Difference between revisions of "Negros em Buenos Aires"

From ProjetoPF
Jump to navigation Jump to search
(Excluir)
Tags: Visual edit Blanking Reverted
 
(3 intermediate revisions by the same user not shown)
Line 1: Line 1:
{| class="wikitable" style="float: right; margin-left: 20px; margin-top: -5px; width=100%"


|+
|-
! colspan="2" style="text-align:center;" |Negros em Buenos Aires
|- align="center"
| colspan="2" |[[File:Negros em Buenos Aires.jpg|center|thumb|[https://projetopassofundo.wiki.br/images/e/e9/Negros_em_Buenos_AiresEbk.pdf Downloads]]]
|-
| colspan="2" style="text-align:center;"|'''Descrição da obra'''
|-
|Autor
|[[Álvaro de Souza Gomes Neto]]
|-
|Título
|Negros em Buenos Aires
|-
|Subtítulo
|relações sociais e econômicas
|-
|Assunto
|História
|-
|Formato
|E-book (formato PDF)
|-
|Editora
|Projeto Passo  Fundo
|-
|Data da  publicação
|2014
|-
|Número de  páginas
|334
|-
|ISBN
|978-85-8326-083-7
|-
|Formato
|Papel 15 x 21  cm
|-
|Editora
|Projeto Passo  Fundo
|-
|Data da  publicação
|2014
|}
'''Negros em Buenos Aires: relações sociais e econômicas''' Esta obra estuda o negro, enquanto escravo e livre, procurando inseri-lo num período de tempo significativo e estudá-lo a partir da inter-relação deste com a camada senhorial castelhana, ou seja, busca os instrumentos que o fizeram aparecer, resistir e sobreviver, numa conjuntura que jamais lhe foi favorável Foram escolhas necessárias, mas que, ao final da escrita, se constata que os negros de Buenos Aires existiram, participaram, trabalharam, construíram e deixaram marcas que jamais podem ser esquecidas, porque tanto os africanos quanto os afrodescendentes, foram elementos fundamentais na história da sociedade Argentina
== Apresentação ==
''Prefácio, pelo Autor''
Quando pensei em estudar a presença do negro na sociedade argentina do período colonial, havia a intenção de estender minhas pesquisas à área que corresponde à faixa litorânea do Rio da Prata, cujo território, localizado um pouco mais ao norte, perfaz quatro províncias ao todo: Buenos Aires, Entre-Ríos, Corrientes e Misiones. Esta última, durante o período colonial, fazia parte da província de Corrientes, que por muito tempo esteve diretamente ligada à governança do Paraguai. Meu intento era analisar especificamente o perímetro que engloba a Bacia Platina, pelo lado argentino, e continuar o trabalho iniciado anteriormente na dissertação de Mestrado. Para isso, havia feito um levantamento bibliográfico em Porto Alegre, partindo das obras disponíveis, e procurando informar-me, da melhor maneira possível, do que havia na Argentina sobre o processo de colonização e ocupação dessa área, e a eventual participação do negro escravo.
No entanto, ao chegar a Buenos Aires e iniciar meus primeiros contatos com a bibliografia e documentação de arquivos, deparei-me com algo muito maior e mais importante do que simplesmente estudar a presença negra no processo ocupacional: a questão do negro tornara-se um tema de crucial importância para os historiadores argentinos, mas havia ainda grandes lacunas a serem preenchidas pela historiografia castelhana, que possibilitavam um aprofundamento e uma amplitude maior do que o estudo que havia sido anteriormente planejado.
Já nas primeiras leituras de artigos que me foram caindo nas mãos, uns gentilmente cedidos por professores e pesquisadores que fui conhecendo, outros que o acaso me levava a descobri-los, nas livrarias e bibliotecas portenhas, pude perceber que o leque que guiava minha pesquisa iria fechar-se, obrigando-me a realizar um corte radical e direcionar o estudo a um objeto específico: o negro escravo de Buenos Aires. O corte e a redução do espaço físico a ser estudado não se impuseram como uma decisão consciente, em princípio, mas inevitável, em função da grande participação do negro (escravo e livre), em todo o território nacional. Assim, um levantamento documental da amplitude que eu havia planejado tornar-se-ia impossível de ser realizado, dentro de um tempo limitado (embora este fosse de um ano). Dessa forma, o território anteriormente pensado, correspondente ao litoral, havia diminuido a ponto de restringir-me a um espaço que após uma checagem superficial nos arquivos, verifiquei ser muito maior do que eu realmente esperava. Assim, se antes a questão era apenas tentar perceber o negro como um dos grupos sociais que ajudaram a formar e organizar a sociedade argentina litorânea do Rio da Prata, esta se radicalizou e passou a ser incisiva e desafiante quando revelou uma problemática que atingia não apenas o econômico, tendo o negro atuado como mão-de-obra secundária, mas materializou-se numa preocupação social, religiosa, estatal e principalmente racial, que atingia não somente uma faixa de terra pré-estabelecida, mas o território argentino como um todo.
Na verdade, a partir dessas várias surpresas, tive então de optar e traçar novos parâmetros de pesquisa. A documentação que se apresentava no Archivo General de La Nación era vasta e em parte bastante dispersa, havendo ainda a diferença de estudar o negro como escravo urbano e como escravo rural, ampliando ainda mais o trabalho já hercúleo da pesquisa primária. Em função disso, o negro, escravo e livre, inserido no processo de construção social, deveria ser enquadrado em um espaço menor, fazendo com que minha decisão fosse tomada: iria estudar as relações sociais escravistas dentro do contexto urbano buenairense e suas implicações no âmbito da sociedade portenha. E essa tarefa, Negros em Buenos Aires – Álvaro de Souza Gomes Neto 9 verifiquei depois, não era nada pequena, obrigando-me a adotar direções específicas, tanto práticas quanto teóricas.
(Segue...)
== Índice ==
* Prefácio 7
* '''Capítulo 1'''
* 1 O escravo em Buenos Aires 13
* 11 Como os africanos entraram na área portenha 13
* 12 A Companhia Francesa da Guiné (1703-15) 21
* 13 A Real Companhia de Asiento de Inglaterra (1713-50)  28
* 131 Os anos da Represália 38
* 132 Escravos à venda 53
* 133 Os preços 57
* 134 Classificação das peças 62
* 135 Vícios, doenças e mortes 65
* 136 As dificuldades do comércio 72
* 137 O translado a outras praças 76
* 14 A espanholização e o livre comércio no Prata 85
* '''Capítulo 2'''
* 2 O Trabalho escravo em Buenos Aires 99
* 21 O cenário físico e social  99
* 22 A exploração 113
* 23 Trabalho x liberdade 131
* 24 Os negros no exército 159
* '''Capítulo 3'''
* 3 Violência e Direito: uma paridade possível 167
* 31 Violência: realidade ou utopía? 167
* 32 O direito da queixa 187
* 33 Discriminação: a violência velada 198
* 34 Pressão psicológica: medo do desconhecido 208
* 35 A agressão física 212
* 36 O descaso 222
* 37 As intimidades e as delações 226
* '''Capítulo 4'''
* 4 Confrarias e Sociedades 239
* 41 As Confrarias 241
* 411 As divergências: comportamentos e proibições 261
* 23 As sociedades africanas 271
* Considerações Finais 301
* Referências Bibliográficas 307
* Notas 317
== Conteúdos relacionados ==
[[File:Convite Negros em Buenos Aires e outro.jpg|left|thumb|150x150px]]
O livro foi lançado na 28ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 31 de outubro a 9 de novembro de 2014
== Referências ==
[[Category:Livros]]
[[Category:Editados por Projeto Passo Fundo]]
__INDEX__

Latest revision as of 21:48, 27 February 2022

Negros em Buenos Aires
Descrição da obra
Autor Álvaro de Souza Gomes Neto
Título Negros em Buenos Aires
Subtítulo relações sociais e econômicas
Assunto História
Formato E-book (formato PDF)
Editora Projeto Passo Fundo
Data da publicação 2014
Número de páginas 334
ISBN 978-85-8326-083-7
Formato Papel 15 x 21 cm
Editora Projeto Passo Fundo
Data da publicação 2014

Negros em Buenos Aires: relações sociais e econômicas Esta obra estuda o negro, enquanto escravo e livre, procurando inseri-lo num período de tempo significativo e estudá-lo a partir da inter-relação deste com a camada senhorial castelhana, ou seja, busca os instrumentos que o fizeram aparecer, resistir e sobreviver, numa conjuntura que jamais lhe foi favorável Foram escolhas necessárias, mas que, ao final da escrita, se constata que os negros de Buenos Aires existiram, participaram, trabalharam, construíram e deixaram marcas que jamais podem ser esquecidas, porque tanto os africanos quanto os afrodescendentes, foram elementos fundamentais na história da sociedade Argentina

Apresentação

Prefácio, pelo Autor

Quando pensei em estudar a presença do negro na sociedade argentina do período colonial, havia a intenção de estender minhas pesquisas à área que corresponde à faixa litorânea do Rio da Prata, cujo território, localizado um pouco mais ao norte, perfaz quatro províncias ao todo: Buenos Aires, Entre-Ríos, Corrientes e Misiones. Esta última, durante o período colonial, fazia parte da província de Corrientes, que por muito tempo esteve diretamente ligada à governança do Paraguai. Meu intento era analisar especificamente o perímetro que engloba a Bacia Platina, pelo lado argentino, e continuar o trabalho iniciado anteriormente na dissertação de Mestrado. Para isso, havia feito um levantamento bibliográfico em Porto Alegre, partindo das obras disponíveis, e procurando informar-me, da melhor maneira possível, do que havia na Argentina sobre o processo de colonização e ocupação dessa área, e a eventual participação do negro escravo.

No entanto, ao chegar a Buenos Aires e iniciar meus primeiros contatos com a bibliografia e documentação de arquivos, deparei-me com algo muito maior e mais importante do que simplesmente estudar a presença negra no processo ocupacional: a questão do negro tornara-se um tema de crucial importância para os historiadores argentinos, mas havia ainda grandes lacunas a serem preenchidas pela historiografia castelhana, que possibilitavam um aprofundamento e uma amplitude maior do que o estudo que havia sido anteriormente planejado.

Já nas primeiras leituras de artigos que me foram caindo nas mãos, uns gentilmente cedidos por professores e pesquisadores que fui conhecendo, outros que o acaso me levava a descobri-los, nas livrarias e bibliotecas portenhas, pude perceber que o leque que guiava minha pesquisa iria fechar-se, obrigando-me a realizar um corte radical e direcionar o estudo a um objeto específico: o negro escravo de Buenos Aires. O corte e a redução do espaço físico a ser estudado não se impuseram como uma decisão consciente, em princípio, mas inevitável, em função da grande participação do negro (escravo e livre), em todo o território nacional. Assim, um levantamento documental da amplitude que eu havia planejado tornar-se-ia impossível de ser realizado, dentro de um tempo limitado (embora este fosse de um ano). Dessa forma, o território anteriormente pensado, correspondente ao litoral, havia diminuido a ponto de restringir-me a um espaço que após uma checagem superficial nos arquivos, verifiquei ser muito maior do que eu realmente esperava. Assim, se antes a questão era apenas tentar perceber o negro como um dos grupos sociais que ajudaram a formar e organizar a sociedade argentina litorânea do Rio da Prata, esta se radicalizou e passou a ser incisiva e desafiante quando revelou uma problemática que atingia não apenas o econômico, tendo o negro atuado como mão-de-obra secundária, mas materializou-se numa preocupação social, religiosa, estatal e principalmente racial, que atingia não somente uma faixa de terra pré-estabelecida, mas o território argentino como um todo.

Na verdade, a partir dessas várias surpresas, tive então de optar e traçar novos parâmetros de pesquisa. A documentação que se apresentava no Archivo General de La Nación era vasta e em parte bastante dispersa, havendo ainda a diferença de estudar o negro como escravo urbano e como escravo rural, ampliando ainda mais o trabalho já hercúleo da pesquisa primária. Em função disso, o negro, escravo e livre, inserido no processo de construção social, deveria ser enquadrado em um espaço menor, fazendo com que minha decisão fosse tomada: iria estudar as relações sociais escravistas dentro do contexto urbano buenairense e suas implicações no âmbito da sociedade portenha. E essa tarefa, Negros em Buenos Aires – Álvaro de Souza Gomes Neto 9 verifiquei depois, não era nada pequena, obrigando-me a adotar direções específicas, tanto práticas quanto teóricas.

(Segue...)

Índice

  • Prefácio 7
  • Capítulo 1
  • 1 O escravo em Buenos Aires 13
  • 11 Como os africanos entraram na área portenha 13
  • 12 A Companhia Francesa da Guiné (1703-15) 21
  • 13 A Real Companhia de Asiento de Inglaterra (1713-50) 28
  • 131 Os anos da Represália 38
  • 132 Escravos à venda 53
  • 133 Os preços 57
  • 134 Classificação das peças 62
  • 135 Vícios, doenças e mortes 65
  • 136 As dificuldades do comércio 72
  • 137 O translado a outras praças 76
  • 14 A espanholização e o livre comércio no Prata 85
  • Capítulo 2
  • 2 O Trabalho escravo em Buenos Aires 99
  • 21 O cenário físico e social 99
  • 22 A exploração 113
  • 23 Trabalho x liberdade 131
  • 24 Os negros no exército 159
  • Capítulo 3
  • 3 Violência e Direito: uma paridade possível 167
  • 31 Violência: realidade ou utopía? 167
  • 32 O direito da queixa 187
  • 33 Discriminação: a violência velada 198
  • 34 Pressão psicológica: medo do desconhecido 208
  • 35 A agressão física 212
  • 36 O descaso 222
  • 37 As intimidades e as delações 226
  • Capítulo 4
  • 4 Confrarias e Sociedades 239
  • 41 As Confrarias 241
  • 411 As divergências: comportamentos e proibições 261
  • 23 As sociedades africanas 271
  • Considerações Finais 301
  • Referências Bibliográficas 307
  • Notas 317

Conteúdos relacionados

Convite Negros em Buenos Aires e outro.jpg

O livro foi lançado na 28ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 31 de outubro a 9 de novembro de 2014

Referências