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Estádio Tingaúna, Dados Históricos
Em 24/11/2010, por Marco Antonio Damian
Estádio Tingaúna
Marco Antonio Damian
ESTÁDIO TINGAÚNA O Independente Grêmio Atlético de Amadores havia sido criado há dez anos e ainda não tinha estádio próprio. Era inadmissível que um clube de futebol, cujos sócios pertenciam à alta sociedade passo-fundense, jogasse no acanhado campo da Vila Exposição, que pertencia ao Senhor Vitório Verardi.
Este campo se localizava onde hoje está edificada a Unidade 1 da Semeato.
Decorria o final dos anos de 1940 e o empresário Aparício Lângaro iniciou um loteamento numa área de sua propriedade no Boqueirão. Pensou que teria que atrair os compradores dos lotes e então doou para o Independente uma área para construção de seu estádio. A partir daí povoaria aquela área ainda desabitada.
O Presidente do clube Hugo Lisboa e sua diretoria trabalharam diuturnamente para que no prazo mais rápido possível tudo ficasse pronto para inauguração. O estádio cercado de tábuas tinha um gramado impecável com sistema de drenagem (o primeiro a ter drenagem d’água de Passo Fundo), um pequeno pavilhão de madeiras, copa, pista de atletismo e espaço reservado para a construção de uma quadra de basquete, o que acabou não acontecendo.
O estádio recebeu o nome de Tingaúna, que na língua tupi-guarani, quer dizer preto e branco, as cores do uniforme do clube.
A partida inaugural, no dia 1º de abril de 1951, teve a presença do Grêmio Porto-Alegrense, pela primeira vez em solo de Fagundes dos Reis. O time gremista tinha bons jogadores e seu último titulo do campeonato gaúcho havia sido em 1949. Invariavelmente era derrotado pelo Rolo Compressor do Internacional.
O goleiro era Sérgio Moacir, “A Majestade do Arco”; Sarará, jogando de zagueiro apenas nessa partida, depois se transferiu para o São Paulo; Geada, era o ídolo da torcida gremista, um artilheiro nato, mas para os torcedores de Passo Fundo o que interessava era ver dois conterrâneos com a camisa tricolor. Valdemar Verardi, criado no próprio Independente e Heitor Moura, ex-jogador do 14 de Julho.
Para tentar não fazer feio o Independente que era um time amador e que enfrentaria uma equipe profissional, conseguiu emprestado alguns jogadores do Glória de Carazinho. Entre eles o goleiro Zeno, o zagueiro Hélio Barleze, este um craque e o lateral Mocotó, que após este jogo foi contratado pelo Grêmio. Além deles o atacante Rubens Hoffmeister, que jogava no Elite de Santo Ângelo e estava de passagem por Passo Fundo para Porto Alegre, onde se apresentaria ao Cruzeiro. Descoberto no trem foi convidado a jogar. O jogo foi um espetáculo, em que pese à chuva.
Independente e Grêmio empataram em três gols e o Grêmio empatou apenas aos 41 minutos do segundo tempo. Os gols do Independente foram marcados por Hoffmeister, duas vezes e pelo meia Ratinho, o conhecido Osvaldo Lopes. Os gols do Grêmio foram de Gorrion, Pedrinho e Bexiga, o último de pênalti.
Os times jogaram assim: Independente: Zeno Peruzzo, Hélio Barleze e Vete; Hiran Verardi, Webber (Beto) e Mocotó; Noio Annes (Mauro), Toinho (Miro), Rubens Hoffmeister, Ratinho e Flávio Annes. O Grêmio: Sérgio Moacir, Crespo e Sarará; Bexiga, Valdemar Verardi (Orly) e Heitor Moura; Lori Tonietto (Dirceu), Ferraz, Geada (Clori), Pedrinho e Gorrion.
Depois deste dia de absoluta festa o Estádio Tingaúna ainda viveu dias de glória com jogos do clube pelo campeonato estadual de amadores e decisões de campeonatos citadinos. Até hoje sobrevive, com o clube disputando o campeonato municipal da várzea.