Instituições de ensino superior
Instituições de ensino superior
Em 07/08/2007, por Eduardo Roberto Jordão Knack
Eduardo Roberto Jordão Knack[1]
Para pesquisar a história do ensino superior de Passo Fundo é imprescindível iniciar com a instituição pioneira nesse processo – a Universidade de Passo Fundo (UPF) e os movimentos que a solidificaram. A UPF surge da fusão de duas entidades de 1950, a Sociedade Pró-Universidade de Passo Fundo, que tinha como objetivo fomentar cursos superiores para formar novos professores devido expansão do ensino na região. Também com esse objetivo, foi fundado o Consórcio Universitário Católico em 1956.
Através da fusão dessas duas entidades, nasce a Fundação UPF. Esse foi o início do ensino superior em Passo Fundo, que criou uma instituição sólida, hoje com 1.202 professores de 48 cursos de graduação, com diversos cursos de especialização, cinco mestrados, um doutorado e várias atividades voltadas a pesquisa e extensão.
Outra instituição importante, que expandiu as atividades de ensino superior foi o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) . Foi instalado em Passo Fundo na década de 1950, devido à modernização do campo e o crescimento de atividades urbanas que exigiam profissionais cada vez mais especializados. O Senac de Passo Fundo oferece à comunidade cursos técnicos de nível médio, cursos de graduação, especialização e investe em atividades de pesquisa e extensão.
Também é importante mencionar o Instituto Superior de Filosofia Berthier (IFIBE), criado pelo Instituto da Sagrada Família (ISAFA) em 1981. Começou suas atividades em 1982 para o estudo e a pesquisa de filosofia dos membros da Congregação dos Missionários da Sagrada Família (MSF). Mas no transcorrer dos anos de 1980, abriu as portas para o ingresso de membros da comunidade geral. Atualmente, continua com o curso de filosofia, também agrega cursos de especialização e atividades de pesquisa e extensão.
Em 2001, foi criada outra instituição de ensino superior, a Faculdade Planalto. A instituição mantenedora da FAPLAN, a Sociedade Educacional Garra, foi criada em 1989.
Apenas em 2001 inicia atividades de ensino superior, através da Faculdade de Administração.
Hoje já oferece um curso de especialização e diferentes cursos de graduação. A IMED Faculdade Meridional tem origem em 2001. Em 2003, a IMED iniciou suas atividades de ensino superior com cursos de pós-graduação na área do direito em convênio com o Instituto de Pesquisa e Estudos Jurídicos e o Complexo de Ensino Superior de Santa Catarina / CESUSC. Posteriormente, abre seus cursos de graduação em direito e outras áreas.
Em 2003, começa a ser planejada a Portal Faculdades. Efetivada em 2005, oferece cursos de Ciências Contábeis, Sistemas de Informação e Administração. Em parceria com outras instituições a Portal, além de cursos de graduação, oferece diversos cursos de especialização.
Consideramos as instituições citadas acima como exemplo do processo de solidificação do ensino superior que tornou Passo Fundo uma cidade pólo na área da educação.
Através do breve histórico de cada instituição, podemos refletir um pouco a respeito do tema deste ensaio.
As duas primeiras instituições nascem em um momento de expansão urbana e modernização do município. A UPF é resultado da consolidação da educação na cidade8 e do crescimento populacional, responsável pela necessidade de mais escolas de ensino básico na região. O Senac, também originado nesse processo de transformação, atende a necessidade de profissionalizar uma mão-de-obra urbana para trabalhar em atividades do comércio e da indústria nascente.
No início do ano 2000, Passo Fundo recebe um aumento considerável da oferta de cursos superiores e profissionalizantes, quadro que caracteriza uma nova conjuntura. Esse boom do ensino superior na cidade certamente não é um caso isolado, está inserido no processo de modernização e na velocidade das transformações tecnológicas que todo o mundo enfrenta.
As instituições privadas com fins lucrativos crescem cada vez mais. Vistas por uns como beneficio para sociedade, abrindo novas vagas e expandindo o mercado de trabalho, e por outros, receosos quanto ao resultado dessa expansão, são vistas como mercantilização do ensino9 .
O ensino superior, nesse contexto, merece ser questionado. As instituições e seus alunos devem se perguntar: o ensino superior produz cultura, conhecimento, ou é apenas mais uma fria relação mercantil? Um bom caminho, entre tantos outros, para sair desse dilema, é o investimento em atividades de pesquisa e extensão, em parceria com instituições públicas e filantrópicas, pare expandir o seu campo de ação, o que poderia qualificar mais os seus alunos e beneficiar a sociedade sem deixar de lado a lucratividade.
Referências
- ↑ Mestrando em História - UPF