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|Papel 15 x 21  cm
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|Editora
|Projeto Passo  Fundo
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|Data da  publicação
|Data da  publicação
|2014
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|Número de  páginas
|330
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|ISBN
|978-85-8326-084-4
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'''Negros em Buenos Aires: relações sociais e econômicas''' Esta obra estuda o negro, enquanto escravo e livre, procurando inseri-lo num período de tempo significativo e estudá-lo a partir da inter-relação deste com a camada senhorial castelhana, ou seja, busca os instrumentos que o fizeram aparecer, resistir e sobreviver, numa conjuntura que jamais lhe foi favorável Foram escolhas necessárias, mas que, ao final da escrita, se constata que os negros de Buenos Aires existiram, participaram, trabalharam, construíram e deixaram marcas que jamais podem ser esquecidas, porque tanto os africanos quanto os afrodescendentes, foram elementos fundamentais na história da sociedade Argentina
'''Negros em Buenos Aires: relações sociais e econômicas''' um estudo específico sobre o negro escravo de Buenos Aires escrito por Álvaro de Souza Gomes Neto, publicado em 2014.


== Apresentação ==
== Apresentação ==
Esta obra estuda o negro, enquanto escravo e livre, procurando inseri-lo num período de tempo significativo e estudá-lo a partir da inter-relação deste com a camada senhorial castelhana, ou seja, busca os instrumentos que o fizeram aparecer, resistir e sobreviver, numa conjuntura que jamais lhe foi favorável. Foram escolhas necessárias, mas que, ao final da escrita, se constata que os negros de Buenos Aires existiram, participaram, trabalharam, construíram e deixaram marcas que jamais podem ser esquecidas, porque tanto os africanos quanto os afrodescendentes, foram elementos fundamentais na história da sociedade Argentina.
''Prefácio, pelo Autor''


da Apresentação
Quando pensei em estudar a presença do negro na sociedade argentina do período colonial, havia a intenção de estender minhas pesquisas à área que corresponde à faixa litorânea do Rio da Prata, cujo território, localizado um pouco mais ao norte, perfaz quatro províncias ao todo: Buenos Aires, Entre-Ríos, Corrientes e Misiones. Esta última, durante o período colonial, fazia parte da província de Corrientes, que por muito tempo esteve diretamente ligada à governança do Paraguai. Meu intento era analisar especificamente o perímetro que engloba a Bacia Platina, pelo lado argentino, e continuar o trabalho iniciado anteriormente na dissertação de Mestrado. Para isso, havia feito um levantamento bibliográfico em Porto Alegre, partindo das obras disponíveis, e procurando informar-me, da melhor maneira possível, do que havia na Argentina sobre o processo de colonização e ocupação dessa área, e a eventual participação do negro escravo.
 
No entanto, ao chegar a Buenos Aires e iniciar meus primeiros contatos com a bibliografia e documentação de arquivos, deparei-me com algo muito maior e mais importante do que simplesmente estudar a presença negra no processo ocupacional: a questão do negro tornara-se um tema de crucial importância para os historiadores argentinos, mas havia ainda grandes lacunas a serem preenchidas pela historiografia castelhana, que possibilitavam um aprofundamento e uma amplitude maior do que o estudo que havia sido anteriormente planejado.
 
Já nas primeiras leituras de artigos que me foram caindo nas mãos, uns gentilmente cedidos por professores e pesquisadores que fui conhecendo, outros que o acaso me levava a descobri-los, nas livrarias e bibliotecas portenhas, pude perceber que o leque que guiava minha pesquisa iria fechar-se, obrigando-me a realizar um corte radical e direcionar o estudo a um objeto específico: o negro escravo de Buenos Aires. O corte e a redução do espaço físico a ser estudado não se impuseram como uma decisão consciente, em princípio, mas inevitável, em função da grande participação do negro (escravo e livre), em todo o território nacional. Assim, um levantamento documental da amplitude que eu havia planejado tornar-se-ia impossível de ser realizado, dentro de um tempo limitado (embora este fosse de um ano). Dessa forma, o território anteriormente pensado, correspondente ao litoral, havia diminuido a ponto de restringir-me a um espaço que após uma checagem superficial nos arquivos, verifiquei ser muito maior do que eu realmente esperava. Assim, se antes a questão era apenas tentar perceber o negro como um dos grupos sociais que ajudaram a formar e organizar a sociedade argentina litorânea do Rio da Prata, esta se radicalizou e passou a ser incisiva e desafiante quando revelou uma problemática que atingia não apenas o econômico, tendo o negro atuado como mão-de-obra secundária, mas materializou-se numa preocupação social, religiosa, estatal e principalmente racial, que atingia não somente uma faixa de terra pré-estabelecida, mas o território argentino como um todo.
 
Na verdade, a partir dessas várias surpresas, tive então de optar e traçar novos parâmetros de pesquisa. A documentação que se apresentava no Archivo General de La Nación era vasta e em parte bastante dispersa, havendo ainda a diferença de estudar o negro como escravo urbano e como escravo rural, ampliando ainda mais o trabalho já hercúleo da pesquisa primária. Em função disso, o negro, escravo e livre, inserido no processo de construção social, deveria ser enquadrado em um espaço menor, fazendo com que minha decisão fosse tomada: iria estudar as relações sociais escravistas dentro do contexto urbano buenairense e suas implicações no âmbito da sociedade portenha. E essa tarefa, Negros em Buenos Aires – Álvaro de Souza Gomes Neto 9 verifiquei depois, não era nada pequena, obrigando-me a adotar direções específicas, tanto práticas quanto teóricas.
 
(Segue...)
 
== Índice ==
 
* Prefácio 7
* '''Capítulo 1'''
* 1 O escravo em Buenos Aires 13
* 11 Como os africanos entraram na área portenha 13
* 12 A Companhia Francesa da Guiné (1703-15) 21
* 13 A Real Companhia de Asiento de Inglaterra (1713-50)  28
* 131 Os anos da Represália 38
* 132 Escravos à venda 53
* 133 Os preços 57
* 134 Classificação das peças 62
* 135 Vícios, doenças e mortes 65
* 136 As dificuldades do comércio 72
* 137 O translado a outras praças 76
* 14 A espanholização e o livre comércio no Prata 85
* '''Capítulo 2'''
* 2 O Trabalho escravo em Buenos Aires 99
* 21 O cenário físico e social  99
* 22 A exploração 113
* 23 Trabalho x liberdade 131
* 24 Os negros no exército 159
* '''Capítulo 3'''
* 3 Violência e Direito: uma paridade possível 167
* 31 Violência: realidade ou utopía? 167
* 32 O direito da queixa 187
* 33 Discriminação: a violência velada 198
* 34 Pressão psicológica: medo do desconhecido 208
* 35 A agressão física 212
* 36 O descaso 222
* 37 As intimidades e as delações 226
* '''Capítulo 4'''
* 4 Confrarias e Sociedades 239
* 41 As Confrarias 241
* 411 As divergências: comportamentos e proibições 261
* 23 As sociedades africanas 271
* Considerações Finais 301
* Referências Bibliográficas 307
* Notas 317


== Conteúdos relacionados ==
== Conteúdos relacionados ==
O livro foi lançado na 28ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 31 de outubro a 9 de novembro de 2014.
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O livro foi lançado na 28ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 31 de outubro a 9 de novembro de 2014
 
== Referências ==
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Latest revision as of 21:48, 27 February 2022

Negros em Buenos Aires
Descrição da obra
Autor Álvaro de Souza Gomes Neto
Título Negros em Buenos Aires
Subtítulo relações sociais e econômicas
Assunto História
Formato E-book (formato PDF)
Editora Projeto Passo Fundo
Data da publicação 2014
Número de páginas 334
ISBN 978-85-8326-083-7
Formato Papel 15 x 21 cm
Editora Projeto Passo Fundo
Data da publicação 2014

Negros em Buenos Aires: relações sociais e econômicas Esta obra estuda o negro, enquanto escravo e livre, procurando inseri-lo num período de tempo significativo e estudá-lo a partir da inter-relação deste com a camada senhorial castelhana, ou seja, busca os instrumentos que o fizeram aparecer, resistir e sobreviver, numa conjuntura que jamais lhe foi favorável Foram escolhas necessárias, mas que, ao final da escrita, se constata que os negros de Buenos Aires existiram, participaram, trabalharam, construíram e deixaram marcas que jamais podem ser esquecidas, porque tanto os africanos quanto os afrodescendentes, foram elementos fundamentais na história da sociedade Argentina

Apresentação

Prefácio, pelo Autor

Quando pensei em estudar a presença do negro na sociedade argentina do período colonial, havia a intenção de estender minhas pesquisas à área que corresponde à faixa litorânea do Rio da Prata, cujo território, localizado um pouco mais ao norte, perfaz quatro províncias ao todo: Buenos Aires, Entre-Ríos, Corrientes e Misiones. Esta última, durante o período colonial, fazia parte da província de Corrientes, que por muito tempo esteve diretamente ligada à governança do Paraguai. Meu intento era analisar especificamente o perímetro que engloba a Bacia Platina, pelo lado argentino, e continuar o trabalho iniciado anteriormente na dissertação de Mestrado. Para isso, havia feito um levantamento bibliográfico em Porto Alegre, partindo das obras disponíveis, e procurando informar-me, da melhor maneira possível, do que havia na Argentina sobre o processo de colonização e ocupação dessa área, e a eventual participação do negro escravo.

No entanto, ao chegar a Buenos Aires e iniciar meus primeiros contatos com a bibliografia e documentação de arquivos, deparei-me com algo muito maior e mais importante do que simplesmente estudar a presença negra no processo ocupacional: a questão do negro tornara-se um tema de crucial importância para os historiadores argentinos, mas havia ainda grandes lacunas a serem preenchidas pela historiografia castelhana, que possibilitavam um aprofundamento e uma amplitude maior do que o estudo que havia sido anteriormente planejado.

Já nas primeiras leituras de artigos que me foram caindo nas mãos, uns gentilmente cedidos por professores e pesquisadores que fui conhecendo, outros que o acaso me levava a descobri-los, nas livrarias e bibliotecas portenhas, pude perceber que o leque que guiava minha pesquisa iria fechar-se, obrigando-me a realizar um corte radical e direcionar o estudo a um objeto específico: o negro escravo de Buenos Aires. O corte e a redução do espaço físico a ser estudado não se impuseram como uma decisão consciente, em princípio, mas inevitável, em função da grande participação do negro (escravo e livre), em todo o território nacional. Assim, um levantamento documental da amplitude que eu havia planejado tornar-se-ia impossível de ser realizado, dentro de um tempo limitado (embora este fosse de um ano). Dessa forma, o território anteriormente pensado, correspondente ao litoral, havia diminuido a ponto de restringir-me a um espaço que após uma checagem superficial nos arquivos, verifiquei ser muito maior do que eu realmente esperava. Assim, se antes a questão era apenas tentar perceber o negro como um dos grupos sociais que ajudaram a formar e organizar a sociedade argentina litorânea do Rio da Prata, esta se radicalizou e passou a ser incisiva e desafiante quando revelou uma problemática que atingia não apenas o econômico, tendo o negro atuado como mão-de-obra secundária, mas materializou-se numa preocupação social, religiosa, estatal e principalmente racial, que atingia não somente uma faixa de terra pré-estabelecida, mas o território argentino como um todo.

Na verdade, a partir dessas várias surpresas, tive então de optar e traçar novos parâmetros de pesquisa. A documentação que se apresentava no Archivo General de La Nación era vasta e em parte bastante dispersa, havendo ainda a diferença de estudar o negro como escravo urbano e como escravo rural, ampliando ainda mais o trabalho já hercúleo da pesquisa primária. Em função disso, o negro, escravo e livre, inserido no processo de construção social, deveria ser enquadrado em um espaço menor, fazendo com que minha decisão fosse tomada: iria estudar as relações sociais escravistas dentro do contexto urbano buenairense e suas implicações no âmbito da sociedade portenha. E essa tarefa, Negros em Buenos Aires – Álvaro de Souza Gomes Neto 9 verifiquei depois, não era nada pequena, obrigando-me a adotar direções específicas, tanto práticas quanto teóricas.

(Segue...)

Índice

  • Prefácio 7
  • Capítulo 1
  • 1 O escravo em Buenos Aires 13
  • 11 Como os africanos entraram na área portenha 13
  • 12 A Companhia Francesa da Guiné (1703-15) 21
  • 13 A Real Companhia de Asiento de Inglaterra (1713-50) 28
  • 131 Os anos da Represália 38
  • 132 Escravos à venda 53
  • 133 Os preços 57
  • 134 Classificação das peças 62
  • 135 Vícios, doenças e mortes 65
  • 136 As dificuldades do comércio 72
  • 137 O translado a outras praças 76
  • 14 A espanholização e o livre comércio no Prata 85
  • Capítulo 2
  • 2 O Trabalho escravo em Buenos Aires 99
  • 21 O cenário físico e social 99
  • 22 A exploração 113
  • 23 Trabalho x liberdade 131
  • 24 Os negros no exército 159
  • Capítulo 3
  • 3 Violência e Direito: uma paridade possível 167
  • 31 Violência: realidade ou utopía? 167
  • 32 O direito da queixa 187
  • 33 Discriminação: a violência velada 198
  • 34 Pressão psicológica: medo do desconhecido 208
  • 35 A agressão física 212
  • 36 O descaso 222
  • 37 As intimidades e as delações 226
  • Capítulo 4
  • 4 Confrarias e Sociedades 239
  • 41 As Confrarias 241
  • 411 As divergências: comportamentos e proibições 261
  • 23 As sociedades africanas 271
  • Considerações Finais 301
  • Referências Bibliográficas 307
  • Notas 317

Conteúdos relacionados

Convite Negros em Buenos Aires e outro.jpg

O livro foi lançado na 28ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 31 de outubro a 9 de novembro de 2014

Referências