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|Projeto Passo  Fundo
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|Data da publicação
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|2013
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|Porto Alegre  /  RS
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|2ª
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|Data da  publicação
|1995
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'''Semblantes de pioneiros''' No princípio era a selva. A selva estava em tudo. Cobria tudo com seu verde manto. Com estas palavras, que lembram o intróito do IV Evangelho, poderia ser iniciado o primeiro capítulo da história deste município e, portanto, desta localidade. Foi somente em 1884 - um decênio depois da fundação de Caxias do Sul- que se estabeleceu no local onde hoje assenta a nossa formosa Veranópolis, a Comissão de Terras, que lançou as bases da Colônia de Alfredo Chaves. E foi nessa época, entre os anos de 1884 e 1890, que se povoou a maior parte desta circunscrição. Os colonos vinham chegando e eram alojados no Barracão dos Imigrantes, exatamente no sítio preciso em que hoje se erguem os edifícios da União Montanhesa de Indústrias. De lá eram distribuídos, pouco a pouco, pelos lotes rurais que lhes cabiam. Tudo era floresta rude e agressiva, povoada de animais bravios de toda espécie..
'''Semblantes de pioneiros''' uma narrativa sobre os imigrantes italianos, carreteiros, balseiros, vitivinicultores, escrito por Fidélis Dalcin Barbosa, publicado em 1961.


== Apresentação ==
== Apresentação ==
Aquele que tiver, de fato, uma história a contar, um assunto a expor, uma ideia a ser defendida - dispõe do primeiro elemento para escrever. E o material coletado por Fidélis Dalcin Barbosa para traçar este seu "Semblantes de Pioneiros" é farto e humano. Além disso, inexplorado. E ele o emprega com tamanha naturalidade, num estilo tão simples, que o livro ressubra autenticidade em cada frase, e a gente o lê com gosto, com vivo interesse, não obstante a sua despretensão literária.  
''ROTEIRO, por  [[Gevaldino Ferreira]]''
 
Aquele que tiver, de fato, uma história a contar, um assunto a expor, uma ideia a ser defendida - dispõe do primeiro elemento para escrever. E o material coletado por Fidélis Dalcin Barbosa para traçar este seu "Semblantes de Pioneiros" é farto e humano. Além disso, inexplorado. E ele o emprega com tamanha naturalidade, num estilo tão simples, que o livro ressubra autenticidade em cada frase, e a gente o lê com gosto, com vivo interesse, não obstante a sua despretensão literária. No meu caso, muito especialmente, pois que - tendo dez anos de trabalho profissional na zona de colonização italiana, de 1934 a 1944, dirigindo um laboratório de bromatologia, orientando e fiscalizando a vinificação, convivendo com os colonos, conhecendo-lhes a dura luta do dia-a-dia e com isso o preço da conquista dos seus bens materiais, inclusive pelo sacrifício dos antepassados - sei bem o quanto é justo que se narre e enalteça o heroísmo silencioso e humilde desses legítimos desbravadores, os imigrantes. 


do Prefácio
Muito interessantes os apontamentos de José Gelain, as suas memórias, com que Fidélis Dalcin Barbosa inicia o seu livro. Conheci em Nova Pádua divers os descendentes desse valoroso imigrante. Dentre eles o seu filho Luiz Gelain, professor primário e maestro da banda local, e seu neto Henrique, hoje Bispo de Lins em São Paulo.
 
No capítulo "Carreteiros" o autor reivindica para a carreta de quatro rodas, a carreta do imigrante italiano, um lugar de relevo no registro de prestação de serviços na feitura do nosso progresso, como acontece com a famosa carreta de duas rodas, de origem açoriana, hoje glorificada em prosa e verso e revivida a cada passo em miniaturas de metal ou madeira. Aqui o ensaísta relembra essa "bruta instituição" italiana que é a blasfêmia. 
 
É assim que ele começa a desenhar o "semblante" de Bernardo Índio. Eu me lembro de Bordó, um carreteiro que conheci em Vacaria no meu tempo de guri, e ao qual o escritor se refere pouco depois. A semelhança entre ambos não é física, reside no modo de ser. Bordó, quando atolava a carreta e, depois de muito grito e muito laço, se convencia da impotência dos animais para arrancar o "tatu", ficava religioso, apelava para os seus santos preferidos, gritando, dramático, de braços abertos, às vezes de joelhos. Mas, ao ver que a ajuda não vinha, virava o vento e xingava, dizendo "nomes" de arrepiar a pele até dos palanques das cercas. Chamava os mesmos santos, um por um, para dentro do seu chapéu e, depois de um discurso terrível, descia-lhes o facão, numa fúria de louco, espumando de raiva. 
 
É excelente o capítulo sobre os balseiros, principalmente pelo conhecimento minucioso do itinerário. E começa bonito: "Açorianos e bandeirantes habitaram o litoral e os pampas gaúchos. Circundaram, com medo e respeito, o negror da mata virgem. Como outrora, no mapa do mundo, um ponto escuro da África trazia a legenda 'Hic sunt leones', aqui a extensa região montanhosa do Rio Grande do Sul envolta no denso mato do mistério, incutia pavor. Paraíso das aves e das feras, telheiro do selvagem, dormia o sono dos séculos sob a verde umbela protetora dos pinheirais sem termo". (Publicado no Diário de Notícias, 25.03.1962.)
 
== Índice ==
 
* AGRADECIMENTO 9
* ROTEIRO 11
* PROÊMIO Discurso aos Pioneiros 13
* 1 A ODISSEIA DE UM IMIGRANTE 21
* 2 CARRETEIROS 61
* 3 TROPEIROS 82
* 4 BALSEIROS 95
* 5 BUGREIROS 107
* 6 UMA PARTIDA DE BOCHAS 122
* 7 A EPOPEIA DO IMIGRANTE 128


== Conteúdos relacionados ==
== Conteúdos relacionados ==
A versão e-book foi lançada na 28ª Feira do Livro de Passo Fundo realizada de 31 de outubro a 9 de novembro de 2014.
[[File:Convite Prisioneiros do abismo e outros.jpg|left|thumb|150x150px]]
[[File:Convite Prisioneiros do abismo e outros.jpg|left|thumb|300x300px]]
 
* A versão e-book foi lançada na 28ª Feira do Livro de Passo Fundo realizada de 31 de outubro a 9 de novembro de 2014.
 
== Referências ==
[[Category:Livros]]
[[Category:Livros]]
[[Category:Editados por Projeto Passo Fundo]]
[[Category:Editados por Projeto Passo Fundo]]
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Revision as of 08:59, 7 February 2022

Semblantes de pioneiros
Descrição da obra
Autor Fidélis Dalcin Barbosa
Título Semblantes de pioneiros
Assunto História
Formato E-book (formato PDF)
Editora Projeto Passo Fundo
Publicação 2013
Páginas 164
ISBN 978-85-8326-040-0
Formato Papel 15 x 21 cm
Editora Edições EST
Publicação 1995

Semblantes de pioneiros No princípio era a selva. A selva estava em tudo. Cobria tudo com seu verde manto. Com estas palavras, que lembram o intróito do IV Evangelho, poderia ser iniciado o primeiro capítulo da história deste município e, portanto, desta localidade. Foi somente em 1884 - um decênio depois da fundação de Caxias do Sul- que se estabeleceu no local onde hoje assenta a nossa formosa Veranópolis, a Comissão de Terras, que lançou as bases da Colônia de Alfredo Chaves. E foi nessa época, entre os anos de 1884 e 1890, que se povoou a maior parte desta circunscrição. Os colonos vinham chegando e eram alojados no Barracão dos Imigrantes, exatamente no sítio preciso em que hoje se erguem os edifícios da União Montanhesa de Indústrias. De lá eram distribuídos, pouco a pouco, pelos lotes rurais que lhes cabiam. Tudo era floresta rude e agressiva, povoada de animais bravios de toda espécie..

Apresentação

ROTEIRO, por Gevaldino Ferreira

Aquele que tiver, de fato, uma história a contar, um assunto a expor, uma ideia a ser defendida - dispõe do primeiro elemento para escrever. E o material coletado por Fidélis Dalcin Barbosa para traçar este seu "Semblantes de Pioneiros" é farto e humano. Além disso, inexplorado. E ele o emprega com tamanha naturalidade, num estilo tão simples, que o livro ressubra autenticidade em cada frase, e a gente o lê com gosto, com vivo interesse, não obstante a sua despretensão literária. No meu caso, muito especialmente, pois que - tendo dez anos de trabalho profissional na zona de colonização italiana, de 1934 a 1944, dirigindo um laboratório de bromatologia, orientando e fiscalizando a vinificação, convivendo com os colonos, conhecendo-lhes a dura luta do dia-a-dia e com isso o preço da conquista dos seus bens materiais, inclusive pelo sacrifício dos antepassados - sei bem o quanto é justo que se narre e enalteça o heroísmo silencioso e humilde desses legítimos desbravadores, os imigrantes.

Muito interessantes os apontamentos de José Gelain, as suas memórias, com que Fidélis Dalcin Barbosa inicia o seu livro. Conheci em Nova Pádua divers os descendentes desse valoroso imigrante. Dentre eles o seu filho Luiz Gelain, professor primário e maestro da banda local, e seu neto Henrique, hoje Bispo de Lins em São Paulo.

No capítulo "Carreteiros" o autor reivindica para a carreta de quatro rodas, a carreta do imigrante italiano, um lugar de relevo no registro de prestação de serviços na feitura do nosso progresso, como acontece com a famosa carreta de duas rodas, de origem açoriana, hoje glorificada em prosa e verso e revivida a cada passo em miniaturas de metal ou madeira. Aqui o ensaísta relembra essa "bruta instituição" italiana que é a blasfêmia.

É assim que ele começa a desenhar o "semblante" de Bernardo Índio. Eu me lembro de Bordó, um carreteiro que conheci em Vacaria no meu tempo de guri, e ao qual o escritor se refere pouco depois. A semelhança entre ambos não é física, reside no modo de ser. Bordó, quando atolava a carreta e, depois de muito grito e muito laço, se convencia da impotência dos animais para arrancar o "tatu", ficava religioso, apelava para os seus santos preferidos, gritando, dramático, de braços abertos, às vezes de joelhos. Mas, ao ver que a ajuda não vinha, virava o vento e xingava, dizendo "nomes" de arrepiar a pele até dos palanques das cercas. Chamava os mesmos santos, um por um, para dentro do seu chapéu e, depois de um discurso terrível, descia-lhes o facão, numa fúria de louco, espumando de raiva.

É excelente o capítulo sobre os balseiros, principalmente pelo conhecimento minucioso do itinerário. E começa bonito: "Açorianos e bandeirantes habitaram o litoral e os pampas gaúchos. Circundaram, com medo e respeito, o negror da mata virgem. Como outrora, no mapa do mundo, um ponto escuro da África trazia a legenda 'Hic sunt leones', aqui a extensa região montanhosa do Rio Grande do Sul envolta no denso mato do mistério, incutia pavor. Paraíso das aves e das feras, telheiro do selvagem, dormia o sono dos séculos sob a verde umbela protetora dos pinheirais sem termo". (Publicado no Diário de Notícias, 25.03.1962.)

Índice

  • AGRADECIMENTO 9
  • ROTEIRO 11
  • PROÊMIO Discurso aos Pioneiros 13
  • 1 A ODISSEIA DE UM IMIGRANTE 21
  • 2 CARRETEIROS 61
  • 3 TROPEIROS 82
  • 4 BALSEIROS 95
  • 5 BUGREIROS 107
  • 6 UMA PARTIDA DE BOCHAS 122
  • 7 A EPOPEIA DO IMIGRANTE 128

Conteúdos relacionados

Convite Prisioneiros do abismo e outros.jpg
  • A versão e-book foi lançada na 28ª Feira do Livro de Passo Fundo realizada de 31 de outubro a 9 de novembro de 2014.

Referências