Érico Lopes Veríssimo
Érico Veríssimo | |
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Nome completo | Érico Lopes Veríssimo |
Nascimento | 17 de dezembro de 1905 |
Local | Cruz Alta/RS |
Morte | 28 de novembro de 1975 |
Local | Porto Alegre/RS |
Ocupação |
Érico Lopes Veríssimo filho de Sebastião Verissimo da Fonseca e Abegahy Lopes Verissimo. nasceu em Cruz Alta (RS) em 17 de dezembro de 1905, casou-se em Cruz Alta, em 1931, com Mafalda Halfen Volpi. Tiveram dois filhos, Clarissa, nascida em1935, e Luis Fernando, em 1936, faleceu em Porto Alegre em 28 de novembro de 1975, com 70 anos de idade
Biografia
O grande escritor gaúcho Erico Lopes Verissimo nasceu em Cruz Alta (RS) em 17 de dezembro de 1905 e faleceu em Porto Alegre em 28 de novembro de 1975, com 70 anos de idade. Era filho do farmacêutico e estancieiro Sebastião Verissimo da Fonseca e Abegahy Lopes Verissimo. Casou-se em Cruz Alta, em 1931, com Mafalda Halfen Volpi. Tiveram dois filhos, Clarissa, nascida em1935, e Luis Fernando, em 1936, um dos maiores escritores gaúchos da atualidade. Com sete anos de idade, iniciou os estudos primários, frequentando simultanemente o Colégio Elementar Venâncio Aires de Cruz Alta e a Aula Mista Particular da professora Margarida Pardelhas. Desde jovem, destacou-se pelo gosto pela leitura e, desde os 13 anos de idade, lia autores nacionais como Coelho Neto, Aluisio Azevedo, Joaquim Manoel de Macedo, Afrânio Peixoto e Afonso Arinos e autores estrangeiros como Walter Scott, Tolstoi, Eça de Queiroz, Emile Zola e Dostoievski.
Em 1920, mudou-se para Porto Alegre para estudar, em regime de internato, no Colégio Cruzeiro do Sul. A família mudou-se para Porto Alegre em 1924. Seu primeiro trabalho para ajudar no orçamento familiar de sua mãe, recém-separada, foi de balconista no armazém do tio Americano Lopes. Lia autores como Euclides da Cunha, Monteiro Lobato, Oswald e Mário de Andrade. Fazia traduções do inglês e francês, começou a escrever escondido seus primeiros textos e foi trabalhar na matriz do Banco Nacional do Comércio, mas apresentou problemas de saúde e foi demitido. Uma vez curado da enfermidade, empregou-se numa seguradora, mas não se adaptou.
Devido às dificuldades financeiras, a família voltou a Cruz Alta em 1925, onde voltou a trabalhar no Banco Nacional do Comércio, como chefe da carteira de descontos. Nessa época, tomou gosto pela música lírica, que passou a ouvir na casa de seus tios Catarino e Maria Augusta. Seus primos, Adriana e Rafael, filhos do casal, seriam os primeiros a ler seus escritos. Abandonou a vida de bancário para se tornar sócio da Pharmacia Central, em Cruz Alta, no ano de 1926. Em 1927, começou a dar aulas particulares de literatura e inglês e iniciou um namoro com sua vizinha Mafalda Halfen Volpe, de 15 anos. Possivelmente, publicou seu primeiro escrito Um conto de natal, no mensário Cruz Alta em Revista. Mas sua vida de escritor deslanchou a partir da publicação do conto Ladrões de gado e A tragédia dum homem gordo, na Revista do Globo, Porto Alegre, em 1928. Em seguida, publicou o conto A lâmpada mágica no Correio do Povo, que lhe deu notoriedade no meio literário.
Em 1930, mudou-se novamente a Porto Alegre, ao fechar a farmácia, disposto a viver de seus escritos. Passou a conviver com escritores como Mario Quintana, Augusto Meyer e Guilhermino César. Em 1931, começou a trabalhar como secretário de redação da Revista do Globo e lançou sua primeira tradução, O sineiro, de Edgar Wallace, pela Seção Editora da Livraria do Globo. No mesmo ano traduziu O círculo vermelho e A porta das sete chaves e colaborou na página dominical dos jornais Diário de Notícias e Correio do Povo. Em 1932, foi promovido a diretor da Revista do Globo.
Com a edição de Fantoches, pela Livraria do Globo, em 1932, iniciou sua brilhante carreira literária. Com o lançamento do livro Olhai os lírios do campo, a partir de 1938, foi o início do reconhecimento nacional do autor, e, mais tarde, o reconhecimento internacional. Esse livro foi transformado em novela pela Rede Globo, em 1980.
Em 1934, viajou pela primeira vez ao Rio de Janeiro, encontrando-se com Jorge Amado, Murilo Mendes, Augusto Frederico Schmidt, Carlos Drumond de Andrade, José Lins do Rego e outros. Em 1936, publicou seu primeiro livro infantil, As aventuras do avião vermelho, e depois Um lugar ao sol. Criou o programa infantil: O Clube dos Três Porquinhos, na Rádio Farroupilha, a convite de Frederico Arnaldo Balvé. Surgiu a Coleção Nanquinote, com os livros Os três porquinhos pobres, Rosa Maria no castelo encantado e Meu ABC. Também lançou a revista A novela, de textos de entretenimento. Nesse mesmo ano, foi eleito presidente da Associação Rio-Grandense de Imprensa (ARI).
Em 1941, passou três meses nos Estado Unidos, a convite do Departamento de Estado, pu- blicando suas impressões na obra Gato preto em campo de neve. Em 1942, publicou o livro O resto é silêncio, que recebeu forte crítica do clero de Porto Alegre. Temendo represálias da ditadura Vargas, causando danos à sua família, mudou-se aos Estados Unidos para lecionar Literatura Brasileira na Universidade da Califórnia, em Berkley. A partir de 1943, divulgou a literatura e a cultura brasileira no exterior, através de conferências e cursos, nos mais diferentes países (México, Equador, Peru, Uruguai, França, Espanha, Portugal, Alemanha, dentre outros).
Em 1944, o Mills College, de Okland, Califórnia, onde lecionava Literatura e História do Brasil, conferiu-lhe o Título de Doutor Honoris Causa. Foi publicado o compêndio Brazilian Literature: an outline, baseado em palestras e cursos ministrados, que foi publicado no Brasil em 1955, com o título de Breve história da literatura brasileira. Em 1946, publicou A volta do gato preto, sobre sua vida nos Estados Unidos.
Um de seus trabalhos mais notáveis, O tempo e o vento, romance dividido em três partes: O continente, O retrato e O Arquipélago, começou a ser escrito em 1947 e concluído em 1962, ultrapassando 2.200 páginas. Essa obra, O tempo e o vento, foi adaptada pela TV Excelsior, em 1967, e numa série, em 1985, pela Rede Globo. Com o mesmo sucesso, destacaram-se também as obras O senhor embaixador (1965), O prisioneiro (1967) e Incidente em Antares (1971). Em 1967, escreveu uma pequena autobiografia, sob título O escritor diante do espelho. Quando morreu, estava escrevendo o segundo volume de Solo e clarineta, seu livro de memórias, lançado, em 1976, organizado por Flávio Loureiro Chaves.
Erico Verissimo, sem dúvida foi um dos maiores escritores brasileiros. Somente para a Globo, traduziu 50 títulos, do inglês, francês, italiano e espanhol. Seus 33 livros foram traduzidos e publicados em quase todo o mundo, destacando-se Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália, Alemanha, Áustria, México, URSS, Noruega, Holanda, Hungria, Romênia, Argentina, dentre outros. Também é um dos escritores brasileiros mais agraciados com premiações. Em 1934, já conquistava o Prêmio Machado de Assis, com Música ao longe, pela Livraria Nacional; em 1935, pela Fundação Graça Aranha, com o livro Caminhos cruzados; os prêmios Jabuti, categoria romance (1966); Juca Pato (1967); Personalidade do Ano (1972) e o Prêmio Literário de Fundação Moinhos Santista (1973). Em 1964, a Câmara Municipal de Vereadores concedeu-lhe o título de Cidadão de Porto Alegre.
Na casa onde Erico Verissimo nasceu, em Cruz Alta, foi implantado o Museu Casa de Erico Verissimo, em 1969, e transformado em Fundação Erico Verissimo em 1986. Em 1982, a esposa do autor, Mafalda, e a professora Maria da Glória Bordini, da PUC-RS, iniciaram a organização dos documentos por ele deixados. Organizada pela professora Maria da Glória Bordini, publicou-se, em 1997, A liberdade de escrever, coletânea de entrevistas do autor sobre política e literatura. Em 2002, a Globo, iniciou a edição definitiva da obra completa do autor. Foi também inaugurado, em Porto Alegre, o Centro Cultural Erico Verissimo, destinado à preservação do Acervo Literário e da memória literária do Rio Grande do Sul.
Títulos, prêmios e honrarias
Livros e publicações de sua autoria
Livros e publicações com sua participação
Conteúdos de seu acervo
Conteúdos relacionados
- 1939 - José Pedro Pinheiro, Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 24[3]
- 1975 - Sabino Ribas Santos, Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 24[4]
- 1988 - Marilda Kirst Parizzi, Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 24[5]
- 2005 - José Antônio Machado, Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 24[6]
- 2010 - Elmar Luiz Floss, Acadêmico ocupante da cadeira APLetras nº 24[7]
Referências
- ↑ SANTOS, Sabino R. (1965). Academia Passo Fundense de Letras: Breve Histórico. Passo Fundo: NI. 80 páginas. 30-33
- ↑ «Lei Ordinária 1985 2155 de Passo Fundo RS». leismunicipais.com.br.
- ↑ SANTOS, Sabino R. (1965). Academia Passo Fundense de Letras: Breve Histórico. Passo Fundo: NI. 80 páginas. 39
- ↑ SANTOS, Sabino R. (1975). Anuário APLetras 1975. Passo Fundo: Berthier. 70 páginas. Fragmento
- ↑ LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas 52
- ↑ LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas 54
- ↑ LECH, Osvandré LC. (2013). 75 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Passo Fundo: Méritos. 312 páginas 57