Difference between revisions of "Imigração de Alemães em Passo Fundo"
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Entre os anos de 1923 a 1940 as irmãs da congregação de Nossa Senhora (Notre Dame) vieram da Alemanha. Eram 66 religiosas ligadas ao ensino a começar pela Irmã Maria Firmine. Na pastoral social, as irmãs Maria Margarida, Xavéria e Karoline. Nas áreas de saúde a artes domésticas trinta e oito irmãs prestaram serviços no território de Passo Fundo especialmente as irmãs Maria Catarina, Maria Humilis, Margarida, Karoline e Maria Xavéria. | |||
Das, aproximadamente, cento e vinte e oito irmãs missionárias alemãs que atuavam em Passo Fundo, duas ainda convivem com a comunidade Passo-fundense, a saber, Irmã Maria Gregorie e Irmã Maria Lea. | |||
Na área política, vários descendentes de famílias germânicas ganharam postos administrativos em Passo Fundo. Há que se destacar João Schell que presidiu a câmara de vereadores que, na época, era denominada de Conselho Municipal, com poderes executivos. João Schell era capitão das forças imperiais no ano de 1869. Em 1892 Frederico Guilherme Kurtz foi eleito como primeiro Intendente da era republicana. Sua atuação foi destacada, uma vez que assumiu a Intendência (Prefeitura), no período de transição entre dois regimes: Império e República. | |||
Professores de origem alemã são nomeados para exercer a árdua tarefa do ensino, numa época extremamente difícil. Entre esses professores lembramos Carolina Muller, Emílio Kemp, Carlos Kein. Anna Willig, Prof. Werlang, a irmã Maria Catarina, esta nasceu na Alemanha em 1901. Em 1923 cola grau no magistério na Baixa Romênia e, em 1927, chegou ao Brasil com destino a Passo Fundo. | |||
Outra religiosa que nasceu na Alemanha, em Harém, veio a Passo Fundo para trabalhar no colégio Notre Dame foi a irmã Maria Margarida. Há uma escola na vila Victor Issler que, leva seu nome. | |||
Na igreja Metodista o professor Arno Otto Kiehl tendo aqui chegado em 1956. | |||
No ramo do comércio da ourivesaria o Sr. Carlos Willibald Hexsel aqui chegou em 1927, vindo da cidade de Lajeado. Seu filho Conrado Hexsel deu continuidade a difícil profissão. No mesmo ramo de joalheria havia os irmãos Goelner que ainda hoje, desenvolvem significativos trabalhos no ramo. | |||
No comércio em geral se destacava a casa Kurtz de Eduardo Kurtz; o Armazém gaúcho de Walter Helmuth Rien, a Casa Jandir, sucessora da antiga Casa Kurtz, a Casa Schmidt de propriedade do Sr. Carlos Schmidt, especialista em ferragens. Em matéria de selaria e curtume havia a Casa J. P. Kieling cujos proprietários eram os Srs. José Pedro Kieling e José João Holzbach. | |||
Máquinas de escrever eram encontradas na firma Reis Hexsel e um dos produtos mais procurados eram as correntes para pneus de caminhões e automóveis, usados em dias de chuva nas estradas com muito barro. A casa especializada era a do alemão Wannacher. | |||
O território de Passo Fundo era rico em pedras preciosas. A lapidaria do Sr. Rodolfo Ophvski, engenheiro alemão de navios da marinha alemã no ano 1914/1918, detinha conceito em toda a região. Ele chegou a Passo Fundo por volta de 1930. | |||
No ramo de doces e caramelos, Augusto Neuhaus e seu filho Willibald, vendiam por atacado. Sua fábrica empregava muitas pessoas. Augusto veio morar em Passo Fundo por volta de 1921. | |||
Umas das maiores indústrias instaladas em Passo Fundo foi a fábrica de pregos “Hugo Gerdau”, Hugo veio da Alemanha e a fábrica foi instalada em Passo Fundo em 1933, tendo permanecido até 1962. Era uma filial de Porto Alegre. | |||
No ramo hoteleiro Franz Krischer se estabeleceu em Passo Fundo, vindo da cidade de Rio Grande. Franz chegou da Alemanha em 1920. Foi ele cozinheiro de navios alemães. Seu hotel conquistou a simpatia dos fregueses especialmente dos viajantes. | |||
No ramo de fabricação de carretas e máquinas de selecionar sementes destacava-se o trabalho de Guilherme Alberto Knack. Ele chegou a Passo Fundo no início do século XX. Seu Willig, como era mais conhecido, era especialista em motores. | |||
Outro especialista no ramo da ótica foi o Sr. Maximiliano Edgar Holderied. Tendo participado nos acontecimentos da 2ª Guerra Mundial na Alemanha, aqui chegou em 1948. | |||
No ramo farmacêutico a farmácia alemã de propriedade de Walter Borrik, com um receituário internacional, transmitia segurança aos clientes. Exerceu suas atividades na década de 1920. | |||
Outro imigrante alemão de expressão foi Luiz Morsch Von Steinnach, natural do Grão Ducado de Odenburg (1830). Seus descendentes: Ernesto Morsch e Diogo Morsch desempenharam importantes papéis na sociedade Passo-fundense. Outra família que prestou importante serviço no setor pecuário de Passo Fundo foi a família Goelzer, também descendente de alemães: Mario Goelzer, agropecuarista tinha a visão do futuro. | |||
Um descendente de imigrantes alemães que adotou Passo Fundo como segunda terra foi D. Cláudio Colling, que chegou a Passo Fundo em 1950 para tomar posse como primeiro Bispo da Diocese. | |||
Dois Bispos de origem alemã dirigem hoje a diocese de Passo Fundo: D. Urbano Algayer e Pedro Ercílio Simon. (Reichert, 2015 pg. 33-47)<ref name=":0">REICHERT, Jacob I. (2015). [https://projetopassofundo.wiki.br/images/0/00/Sinfonia.pdf Sinfonia: histórias da cultura teuto-brasileira em Passo Fundo de 1836 a 2014], -Passo Fundo, Projeto Passo Fundo, (2015) E-book, 160 páginas.</ref> | |||
=== '''Monumento Imigração Alemã''' === | === '''Monumento Imigração Alemã''' === | ||
[[File:Monumento Imigração Alemã.jpg|thumb|142x142px|Monumento Imigração Alemã Foto: 2016 Admin]] | |||
*'''Homenageado:''' A Imigração Alemã '''Localização''': Av Sete de Setembro, Praça Itália - '''Construtor''': Comitato Piazza Itália - '''Projeto''': de Ronaldo Silva- '''Material''': em pedra basalto lascada, e placas indicativas, em bronze - '''Apoio''': os associados das entidades civil representativas das diversas etnias em Passo Fundo | *'''Homenageado:''' A Imigração Alemã '''Localização''': Av Sete de Setembro, Praça Itália - '''Construtor''': Comitato Piazza Itália - '''Projeto''': de Ronaldo Silva- '''Material''': em pedra basalto lascada, e placas indicativas, em bronze - '''Apoio''': os associados das entidades civil representativas das diversas etnias em Passo Fundo | ||
*Um monumento à imigração alemã - No sábado 25 de outubro de 2009, foi inaugurado, em Passo Fundo, em monumento à imigração alemã do Sul do Brasil. A iniciativa é do Comitê Praça Itália, presidida por Celso Gonçalves, tendo como presidente honorário e promotor da construção de monumentos comemorativos na praça Itália e na rua General Netto, o criativo Cavalieri Aldo Alessandri, e como vice-presidente o ítalo-brasiliense Alcides Clemente Tarrasconi. | |||
*A etnia Alemã, representada pelo Sr. Goelner, aqui em Passo Fundo, junto ao Comitato Praça Itália elaboraram este monumento pelos 180º aniversário da imigração italiana (1824-2004). | |||
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== Títulos, prêmios e honrarias == | == Títulos, prêmios e honrarias == | ||
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* 2009 - [[Praça Itália, exemplo da integração de todas as etnias]] Em 31/05/2009, por [[Urbano José Allgayer|Dom Urbano Allgayer]] | * 2009 - [[Praça Itália, exemplo da integração de todas as etnias]] Em 31/05/2009, por [[Urbano José Allgayer|Dom Urbano Allgayer]] | ||
* 2015 - | * 2015 - Sinfonia: histórias da cultura teuto-brasileira em Passo Fundo de 1836 a 2014<ref name=":0" /> | ||
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Revision as of 08:59, 21 December 2021
Imigração de Alemães em Passo Fundo os diversos textos e demais obras que se relacionem com a imigração alemã em nossa cidade, principalmente tendo em vista os seus efeitos na economia e na cultura. Pessoas e eventos que de alguma forma foram relevantes para o município. As obras públicas que tenham algum vínculo também serão relacionadas no histórico, formando um conjunto que possa trazer informações sobre o tema.
Histórico
Entre os anos de 1923 a 1940 as irmãs da congregação de Nossa Senhora (Notre Dame) vieram da Alemanha. Eram 66 religiosas ligadas ao ensino a começar pela Irmã Maria Firmine. Na pastoral social, as irmãs Maria Margarida, Xavéria e Karoline. Nas áreas de saúde a artes domésticas trinta e oito irmãs prestaram serviços no território de Passo Fundo especialmente as irmãs Maria Catarina, Maria Humilis, Margarida, Karoline e Maria Xavéria.
Das, aproximadamente, cento e vinte e oito irmãs missionárias alemãs que atuavam em Passo Fundo, duas ainda convivem com a comunidade Passo-fundense, a saber, Irmã Maria Gregorie e Irmã Maria Lea.
Na área política, vários descendentes de famílias germânicas ganharam postos administrativos em Passo Fundo. Há que se destacar João Schell que presidiu a câmara de vereadores que, na época, era denominada de Conselho Municipal, com poderes executivos. João Schell era capitão das forças imperiais no ano de 1869. Em 1892 Frederico Guilherme Kurtz foi eleito como primeiro Intendente da era republicana. Sua atuação foi destacada, uma vez que assumiu a Intendência (Prefeitura), no período de transição entre dois regimes: Império e República.
Professores de origem alemã são nomeados para exercer a árdua tarefa do ensino, numa época extremamente difícil. Entre esses professores lembramos Carolina Muller, Emílio Kemp, Carlos Kein. Anna Willig, Prof. Werlang, a irmã Maria Catarina, esta nasceu na Alemanha em 1901. Em 1923 cola grau no magistério na Baixa Romênia e, em 1927, chegou ao Brasil com destino a Passo Fundo.
Outra religiosa que nasceu na Alemanha, em Harém, veio a Passo Fundo para trabalhar no colégio Notre Dame foi a irmã Maria Margarida. Há uma escola na vila Victor Issler que, leva seu nome.
Na igreja Metodista o professor Arno Otto Kiehl tendo aqui chegado em 1956.
No ramo do comércio da ourivesaria o Sr. Carlos Willibald Hexsel aqui chegou em 1927, vindo da cidade de Lajeado. Seu filho Conrado Hexsel deu continuidade a difícil profissão. No mesmo ramo de joalheria havia os irmãos Goelner que ainda hoje, desenvolvem significativos trabalhos no ramo.
No comércio em geral se destacava a casa Kurtz de Eduardo Kurtz; o Armazém gaúcho de Walter Helmuth Rien, a Casa Jandir, sucessora da antiga Casa Kurtz, a Casa Schmidt de propriedade do Sr. Carlos Schmidt, especialista em ferragens. Em matéria de selaria e curtume havia a Casa J. P. Kieling cujos proprietários eram os Srs. José Pedro Kieling e José João Holzbach.
Máquinas de escrever eram encontradas na firma Reis Hexsel e um dos produtos mais procurados eram as correntes para pneus de caminhões e automóveis, usados em dias de chuva nas estradas com muito barro. A casa especializada era a do alemão Wannacher.
O território de Passo Fundo era rico em pedras preciosas. A lapidaria do Sr. Rodolfo Ophvski, engenheiro alemão de navios da marinha alemã no ano 1914/1918, detinha conceito em toda a região. Ele chegou a Passo Fundo por volta de 1930.
No ramo de doces e caramelos, Augusto Neuhaus e seu filho Willibald, vendiam por atacado. Sua fábrica empregava muitas pessoas. Augusto veio morar em Passo Fundo por volta de 1921.
Umas das maiores indústrias instaladas em Passo Fundo foi a fábrica de pregos “Hugo Gerdau”, Hugo veio da Alemanha e a fábrica foi instalada em Passo Fundo em 1933, tendo permanecido até 1962. Era uma filial de Porto Alegre.
No ramo hoteleiro Franz Krischer se estabeleceu em Passo Fundo, vindo da cidade de Rio Grande. Franz chegou da Alemanha em 1920. Foi ele cozinheiro de navios alemães. Seu hotel conquistou a simpatia dos fregueses especialmente dos viajantes.
No ramo de fabricação de carretas e máquinas de selecionar sementes destacava-se o trabalho de Guilherme Alberto Knack. Ele chegou a Passo Fundo no início do século XX. Seu Willig, como era mais conhecido, era especialista em motores.
Outro especialista no ramo da ótica foi o Sr. Maximiliano Edgar Holderied. Tendo participado nos acontecimentos da 2ª Guerra Mundial na Alemanha, aqui chegou em 1948.
No ramo farmacêutico a farmácia alemã de propriedade de Walter Borrik, com um receituário internacional, transmitia segurança aos clientes. Exerceu suas atividades na década de 1920.
Outro imigrante alemão de expressão foi Luiz Morsch Von Steinnach, natural do Grão Ducado de Odenburg (1830). Seus descendentes: Ernesto Morsch e Diogo Morsch desempenharam importantes papéis na sociedade Passo-fundense. Outra família que prestou importante serviço no setor pecuário de Passo Fundo foi a família Goelzer, também descendente de alemães: Mario Goelzer, agropecuarista tinha a visão do futuro.
Um descendente de imigrantes alemães que adotou Passo Fundo como segunda terra foi D. Cláudio Colling, que chegou a Passo Fundo em 1950 para tomar posse como primeiro Bispo da Diocese.
Dois Bispos de origem alemã dirigem hoje a diocese de Passo Fundo: D. Urbano Algayer e Pedro Ercílio Simon. (Reichert, 2015 pg. 33-47)[1]
Monumento Imigração Alemã
- Homenageado: A Imigração Alemã Localização: Av Sete de Setembro, Praça Itália - Construtor: Comitato Piazza Itália - Projeto: de Ronaldo Silva- Material: em pedra basalto lascada, e placas indicativas, em bronze - Apoio: os associados das entidades civil representativas das diversas etnias em Passo Fundo
- Um monumento à imigração alemã - No sábado 25 de outubro de 2009, foi inaugurado, em Passo Fundo, em monumento à imigração alemã do Sul do Brasil. A iniciativa é do Comitê Praça Itália, presidida por Celso Gonçalves, tendo como presidente honorário e promotor da construção de monumentos comemorativos na praça Itália e na rua General Netto, o criativo Cavalieri Aldo Alessandri, e como vice-presidente o ítalo-brasiliense Alcides Clemente Tarrasconi.
- A etnia Alemã, representada pelo Sr. Goelner, aqui em Passo Fundo, junto ao Comitato Praça Itália elaboraram este monumento pelos 180º aniversário da imigração italiana (1824-2004).
Títulos, prêmios e honrarias
Conteúdos de seu acervo
Conteúdos relacionados
- 2009 - Praça Itália, exemplo da integração de todas as etnias Em 31/05/2009, por Dom Urbano Allgayer
- 2015 - Sinfonia: histórias da cultura teuto-brasileira em Passo Fundo de 1836 a 2014[1]
Referências
- ↑ 1.0 1.1 REICHERT, Jacob I. (2015). Sinfonia: histórias da cultura teuto-brasileira em Passo Fundo de 1836 a 2014, -Passo Fundo, Projeto Passo Fundo, (2015) E-book, 160 páginas.