Rio Grande de São Pedro
Rio Grande de São Pedro | |
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Descrição da obra | |
Autor | Welci Nascimento |
Título | Rio Grande de São Pedro |
Assunto | História |
Formato | E-book (formato PDF) |
Editora | Projeto Passo Fundo |
Data da publicação | 2014 |
Número de páginas | 147 |
ISBN | 78-85-8326-079-0 |
Impresso | Formato 15 x 21 cm |
Editora | Projeto Passo Fundo |
Publicação | 2014 |
Rio Grande de São Pedro Este pequeno livro, sintetiza alguns episódios que se desenrolam na terra gaúcha do Rio Grande do Sul, sua origem, sua gente, sua história, seus costumes... São fatos já contados pela nossa gente, porem, numa linguagem simples e ilustrada, organizadas pelo professor Welci Nascimento. É mais uma contribuição para a formação cultural dos nossos peões e prendas do Rio Grande de São Pedro.
Apresentação
Primeiro Capítulo, pelo Autor
1. NO INÍCIO...
“No início, pouca gente havia, mas havia, nas terras gaúchas. No litoral norte, na planície, os índios carijós pescavam, coletavam, mariscos, comiam, depois amontoavam conchas e outros restos de comida em sambaquis.
Nos campos de cima da serra, os Ibiraiaras coletavam raízes, frutas e, no inverno, se fartavam com pinhões das araucárias.
Nas emaranhadas matas do rio Uruguai, os guananás caçavam com seus arcos e flechas.
Nas verdes campinas da campanha, onde as árvores eram escassas, os güenoas derrubavam em bolhadeiras de pedras os velozes veados e avestruzes... Nômades, não havia o que fizessem sentir pouso.
Nos domínios das melhores terras, as várzeas do rio Jacuí, margens do Ijuí e médio Uruguai, estavam os guaranis. Esses também coletavam dádivas da natureza, especialmente as folhas da erva mate que, desidratadas e trituradas, resultavam numa bebida tônica preventiva do campo. Esses indígenas eram, principalmente, agricultores. Cultivo do milho, da mandioca e do algodão, assegurava-lhes superioridade sobre os outros...” (Barbosa Lessa)
Esse era o retrato do Rio Grande, antes da chegada do “homem civilizado”, descrito na imaginação do historiador e folclorista Barbosa Lessa. Muito tempo depois, o botânico francês August de Saint – Hilair percorreu o Rio Grande, em 1821 e assim descreve: “A fronteira meridional do Rio Grande do Sul, há muito tempo, goza apenas curtos intervalos de paz. Os soldados que combateram a Espanha são todos naturais da própria Capitania, dotados de um sentimento nacional, que só a guerra faz nascer...” O homem branco tinha chegado por aqui. De um lado os portugueses, do outro os espanhóis. Lutas ferrenhas foram travadas, para demarcar terras. Queriam fazer valer seus domínios. E as terras do sul do Brasil passam a ter várias denominações. São Pedro foi a primeira, Continente de São Pedro, Porto de São Pedro...
E os indígenas juntaram-se aos portugueses e aos negros que aqui chegaram, escravizados pelos europeus. Tentaram escravizar os indígenas, não conseguiram. O negro não consegue se ambientar no sul, em virtudes das grandes geadas gaúchas. As lides campeiras não eram muito bem desempenhadas por eles. Os negros preferiram os canaviais e as zonas mais quentes, onde melhor se adaptaram. Dai, porque os primeiros negros escravos do Rio Grande do Sul eram mais aproveitados nos lugares desérticos e, mais tarde, nas charqueadas no Sul do Estado. Logo vieram os filhos, fazendo-se ginetes e bons domadores.
O braço negro deu notável impulso aos primeiros criadores de gado e o sentimento da mulher negra foi colocado, inteiramente, em favor das famílias brancas, que se criavam no deserto descampado do pampa. O devotamento e abnegação da mulher negra da mãe preta possibilitaram a criação e a procriação do branco, amamentando-o quando criança recém-nascida. Nos arranchamentos, a preta velha era a alma da estância, o espirito dedicado de amor e de carinho nas horas amargas.
Depois começaram a chegar na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul muita gente: alemães, italianos, poloneses, sírios, judeus... que, aos poucos, transmitiram suas vivências e assimilaram as do Continente.
Dessa mescla ética, surge o gaúcho cheio de sentimentos nativistas, orgulhosos do fogo, da liberdade. Muito sangue derramado, muitas vidas tombadas, fundiram a alma do homem do Rio Grande, da mulher. A consciência de liberdade nutria a alma desse povo. Esses fatores, marcados por virtudes, vivências, costumes, aos poucos, com o passar dos anos, de pai para filho, de geração em geração, foram transmitidas, dando lugar à tradição.
Índice
- LAMENTO DO PASTOREIO............................................ ........ 5
- DOIS DEDOS DE PROSA......................................................... 7
- 1. NO INÍCIO... .......................................................................... 9
- 2. ONDE COMEÇOU O RIO GRANDE? ................................. 15
- 3. O GAÚCHO.......................................................................... 19
- 4. O CONTINENTE DE SÃO PEDRO...................................... 25
- 5. RIO GRANDE CENÁRIO DE GUERRAS ............................ 29
- 6. A REVOLUÇÃO FEDERALISTA DE 1893.............................33
- 7. ONDE NOS SITUAMOS? .....................................................37
- 8. SOMOS DIFERENTES? ..................................................... 39
- 9. A VALENTIA DO GAÚCHO.................................................. 43
- 10. SÍMBOLOS RIO – GRANDENSES.................................... 47
- 11. RODA DE CHIMARRÃO..................................................... 51
- 12. OS IMIGRANTES ESTÃO CHEGANDO ........................... 53
- 13. A CHAMA CRIOULA........................................................... 59
- 14. O GAÚCHO, SEGUNDO GLAUCUS SARAIVA ................. 63
- 15. A PRIMEIRA CAPITAL FARROUPILHA.............................. 65
- 16. O MOVIMENTO TRADICIONALISTA GAÚCHO ................ 69
- 17. OS CENTROS DE TRADIÇÕES GAÚCHAS ..................... 73
- 18. FOLCLORE, REGIONALISMO, TRADICIONALISMO ....... 75
- 19. A CARRETA E OS CARRETEIROS.................................... 81
- 20. O NEGRO........................................................................... 85
- 21. REVOLUÇÃO FARROUPILHA .......................................... 89
- 22. O LIRISMO DOS FARROUPILHAS ................................... 97
- 23. A RIVALIDADE ENTRE SERRANOS E FRONTEIRISTAS. 99
- 24. MARAGATOS.................................................................... 103
- 25. A IGREJA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO.............. 105
- 26. AS FONTES D’AGUAS...................................................... 111
- 27. ANITA DE GARIBALDI....................................................... 117
- 28. AS CHARQUEADAS ......................................................... 121
- 29. OS SETE POVOS DAS MISSÕES: SÃO MIGUEL ........... 123
- 30. O CAUDILHO E O MÉDICO............................................... 127
- 31. O GAÚCHO E O CAVALO.................................................. 131
- 32. “O GAÚCHO MORREU, DESDE QUANDO”?................... 135
- REFERÊNCIAS ...................................................................... 139
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A versão e-book foi lançada na 28ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 31 de outubro a 9 de novembro de 2014.