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|Projeto Passo Fundo | |||
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|2015 | |2015 | ||
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'''Autopsia do invisível: crônicas''' Autópsia do Invisível, o novo livro de crônicas de Tânia Du Bois, também poderia se chamar Muitas Vozes, dado o número de referências que se entrecruzam ao longo das narrativas, em geral, voltadas à | |||
'''Autopsia do invisível: crônicas''' | |||
experiência estética com a leitura e as artes plásticas, de entremeio às suas vivências e observações. | |||
Referências que também revelam a fina leitora que Tânia é ao pinçar de cada autor um pouco de si, conclamando-os a lhe ajudarem a devassar o invisível. Daí o título, Autópsia do Invisível, em clara remissão à crônica Palavras Mortas onde, ao | |||
citar Paulo Monteiro, retoma a tese de que as palavras depois de decalcadas em livro tornam-se palavras mortas. Mortas, até a sua ressignificação pelo leitor, socorre-lhe Gilberto Cunha, citando, por sua vez Roland Barthes. | |||
É essa sutil narradora, digna do poeta com quem divide há anos a vida e a experiência da palavra, Pedro Du Bois, que nos toma pela mão – nós, seus leitores – para essa aventura da autópsia dos significados incrustados nas palavras, eu diria, adormecidas, até serem despertadas pela leitura e ressignificação. (Júlio Perez) | |||
== Apresentação == | == Apresentação == | ||
O leitor comum ressuscitará os textos reunidos em AUTÓPSIA DO INVISÍVEL como simples crônicas ou, no máximo, crônicas-ensaios. O leitor especializado dar-lhe-á vida sob a concepção de crônicas-ensaios. Todos, porém, participarão desse riquíssimo e pluridimensional processo de ressurreição da letra através da leitura. | ''PREFÁCIO, por [[Paulo Domingos da Silva Monteiro|Paulo Monteiro]]'' | ||
O escritor taxidermiza todas as coisas. | |||
Da mesma forma como o taxidermista “mata” os seres, restando apenas o invólucro construído pela pele e sua cobertura. O escritor elimina o espírito das coisas deixando apenas revestimento inteligível: as palavras. Para esse extermínio emprega a letra. Daí Paulo de Tarso, que consegue unir pensamento oriental ao pensamento ocidental, criando o Cristianismo, afirmar que “a letra mata, mas o espírito vivifica”. | |||
Esse assassino esconde suas vítimas num sarcófago que recebe diversos nomes que vão de manuscritos ao de qualquer espaço na Internet. E num desses esconderijos é que o leitor vai encontrar e ressuscitar as coisas e, com o spiritus da leitura, devolver-lhes a vida. | |||
Wilson Martins costumava dividir os leitores em dois grupos: os comuns e os privilegiados. Tânia Du Bois enquadra-se no segundo conjunto. Lê com espírito crítico. Noutras palavras: registra suas leituras sob determinados critérios. | |||
Em AUTÓPSIA DO INVISÍVEL: Crônicas, enfeixa textos sobre essas leituras, o que significa a taxidermia de textos literários, especialmente poemas. Não é à toa que recolhe excertos. Digamos: preserva a pele e os pelos dos poemas. Mas essa parte aproveitada, por um processo dialético, no exato sentido lógico-filosófico, é o espírito da obra lida, curtido com a concepção estética da leitora. | |||
Tânia Du Bois opta pela crônica para preservar os textos ressuscitados. E aí faz obra literária. Por quê? Porque “reescreve” a obra alheia, dá-lhes um novo spiritus, transforma-lhes numa negação de uma negação. A tese (texto lido) é transformada numa antítese (leitura), culminando numa síntese (reescrita). | |||
Esse processo, que somente seria possível mediante o ensaio, a educadora Tânia Du Bois consegue através da crônica (obra de arte literária), que no fundo, é uma crônica-ensaio ou um ensaio-crônica, dependendo de como o leitor absorve o conteúdo da leitura ou como ocorre a recepção dessa síntese pelo leitor. Esse pode ser o próprio autor da obra taxidermizada pela escritora. | |||
O leitor comum ressuscitará os textos reunidos em AUTÓPSIA DO INVISÍVEL como simples crônicas ou, no máximo, crônicas-ensaios. O leitor especializado dar-lhe-á vida sob a concepção de crônicas-ensaios. Todos, porém, participarão desse riquíssimo e pluridimensional processo de ressurreição da letra através da leitura. | |||
== Índice == | |||
* PREFÁCIO 9 | |||
* '''AUTÓPSIA DO INVISÍVEL 11''' | |||
* A CENA 15 | |||
* QUAL É O NOSSO LIMITE? 17 | |||
* '''A COR DO INVISÍVEL (I) 19''' | |||
* SENTIDOS 23 | |||
* PALAVRAS MORTAS 25 | |||
* ESPAÇOS VAZIOS 27 | |||
* DESENHO TRISTES PALAVRAS 29 | |||
* SÓ O TEMPO, COM O TEMPO 31 | |||
* OLHAR SEM LIMITE 33 | |||
* NO SILÊNCIO DA DÚVIDA 35 | |||
* CHORO 37 | |||
* MEDO DE TER MEDO 39 | |||
* PENSAMENTOS 41 | |||
* AS CERTEZAS 43 | |||
* FRÁGIL 47 | |||
* QUÃO PODEROSA É A EMOÇÃO? 49 | |||
* BALÉ DA VIDA 51 | |||
* LAGO SEM MARGENS 53 | |||
* O REFLEXO COMPLEXO EM SI: A LUCIDEZ 55 | |||
* PONTO FINAL 57 | |||
* '''A COR DO INVISÍVEL (II) 61''' | |||
* A COR DO MEDO 67 | |||
* O FATO NA FOTO 69 | |||
* CONVITE 71 | |||
* AROMAS 73 | |||
* O PREVISTO E O IMPREVISTO 77 | |||
* NÚMEROS: CONEXÃO E DESAFIOS 79 | |||
* POR UM AMANHÃ 83 | |||
* ELOGIAR 85 | |||
* PACIÊNCIA: LUXO OU NECESSIDADE 89 | |||
* FLORES 93 | |||
* DESCULPA SINCERA 95 | |||
* HORIZONTE 97 | |||
* O PODER DOS CINQUENTA 99 | |||
* DECISÃO 103 | |||
* TRAVESSIA 107 | |||
* QUEIXAS 109 | |||
* O FORASTEIRO 111 | |||
* PRIVACIDADE: ON OU OFF 113 | |||
* O BURACO 117 | |||
* MAR 121 | |||
* ARTE NAS RUAS 123 | |||
* “ESCONDERIJOS” 125 | |||
* TENHO UM CÃO, E AGORA? 127 | |||
* A REALIDADE COMO VÍCIO 129 | |||
* A ARTE DE FAZER EXISTIR O FIM 131 | |||
== Conteúdos relacionados == | |||
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* O livro foi lançado no Dia Municipal do Escritor Passofundense na Academia Passo-Fundense de Letras ocorrida em 7 de abril de 2015. | |||
== | == Referências == | ||
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Latest revision as of 16:31, 2 February 2022
Autopsia do invisível | |
---|---|
Descrição da obra | |
Autora | Tânia Du Bois |
Título | Autopsia do invisível |
Subtítulo | crônicas |
Assunto | Crônica |
Formato | E-book (formato PDF) |
Editora | Projeto Passo Fundo |
Publicação | 2015 |
Páginas | 140 |
ISBN | 978-85-8326-115-5 |
Formato | Papel 15 x 21 cm |
Editora | Projeto Passo Fundo |
Publicação | 2015 |
Autopsia do invisível: crônicas Autópsia do Invisível, o novo livro de crônicas de Tânia Du Bois, também poderia se chamar Muitas Vozes, dado o número de referências que se entrecruzam ao longo das narrativas, em geral, voltadas à
experiência estética com a leitura e as artes plásticas, de entremeio às suas vivências e observações.
Referências que também revelam a fina leitora que Tânia é ao pinçar de cada autor um pouco de si, conclamando-os a lhe ajudarem a devassar o invisível. Daí o título, Autópsia do Invisível, em clara remissão à crônica Palavras Mortas onde, ao
citar Paulo Monteiro, retoma a tese de que as palavras depois de decalcadas em livro tornam-se palavras mortas. Mortas, até a sua ressignificação pelo leitor, socorre-lhe Gilberto Cunha, citando, por sua vez Roland Barthes.
É essa sutil narradora, digna do poeta com quem divide há anos a vida e a experiência da palavra, Pedro Du Bois, que nos toma pela mão – nós, seus leitores – para essa aventura da autópsia dos significados incrustados nas palavras, eu diria, adormecidas, até serem despertadas pela leitura e ressignificação. (Júlio Perez)
Apresentação
PREFÁCIO, por Paulo Monteiro
O escritor taxidermiza todas as coisas.
Da mesma forma como o taxidermista “mata” os seres, restando apenas o invólucro construído pela pele e sua cobertura. O escritor elimina o espírito das coisas deixando apenas revestimento inteligível: as palavras. Para esse extermínio emprega a letra. Daí Paulo de Tarso, que consegue unir pensamento oriental ao pensamento ocidental, criando o Cristianismo, afirmar que “a letra mata, mas o espírito vivifica”.
Esse assassino esconde suas vítimas num sarcófago que recebe diversos nomes que vão de manuscritos ao de qualquer espaço na Internet. E num desses esconderijos é que o leitor vai encontrar e ressuscitar as coisas e, com o spiritus da leitura, devolver-lhes a vida.
Wilson Martins costumava dividir os leitores em dois grupos: os comuns e os privilegiados. Tânia Du Bois enquadra-se no segundo conjunto. Lê com espírito crítico. Noutras palavras: registra suas leituras sob determinados critérios.
Em AUTÓPSIA DO INVISÍVEL: Crônicas, enfeixa textos sobre essas leituras, o que significa a taxidermia de textos literários, especialmente poemas. Não é à toa que recolhe excertos. Digamos: preserva a pele e os pelos dos poemas. Mas essa parte aproveitada, por um processo dialético, no exato sentido lógico-filosófico, é o espírito da obra lida, curtido com a concepção estética da leitora.
Tânia Du Bois opta pela crônica para preservar os textos ressuscitados. E aí faz obra literária. Por quê? Porque “reescreve” a obra alheia, dá-lhes um novo spiritus, transforma-lhes numa negação de uma negação. A tese (texto lido) é transformada numa antítese (leitura), culminando numa síntese (reescrita).
Esse processo, que somente seria possível mediante o ensaio, a educadora Tânia Du Bois consegue através da crônica (obra de arte literária), que no fundo, é uma crônica-ensaio ou um ensaio-crônica, dependendo de como o leitor absorve o conteúdo da leitura ou como ocorre a recepção dessa síntese pelo leitor. Esse pode ser o próprio autor da obra taxidermizada pela escritora.
O leitor comum ressuscitará os textos reunidos em AUTÓPSIA DO INVISÍVEL como simples crônicas ou, no máximo, crônicas-ensaios. O leitor especializado dar-lhe-á vida sob a concepção de crônicas-ensaios. Todos, porém, participarão desse riquíssimo e pluridimensional processo de ressurreição da letra através da leitura.
Índice
- PREFÁCIO 9
- AUTÓPSIA DO INVISÍVEL 11
- A CENA 15
- QUAL É O NOSSO LIMITE? 17
- A COR DO INVISÍVEL (I) 19
- SENTIDOS 23
- PALAVRAS MORTAS 25
- ESPAÇOS VAZIOS 27
- DESENHO TRISTES PALAVRAS 29
- SÓ O TEMPO, COM O TEMPO 31
- OLHAR SEM LIMITE 33
- NO SILÊNCIO DA DÚVIDA 35
- CHORO 37
- MEDO DE TER MEDO 39
- PENSAMENTOS 41
- AS CERTEZAS 43
- FRÁGIL 47
- QUÃO PODEROSA É A EMOÇÃO? 49
- BALÉ DA VIDA 51
- LAGO SEM MARGENS 53
- O REFLEXO COMPLEXO EM SI: A LUCIDEZ 55
- PONTO FINAL 57
- A COR DO INVISÍVEL (II) 61
- A COR DO MEDO 67
- O FATO NA FOTO 69
- CONVITE 71
- AROMAS 73
- O PREVISTO E O IMPREVISTO 77
- NÚMEROS: CONEXÃO E DESAFIOS 79
- POR UM AMANHÃ 83
- ELOGIAR 85
- PACIÊNCIA: LUXO OU NECESSIDADE 89
- FLORES 93
- DESCULPA SINCERA 95
- HORIZONTE 97
- O PODER DOS CINQUENTA 99
- DECISÃO 103
- TRAVESSIA 107
- QUEIXAS 109
- O FORASTEIRO 111
- PRIVACIDADE: ON OU OFF 113
- O BURACO 117
- MAR 121
- ARTE NAS RUAS 123
- “ESCONDERIJOS” 125
- TENHO UM CÃO, E AGORA? 127
- A REALIDADE COMO VÍCIO 129
- A ARTE DE FAZER EXISTIR O FIM 131
Conteúdos relacionados
- O livro foi lançado no Dia Municipal do Escritor Passofundense na Academia Passo-Fundense de Letras ocorrida em 7 de abril de 2015.