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'''O mais querido da cidade: a história do Sport Club Gaúcho''' Quem não sente saudade dos velhos tempos do Sport Clube Gaúcho de Passo Fundo? Da tradicional camisa alvi- verde? Do Estádio da Montanha, lotado, em dia de grande jogo? Do clássico Ga-Quá, capaz de mobilizar a cidade inteira? Dos craques? Do ambiente descontraído da copa? Da turma do alambrado, intimidando a arbitragem, empurrando o time para o ataque? Das personagens folclóricas, como a Tia Vicentina, o Adão Bocó, o Paulista, gente disposta a qualquer sacrifício pelo clube? Daquele frio de rachar, no Boqueirão? O torcedor do Gaúcho é, antes de tudo, um apaixonado, diria o Mestre Euclydes. Essa paixão histórica, desenvolvida há mais de 80 anos, certamente manterá o Gaúcho vivo, enquanto houver futebol. Contudo a ação do tempo, o descaso e a insensibilidade de alguns, já destruíram boa parte da história do alvi- verde. Daí a razão desta obra. As fontes de pesquisa, além de uma documentação escassa, restringem-se às coleções dos jornais O Nacional e Diário da Manhã e as pessoas envolvidas de alguma forma com a história do clube, na maioria ex- jogadores. Esta obra procura mostrar como foi fundado o Gaúcho, as vitórias, as alegrias, as frustrações, as dificuldades, a abnegação das pessoas que amaram o futebol em geral e o Gaúcho em particular. Enfim o passado e o futuro do clube mais querido da cidade. Quem foram às pessoas que presidiram o alvi-verde, os torcedores, os jogadores, os times do Gaúcho, desde sua fundação, até o último ano como clube de futebol profissional. E, ainda um capitulo especial em homenagem ao maior goleador da história do clube, o jogador que associou seu nome ao nome do Gaúcho, Bebeto, o “canhão da serra”. Quantos gols e contra quem Bebeto marcou, vestindo a mística camiseta alvi-verde.
'''O mais querido da cidade: a história do Sport Club Gaúcho''' desde a sua fundação, um livro escrito por Marco Antônio Damian, publicado em 2000.


== Apresentação ==
== Apresentação ==
Esta obra procura mostrar como foi fundado o Gaúcho, as vitórias, as alegrias, as frustrações, as dificuldades, a abnegação das pessoas que amaram o futebol em geral e o Gaúcho em particular. Enfim o passado e o futuro do clube mais querido da cidade. Quem foram às pessoas que presidiram o alvi-verde, os torcedores, os jogadores, os times do Gaúcho, desde sua fundação, até o último ano como clube de futebol profissional. E, ainda um capitulo especial em homenagem ao maior goleador da história do clube, o jogador que associou seu nome ao nome do Gaúcho, Bebeto, o “canhão da serra”. Quantos gols e contra quem Bebeto marcou, vestindo a mística camiseta alvi-verde.
''Primeiro Capítulo, pelo Autor''
 
NASCE UMA PAIXÃO E AS PRIMEIRAS CONQUISTAS


O Autor
Na pacata Passo Fundo dos anos 10, o futebol era pouco praticado. Não havia clubes. Apenas, em 1913, surgiu o Futebol Clube de Passo Fundo, de curta duração. Na época, algumas cidades do Estado, como Porto alegre, Pelotas, Bagé, Rio Grande e Livramento, já contavam com um futebol mais evoluído.


== Downloads ==
O material esportivo, por ser raro, era também muito caro. A bola, chamada de tento, era feita com couro de porco, inflada com câmara de borracha e costurada com barbante de algodão. O tento (costura) em pouco virava um calombo e machucava quem a cabeceasse.
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|'''Título'''
Uma das poucas bolas existentes na cidade, pertencia ao jovem desportista Amadeo De Felippo, residente no Boqueirão. Ocorria, porém, que Amadeo, desde jovem, trabalhava na barbearia de seu pai, e quase não tinha tempo para jogar. Era comum, em meio ao jogo, Amadeo ser chamado aos berros de volta à barbearia, colocar a bola em baixo do braço e frustrar a euforia de seus amigos. Esse fato aconteceu tantas vezes que o restante da turma resolveu organizar-se. Deliberaram, não só comprar uma bola, como também criar um clube de futebol, com sede, estatutos, sócios, campo e todo o material esportivo.
|'''Tipo'''
 
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No dia 12 de maio de 1918, no varandão da famosa Casa Barão, onde moravam Augusto Schell Loureiro e Dona Carlota Bordallo Rico, seus filhos, Alfredo e Gil Rico Loureiro, mias Victor Loureiro Issler (posteriormente Deputado Federal), Antônio Junqueira da Rocha, João Colavin, Aníbal Colavin e Antônio Pimpão Loureiro, fundaram o Sport Club Gaúcho. O nome foi sugerido por Gil Loureiro, que afirmou:
|O mais querido da cidade
 
|[https://1drv.ms/b/s!AmdmWAbvD-XfgeMffXSNQNPvRbSS-Q E-book (formato PDF).]
-Gaúcho, pois somos gaúchos, povo guerreiro, determinado, batalhador e forte, e o nosso clube, além do nome, terá alma gaúcha. Aparteando seu irmão, Alfredo recomendou as cores verde e branco.
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A primeira diretoria tinha como presidente o coronel Lauro Xavier de Castro, vice presidente, Antônio Junqueira da Rocha, secretário, Alfredo Rico Loureiro, primeiro tesoureiro, Antônio Pimpão Loureiro e segundo tesoureiro, Victor Loureiro Issler. A bola foi adquirida na Ourivesaria Aliança e custou oito mil e quinhentos réis. As camisetas, em listras verticais verde e branca, eram confeccionadas pelas mãos hábeis de Dona Carlota Bordallo Rico.
 
O campo de jogo ficava exatamente onde hoje está o estádio Wolmar Salton e sua sede social. O terreno irregular foi aplainado à base da pata de cavalo e tinha uma grama muito ruim, de tabatinga, mas foi a melhor que se conseguiu, ainda mais que a família Estivallet, proprietária, permitiu a marcação do campo sem nada cobrar. O local ficou conhecido, por longos anos, como “concha do Gaúcho”, mesmo depois do clube ter saído de lá.
 
Entre os muitos integrantes da nova agremiação, formaram-se, como se dizia na época “o primeiro e segundo quadros”. O primeiro alinhava-se com De Fellipo, Souza e Avancini; Égers, Pimpão e Moisés, Valter, Paco, Deoclécio, Porto Alegre e Perez.
 
Concomitantemente, na cidade, surgiu o Grêmio Esportivo, time que usava camisetas brancas e uma estrela solitária como distintivo, que passou a ser o rival do alvi-verde, até 1921, quando foi fundado o Grêmio Esportivo 14 de julho, time da aristocracia passo-fundense. Foi então que Alfredo Loureiro bradou, do alto do Boqueirão. -Dos trilhos para lá, não queremos ninguém no Gaúcho. Os trilhos se estendiam ao longo da hoje Avenida Sete de Setembro, e “para lá”, significava o centro da cidade para baixo, hoje em direção ao bairro Petrópolis. Ali começou a feroz rivalidade entre verdes e vermelhos.
 
== Índice ==
 
* APRESENTAÇÃO 9
* SUMÁRIO 11
* NASCE UMA PAIXÃO E AS PRIMEIRAS CONQUISTAS 13
* A REORGANIZAÇÃO E A CAMPANHA DE 39 19
* UM CICLO DE REVESES 25
* VOLTAM AS VITÓRIAS 28
* A CONSTRUÇÃO DO ESTÁDIO E O FIM DO AMADORISMO 33
* AS SEMENTES DAS CONQUISTAS 38
* OS ANOS DOURADOS 45
* CRISES E GRANDES TIMES 61
* COMEÇA O DECLÍNEO 72
* A LUTA PARA VOLTAR A DIVISÃO ESPECIAL 76
* A FUSÃO QUE NÃO DEU CERTO E O FIM DO FUTEBOL 82
* O FUTURO DO GAÚCHO 85
* TODOS OS PRESIDENTES DO GAÚCHO 88
* TODOS OS TIMES DO GAÚCHO 91
* BEBETO, O CANHÃO DA SERRA 98
* FONTES DE CONSULTA 113
* PESQUISAS 113
 
== Conteúdos relacionados ==
 
== Referências ==
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Latest revision as of 15:21, 29 January 2022

O mais querido da cidade
Descrição da obra
Autor Marco Antônio Damian
Título O mais querido da cidade
Subtítulo a história

do Sport Club Gaúcho

Assunto História
Formato E-book (formato PDF)
Editora Projeto Passo Fundo
Publicação 2012
Páginas 116
ISBN 978-85-64997-47-9
Formato Papel 15 x 21 cm
Editora Berthier
Publicação 2000

O mais querido da cidade: a história do Sport Club Gaúcho Quem não sente saudade dos velhos tempos do Sport Clube Gaúcho de Passo Fundo? Da tradicional camisa alvi- verde? Do Estádio da Montanha, lotado, em dia de grande jogo? Do clássico Ga-Quá, capaz de mobilizar a cidade inteira? Dos craques? Do ambiente descontraído da copa? Da turma do alambrado, intimidando a arbitragem, empurrando o time para o ataque? Das personagens folclóricas, como a Tia Vicentina, o Adão Bocó, o Paulista, gente disposta a qualquer sacrifício pelo clube? Daquele frio de rachar, no Boqueirão? O torcedor do Gaúcho é, antes de tudo, um apaixonado, diria o Mestre Euclydes. Essa paixão histórica, desenvolvida há mais de 80 anos, certamente manterá o Gaúcho vivo, enquanto houver futebol. Contudo a ação do tempo, o descaso e a insensibilidade de alguns, já destruíram boa parte da história do alvi- verde. Daí a razão desta obra. As fontes de pesquisa, além de uma documentação escassa, restringem-se às coleções dos jornais O Nacional e Diário da Manhã e as pessoas envolvidas de alguma forma com a história do clube, na maioria ex- jogadores. Esta obra procura mostrar como foi fundado o Gaúcho, as vitórias, as alegrias, as frustrações, as dificuldades, a abnegação das pessoas que amaram o futebol em geral e o Gaúcho em particular. Enfim o passado e o futuro do clube mais querido da cidade. Quem foram às pessoas que presidiram o alvi-verde, os torcedores, os jogadores, os times do Gaúcho, desde sua fundação, até o último ano como clube de futebol profissional. E, ainda um capitulo especial em homenagem ao maior goleador da história do clube, o jogador que associou seu nome ao nome do Gaúcho, Bebeto, o “canhão da serra”. Quantos gols e contra quem Bebeto marcou, vestindo a mística camiseta alvi-verde.

Apresentação

Primeiro Capítulo, pelo Autor

NASCE UMA PAIXÃO E AS PRIMEIRAS CONQUISTAS

Na pacata Passo Fundo dos anos 10, o futebol era pouco praticado. Não havia clubes. Apenas, em 1913, surgiu o Futebol Clube de Passo Fundo, de curta duração. Na época, algumas cidades do Estado, como Porto alegre, Pelotas, Bagé, Rio Grande e Livramento, já contavam com um futebol mais evoluído.

O material esportivo, por ser raro, era também muito caro. A bola, chamada de tento, era feita com couro de porco, inflada com câmara de borracha e costurada com barbante de algodão. O tento (costura) em pouco virava um calombo e machucava quem a cabeceasse.

Uma das poucas bolas existentes na cidade, pertencia ao jovem desportista Amadeo De Felippo, residente no Boqueirão. Ocorria, porém, que Amadeo, desde jovem, trabalhava na barbearia de seu pai, e quase não tinha tempo para jogar. Era comum, em meio ao jogo, Amadeo ser chamado aos berros de volta à barbearia, colocar a bola em baixo do braço e frustrar a euforia de seus amigos. Esse fato aconteceu tantas vezes que o restante da turma resolveu organizar-se. Deliberaram, não só comprar uma bola, como também criar um clube de futebol, com sede, estatutos, sócios, campo e todo o material esportivo.

No dia 12 de maio de 1918, no varandão da famosa Casa Barão, onde moravam Augusto Schell Loureiro e Dona Carlota Bordallo Rico, seus filhos, Alfredo e Gil Rico Loureiro, mias Victor Loureiro Issler (posteriormente Deputado Federal), Antônio Junqueira da Rocha, João Colavin, Aníbal Colavin e Antônio Pimpão Loureiro, fundaram o Sport Club Gaúcho. O nome foi sugerido por Gil Loureiro, que afirmou:

-Gaúcho, pois somos gaúchos, povo guerreiro, determinado, batalhador e forte, e o nosso clube, além do nome, terá alma gaúcha. Aparteando seu irmão, Alfredo recomendou as cores verde e branco.

A primeira diretoria tinha como presidente o coronel Lauro Xavier de Castro, vice presidente, Antônio Junqueira da Rocha, secretário, Alfredo Rico Loureiro, primeiro tesoureiro, Antônio Pimpão Loureiro e segundo tesoureiro, Victor Loureiro Issler. A bola foi adquirida na Ourivesaria Aliança e custou oito mil e quinhentos réis. As camisetas, em listras verticais verde e branca, eram confeccionadas pelas mãos hábeis de Dona Carlota Bordallo Rico.

O campo de jogo ficava exatamente onde hoje está o estádio Wolmar Salton e sua sede social. O terreno irregular foi aplainado à base da pata de cavalo e tinha uma grama muito ruim, de tabatinga, mas foi a melhor que se conseguiu, ainda mais que a família Estivallet, proprietária, permitiu a marcação do campo sem nada cobrar. O local ficou conhecido, por longos anos, como “concha do Gaúcho”, mesmo depois do clube ter saído de lá.

Entre os muitos integrantes da nova agremiação, formaram-se, como se dizia na época “o primeiro e segundo quadros”. O primeiro alinhava-se com De Fellipo, Souza e Avancini; Égers, Pimpão e Moisés, Valter, Paco, Deoclécio, Porto Alegre e Perez.

Concomitantemente, na cidade, surgiu o Grêmio Esportivo, time que usava camisetas brancas e uma estrela solitária como distintivo, que passou a ser o rival do alvi-verde, até 1921, quando foi fundado o Grêmio Esportivo 14 de julho, time da aristocracia passo-fundense. Foi então que Alfredo Loureiro bradou, do alto do Boqueirão. -Dos trilhos para lá, não queremos ninguém no Gaúcho. Os trilhos se estendiam ao longo da hoje Avenida Sete de Setembro, e “para lá”, significava o centro da cidade para baixo, hoje em direção ao bairro Petrópolis. Ali começou a feroz rivalidade entre verdes e vermelhos.

Índice

  • APRESENTAÇÃO 9
  • SUMÁRIO 11
  • NASCE UMA PAIXÃO E AS PRIMEIRAS CONQUISTAS 13
  • A REORGANIZAÇÃO E A CAMPANHA DE 39 19
  • UM CICLO DE REVESES 25
  • VOLTAM AS VITÓRIAS 28
  • A CONSTRUÇÃO DO ESTÁDIO E O FIM DO AMADORISMO 33
  • AS SEMENTES DAS CONQUISTAS 38
  • OS ANOS DOURADOS 45
  • CRISES E GRANDES TIMES 61
  • COMEÇA O DECLÍNEO 72
  • A LUTA PARA VOLTAR A DIVISÃO ESPECIAL 76
  • A FUSÃO QUE NÃO DEU CERTO E O FIM DO FUTEBOL 82
  • O FUTURO DO GAÚCHO 85
  • TODOS OS PRESIDENTES DO GAÚCHO 88
  • TODOS OS TIMES DO GAÚCHO 91
  • BEBETO, O CANHÃO DA SERRA 98
  • FONTES DE CONSULTA 113
  • PESQUISAS 113

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Referências