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'''Lares: e outros poemas''' '''1''' Cidade oferecida: contratempo/ evocado em sirenes (autoridade / inconsentida)./ Troféu escaldado/ em ruas de pouco/ tráfego./ Trôpego caminho/ engole ritos/ e a arritmia/ espaçada/ em degraus./ Figura sentada/ no batente: latente/ hora/ do reencontro. | |||
'''Lares: e outros poemas''' | |||
'''2''' Observa a porta entreaberta/ e sabe o horário perdido./ O corpo pende/ sobre o nada/ (efeito /pintado em adorno)./ Fracassam os heróis/ do amanhã. O sono/ fecha a porta. | |||
'''3''' Em ruas/ becos/ aniversariam/ o despropósito/ do não retorno./ Questão: ter ido/ embora não altera/ a paisagem./ Sombras gostam das luzes/ estáticas: em ângulos indistintos/ refulgem ruas despreparadas/ ao faz de conta. | |||
'''4''' Juventude administrada/ em atualizações constantes./ A tensão invade/ a vida e a transforma/ em iniquidade:/ idade/ transmudada/ em exames./ (Não resiste à análise/ e se refugia)./ O jovem atravessa/ a rua e seu lar/ o acolhe em lembranças. | |||
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Pedro Ou Bois trabalha as influências advindas de suas leituras; seus textos demonstram a sua autenticidade como escritor, acima das convenções, com absoluta proficiência: ''"anos passados/ em lares resistentes".'' Marca as palavras de forma continuada, mesmo na descontinuidade com que atrai o leitor na precisão de quem respira nossa humana transitoriedade: ''"Mercadejo/'' a vida como se apresenta/ desconto/ ''aumento/ desagio/ o corpo/ no caminho".'' Do cotidiano traz a constatação do mundo que nos cerca: ''"... porque tenho a verdade/ cala minha boca/ em representativas bancadas".'' Sou entusiasta da força e da beleza de sua escrita, que ele apresenta nua e desprovida de ornatos; clara e dolorida quando retrata a realidade. Pedro quebra símbolos, rasga as formas e (re)constrói para (re)criar; com lucidez pertinente combate os reveses no jogo metafórico entre posições e percepções, capturando os fluxos da nossa humanidade. | |||
== Índice == | |||
* Lares 07 | |||
* Doces Caseiros 73 | |||
* Outros Poemas 103 | |||
* Extrato 157 | |||
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Latest revision as of 16:50, 5 February 2022
Lares | |
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Descrição da obra | |
Autor | Pedro de Quadros Du Bois |
Título | Lares |
Subtítulo | e outros poemas |
Assunto | Poesia |
Formato | Livro (formato PDF) |
Selo | Projeto Passo Fundo |
Publicação | 2020 |
Páginas | 216 |
ISBN | 978-65-00-12281-7 |
Formato | Papel 15 x 21 cm |
Editora | do Autor |
Publicação | 2020 |
Lares: e outros poemas 1 Cidade oferecida: contratempo/ evocado em sirenes (autoridade / inconsentida)./ Troféu escaldado/ em ruas de pouco/ tráfego./ Trôpego caminho/ engole ritos/ e a arritmia/ espaçada/ em degraus./ Figura sentada/ no batente: latente/ hora/ do reencontro.
2 Observa a porta entreaberta/ e sabe o horário perdido./ O corpo pende/ sobre o nada/ (efeito /pintado em adorno)./ Fracassam os heróis/ do amanhã. O sono/ fecha a porta.
3 Em ruas/ becos/ aniversariam/ o despropósito/ do não retorno./ Questão: ter ido/ embora não altera/ a paisagem./ Sombras gostam das luzes/ estáticas: em ângulos indistintos/ refulgem ruas despreparadas/ ao faz de conta.
4 Juventude administrada/ em atualizações constantes./ A tensão invade/ a vida e a transforma/ em iniquidade:/ idade/ transmudada/ em exames./ (Não resiste à análise/ e se refugia)./ O jovem atravessa/ a rua e seu lar/ o acolhe em lembranças.
Apresentação
Apresentação, por Tânia Du Bois
Pedro Ou Bois trabalha as influências advindas de suas leituras; seus textos demonstram a sua autenticidade como escritor, acima das convenções, com absoluta proficiência: "anos passados/ em lares resistentes". Marca as palavras de forma continuada, mesmo na descontinuidade com que atrai o leitor na precisão de quem respira nossa humana transitoriedade: "Mercadejo/ a vida como se apresenta/ desconto/ aumento/ desagio/ o corpo/ no caminho". Do cotidiano traz a constatação do mundo que nos cerca: "... porque tenho a verdade/ cala minha boca/ em representativas bancadas". Sou entusiasta da força e da beleza de sua escrita, que ele apresenta nua e desprovida de ornatos; clara e dolorida quando retrata a realidade. Pedro quebra símbolos, rasga as formas e (re)constrói para (re)criar; com lucidez pertinente combate os reveses no jogo metafórico entre posições e percepções, capturando os fluxos da nossa humanidade.
Índice
- Lares 07
- Doces Caseiros 73
- Outros Poemas 103
- Extrato 157