estilo de vida
Assunto História
Formato E-book (formato PDF)
Editora Projeto Passo Fundo
Publicação 2012
Páginas 64
ISBN 978-85-64997-59-2
Impresso Formato 15 x 21 cm
Editora Passografic
Publicação N/I

Academia de Bocha Amigos do Marcondes Certo dia, o Marcondes, contando mais um dos seus causos, durante uma festividade na Academia, fez uma comparação interessante. Dizia ele: - “A vida, mal comparando, é como um metro. Quando nascemos, ele está intacto. Ao longo do tempo, ele vai se consumindo”. E, não querendo assustar ninguém, disse que muitas pessoas do grupo da Academia de Bocha já tinham consumido boa parte dessa medida. Bem, antes que todos consumam essa tal medida, resolvemos registrar uma experiência de vida, onde um grupo de homens, idosos, pratica o esporte da bocha, num clima de pura amizade. Dedicamos nossas alegrias a cada senhora, esposas dos “acadêmicos” da bocha amigos do Marcondes.

Apresentação

Primeiro Capítulo, pelo Autor

JOGO DE BOCCIE (Bocha)

O jogo de bocha é um dos mais antigos do mundo. Ele é da época dos imperadores romanos, segundo consegui apurar.

Sua origem é de dois mil anos atrás e a difusão mundial desse esporte deve aos italianos. Dizem que sua origem vem do Egito e Grécia, quando era jogado com esferas de pedra, ao ar livre. Das esferas de pedra, às bolas de plástico especial, a bocha evoluiu e difundiu-se no Rio Grande do Sul e em todo o Brasil. Há pouco tempo as bochas eram fabricadas de madeira de lei, chamadas de bochas rigas e lisas.

O esporte da bocha chegou ao Brasil com a colonização italiana, se difundindo, principalmente, no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Será que é por isso que na Academia de Bocha Amigos do Marcondes dois terços dos jogadores são de origem italiana? Com certeza.

“Vai bochar”! – é o que mais se ouve numa partida de bocha. Tudo é feito com seriedade, precisão, concentração e, a cada esperança de ponto, a vibração é intensa. O juiz, com seus medidores de madeira, tira a teima a cada instante, a cada bocha jogada, todos juntos, sem discutir o resultado. Na Academia de Bocha dos Marcondes, “tudo corre assim mesmo.”

O que se sente na bocha é uma grande confraternização. É um jogo de parceria. Os parceiros jogam de um ado da cancha (cabeceira) e se revesam. Quando dois ou mais jogam, os outros observam. Lá na Academia dos Amigos do Marcondes, ninguém fica olhando. Se dá um jeito para que todos joguem, ao mesmo tempo. O jogo é constituído de quatro bolas de plástico e quatro de outra cor, ou seis, conforme a formação das equipes. O bolim é o elemento principal do jogo, sobre o qual se desenvolvem as jogadas.

Na Academia de Bocha Amigos Marcondes, joga-se bocha, pelo simples prazer de jogar. É pura diversão. No dizer de Mognon, “ganhe quem ganhar, o importante é jogar!” Em resumo: O importante é se divertir, para não sentir o tempo passar, porque, este, é inexorável. Passa mesmo.

O silêncio externo condiciona o silêncio interno, criando um clima de harmonia e desejando a paz. É no silêncio da aprazível propriedade rural do Marcondes que 18 homens, sexagenários, mais pra lá do que pra cá, jogam bocha se divertindo. Esse silêncio, no entanto, às vezes, é quebrado pelas gargalhadas do Mognon, pelos gritos de: “Vou bater”! do Poltronieri ou do Taschetto, pelos lamentos do Sarturi de: “quase acertei”! ou das expressões italianas do Vanni: “sacramenta”!

A rivalidade é pouco sentida entre os membros das equipes. Na verdade, o que se sente é uma intensa confraternização. Já se disse que a bocha é pura amizade, acima de tudo. O que é mais notável na bocha é a disciplina. Entre nós não foge à regra.

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Referências