Rememorações do Nosso Passado
Rememorações do Nosso Passado | |
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Descrição da obra | |
Autor | Francisco Antonino Xavier |
Título | Rememorações do Nosso Passado |
Assunto | História |
Formato | Digitalizado (formato PDF) |
Editora | Imprensa Oficial |
Publicação | 1957 |
Páginas | 60 |
ISBN | N I |
Impresso | Formato 21 cm |
Editora | Imprensa Oficial |
Publicação | 1957 |
Rememorações do Nosso Passado A sociedade abolicionista a cujo aparecimento alude o precedente artigo, deixara assentado, na sua fundação, que anualmente, no dia próprio, comemoraria a Independência Nacional cem uma festa em que, à custa dos fundos sociais, fossem libertadas crianças no seu programa compreeendidas.
Apresentação
Primeiro Capítulo, pelo Autor
Esta colaboração teria sido mais oportuna ontem, porque era o dia consagrado à comemoração da Lei Aurea que extinguiu o último reduto da escravidão na América.
Não obstante, poderá hoje surtir o mesmo efeito, e talvez em melhores condições, dado o surgir fóra dessa psicologia especial que as grandes datas do calendário cívico abrem na mentalidade dos povos.
Hoje, pois, com mais precisão poderá o tema ser encarado em toda a sua urdidura, e portanto, de modo a deixar mais claro o papel, que me proponho estudar, destas plagas na inolvidáyel cruzada, que, erguendo alterosas vagas na opinião liberal da Pátria, levou a princesa d. Isabel, ai regente do Império, a promulgar a imortal resolução da Assembleia Geral que tão brilhante conquista vinha a realizar.
De que a causa determinante do 13 de Maio foi essa, é prova robusta o movimento notável e decisivo que a causa da abolição dos cativos despertou aqui, e mercê do qual podemos, hoje, dizer que a Lei Aurea encontrou o Município já libertado da mancha do cativeiro, pois que da massa escrava que nele houvera, só restavam então os cativos que, pertencentes a órfãos, interditos e ausentes, por isso não tinham podido ser atingidos pela rajada liberal que sacudira o civismo da terra em favor da grande obra nacional da redenção do infeliz elemento atingido pela servidão.
Melhor que palavras, porém, falam dentro da necrópole que é o passado, incitando o dia de hoje a análogos gestos e atitudes, os factos que entram a ser relembrados.
Foi primeiro marco da epopeia abolicionista em Passo Fundo, e sem dúvida altamente glorioso não só pelo seu alcance e resultados, como, ainda, por ser plantado antes mesmo da própria lei do Ventre Livre, a fundação da sociedade que visava a emancipação de crianças do sexo feminino, ocorrida a 13 de Agosto de 1871 com a presença de numerosa e selecta assembleia, e na qual se destacaram o dr. Cândido Lopes de Oliveira e o major Antônio Ferreira Prestes Guimarães, aquele no carácter de presidente e expositor do nobre fim colimado, e este, no de secretário e decidido paladino do movimento.
Em "Annaes do Município de Passo Fundo", vol. I[1], se pode ver quão bela foi essa obra inicial, em cuja acta e como primeiro, fruto concreto dela, quatro dos presentes subscreviam concedendo a liberdade, cada um deles, a uma escrava.
Alvorecer radiante de uma jornada que viria enobrecer o civismo da terra, pois que colocava acima do interesse particular o sentimento de humanidade e o desejo de concorrer para que a Pátria pudesse nivelar seus filhos, aperfeiçoando suas instituições pela igualdade deles, decerto que a bandeira, assim desfraldada, sacudida por uma propaganda tenaz pelos batalhadores que a sustentavam, não poderia deixar de constituir alicerce o mais sólido para um resultado condigno do patriotismo que nela se patenteava tão exuberantemente.
O tema, porém, não é de molde a ser esgotado em um só artigo, razão _pela qual será continuado noutros.
Índice
- Passo Fundo na Abolição 3
- A República em Passo Fundo 15
- Passo Fundo de 1888 25
- Serviço Judiciário 37
- A colonização do município 47
- O trigo em Passo Fundo 51
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Referências
- ↑ Annaes do Município de Passo Fundo, do Autor deste trabalho.