Difference between revisions of "Semblantes de pioneiros"
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! colspan="2" style="text-align:center;" |Semblantes de pioneiros | |||
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| colspan="2" |[[File:Semblantes de pioneiros.jpg|center|thumb|Semblantes de pioneiros<ref>BARBOSA, Fidélis D. (1961) [https://projetopassofundo.wiki.br/images/f/f2/Semblantes_de_pioneirosEbk.pdf Semblantes de pioneiros] -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2013 164 páginas. E-book</ref>]] | |||
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| colspan="2" style="text-align:center;"|'''Descrição da obra''' | |||
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|Autor | |||
|[[Fidélis Dalcin Barbosa]] | |||
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|Título | |||
|Semblantes de pioneiros | |||
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|Assunto | |||
|História | |||
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|E-book (formato PDF) | |||
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|Editora | |||
|Projeto Passo Fundo | |||
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|Publicação | |||
|2013 | |||
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|Páginas | |||
|164 | |||
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|ISBN | |||
|978-85-8326-040-0 | |||
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|Formato | |||
|Papel 15 x 21 cm | |||
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|Editora | |||
|Edições EST | |||
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|Publicação | |||
|1995 | |||
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'''Semblantes de pioneiros''' No princípio era a selva. A selva estava em tudo. Cobria tudo com seu verde manto. Com estas palavras, que lembram o intróito do IV Evangelho, poderia ser iniciado o primeiro capítulo da história deste município e, portanto, desta localidade. Foi somente em 1884 - um decênio depois da fundação de Caxias do Sul- que se estabeleceu no local onde hoje assenta a nossa formosa Veranópolis, a Comissão de Terras, que lançou as bases da Colônia de Alfredo Chaves. E foi nessa época, entre os anos de 1884 e 1890, que se povoou a maior parte desta circunscrição. Os colonos vinham chegando e eram alojados no Barracão dos Imigrantes, exatamente no sítio preciso em que hoje se erguem os edifícios da União Montanhesa de Indústrias. De lá eram distribuídos, pouco a pouco, pelos lotes rurais que lhes cabiam. Tudo era floresta rude e agressiva, povoada de animais bravios de toda espécie.. | |||
== Apresentação == | |||
''ROTEIRO, por [[Gevaldino Ferreira]]'' | |||
Aquele que tiver, de fato, uma história a contar, um assunto a expor, uma ideia a ser defendida - dispõe do primeiro elemento para escrever. E o material coletado por Fidélis Dalcin Barbosa para traçar este seu "Semblantes de Pioneiros" é farto e humano. Além disso, inexplorado. E ele o emprega com tamanha naturalidade, num estilo tão simples, que o livro ressubra autenticidade em cada frase, e a gente o lê com gosto, com vivo interesse, não obstante a sua despretensão literária. No meu caso, muito especialmente, pois que - tendo dez anos de trabalho profissional na zona de colonização italiana, de 1934 a 1944, dirigindo um laboratório de bromatologia, orientando e fiscalizando a vinificação, convivendo com os colonos, conhecendo-lhes a dura luta do dia-a-dia e com isso o preço da conquista dos seus bens materiais, inclusive pelo sacrifício dos antepassados - sei bem o quanto é justo que se narre e enalteça o heroísmo silencioso e humilde desses legítimos desbravadores, os imigrantes. | |||
Muito interessantes os apontamentos de José Gelain, as suas memórias, com que Fidélis Dalcin Barbosa inicia o seu livro. Conheci em Nova Pádua divers os descendentes desse valoroso imigrante. Dentre eles o seu filho Luiz Gelain, professor primário e maestro da banda local, e seu neto Henrique, hoje Bispo de Lins em São Paulo. | |||
No capítulo "Carreteiros" o autor reivindica para a carreta de quatro rodas, a carreta do imigrante italiano, um lugar de relevo no registro de prestação de serviços na feitura do nosso progresso, como acontece com a famosa carreta de duas rodas, de origem açoriana, hoje glorificada em prosa e verso e revivida a cada passo em miniaturas de metal ou madeira. Aqui o ensaísta relembra essa "bruta instituição" italiana que é a blasfêmia. | |||
É assim que ele começa a desenhar o "semblante" de Bernardo Índio. Eu me lembro de Bordó, um carreteiro que conheci em Vacaria no meu tempo de guri, e ao qual o escritor se refere pouco depois. A semelhança entre ambos não é física, reside no modo de ser. Bordó, quando atolava a carreta e, depois de muito grito e muito laço, se convencia da impotência dos animais para arrancar o "tatu", ficava religioso, apelava para os seus santos preferidos, gritando, dramático, de braços abertos, às vezes de joelhos. Mas, ao ver que a ajuda não vinha, virava o vento e xingava, dizendo "nomes" de arrepiar a pele até dos palanques das cercas. Chamava os mesmos santos, um por um, para dentro do seu chapéu e, depois de um discurso terrível, descia-lhes o facão, numa fúria de louco, espumando de raiva. | |||
É excelente o capítulo sobre os balseiros, principalmente pelo conhecimento minucioso do itinerário. E começa bonito: "Açorianos e bandeirantes habitaram o litoral e os pampas gaúchos. Circundaram, com medo e respeito, o negror da mata virgem. Como outrora, no mapa do mundo, um ponto escuro da África trazia a legenda 'Hic sunt leones', aqui a extensa região montanhosa do Rio Grande do Sul envolta no denso mato do mistério, incutia pavor. Paraíso das aves e das feras, telheiro do selvagem, dormia o sono dos séculos sob a verde umbela protetora dos pinheirais sem termo". (Publicado no Diário de Notícias, 25.03.1962.) | |||
== Índice == | |||
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*AGRADECIMENTO 9 | |||
* ROTEIRO 11 | |||
* PROÊMIO Discurso aos Pioneiros 13 | |||
* 1 A ODISSEIA DE UM IMIGRANTE 21 | |||
* 2 CARRETEIROS 61 | |||
* 3 TROPEIROS 82 | |||
* 4 BALSEIROS 95 | |||
* 5 BUGREIROS 107 | |||
* 6 UMA PARTIDA DE BOCHAS 122 | |||
* 7 A EPOPEIA DO IMIGRANTE 128 | |||
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== Conteúdos relacionados == | |||
* 2014 - A versão e-book foi lançada na 28ª Feira do Livro de Passo Fundo realizada de 31 de outubro a 9 de novembro de 2014. | |||
== Referências == | |||
[[Category:Editados por Projeto Passo Fundo]] | |||
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Latest revision as of 08:22, 5 October 2023
Semblantes de pioneiros | |
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Descrição da obra | |
Autor | Fidélis Dalcin Barbosa |
Título | Semblantes de pioneiros |
Assunto | História |
Formato | E-book (formato PDF) |
Editora | Projeto Passo Fundo |
Publicação | 2013 |
Páginas | 164 |
ISBN | 978-85-8326-040-0 |
Formato | Papel 15 x 21 cm |
Editora | Edições EST |
Publicação | 1995 |
Semblantes de pioneiros No princípio era a selva. A selva estava em tudo. Cobria tudo com seu verde manto. Com estas palavras, que lembram o intróito do IV Evangelho, poderia ser iniciado o primeiro capítulo da história deste município e, portanto, desta localidade. Foi somente em 1884 - um decênio depois da fundação de Caxias do Sul- que se estabeleceu no local onde hoje assenta a nossa formosa Veranópolis, a Comissão de Terras, que lançou as bases da Colônia de Alfredo Chaves. E foi nessa época, entre os anos de 1884 e 1890, que se povoou a maior parte desta circunscrição. Os colonos vinham chegando e eram alojados no Barracão dos Imigrantes, exatamente no sítio preciso em que hoje se erguem os edifícios da União Montanhesa de Indústrias. De lá eram distribuídos, pouco a pouco, pelos lotes rurais que lhes cabiam. Tudo era floresta rude e agressiva, povoada de animais bravios de toda espécie..
Apresentação
ROTEIRO, por Gevaldino Ferreira
Aquele que tiver, de fato, uma história a contar, um assunto a expor, uma ideia a ser defendida - dispõe do primeiro elemento para escrever. E o material coletado por Fidélis Dalcin Barbosa para traçar este seu "Semblantes de Pioneiros" é farto e humano. Além disso, inexplorado. E ele o emprega com tamanha naturalidade, num estilo tão simples, que o livro ressubra autenticidade em cada frase, e a gente o lê com gosto, com vivo interesse, não obstante a sua despretensão literária. No meu caso, muito especialmente, pois que - tendo dez anos de trabalho profissional na zona de colonização italiana, de 1934 a 1944, dirigindo um laboratório de bromatologia, orientando e fiscalizando a vinificação, convivendo com os colonos, conhecendo-lhes a dura luta do dia-a-dia e com isso o preço da conquista dos seus bens materiais, inclusive pelo sacrifício dos antepassados - sei bem o quanto é justo que se narre e enalteça o heroísmo silencioso e humilde desses legítimos desbravadores, os imigrantes.
Muito interessantes os apontamentos de José Gelain, as suas memórias, com que Fidélis Dalcin Barbosa inicia o seu livro. Conheci em Nova Pádua divers os descendentes desse valoroso imigrante. Dentre eles o seu filho Luiz Gelain, professor primário e maestro da banda local, e seu neto Henrique, hoje Bispo de Lins em São Paulo.
No capítulo "Carreteiros" o autor reivindica para a carreta de quatro rodas, a carreta do imigrante italiano, um lugar de relevo no registro de prestação de serviços na feitura do nosso progresso, como acontece com a famosa carreta de duas rodas, de origem açoriana, hoje glorificada em prosa e verso e revivida a cada passo em miniaturas de metal ou madeira. Aqui o ensaísta relembra essa "bruta instituição" italiana que é a blasfêmia.
É assim que ele começa a desenhar o "semblante" de Bernardo Índio. Eu me lembro de Bordó, um carreteiro que conheci em Vacaria no meu tempo de guri, e ao qual o escritor se refere pouco depois. A semelhança entre ambos não é física, reside no modo de ser. Bordó, quando atolava a carreta e, depois de muito grito e muito laço, se convencia da impotência dos animais para arrancar o "tatu", ficava religioso, apelava para os seus santos preferidos, gritando, dramático, de braços abertos, às vezes de joelhos. Mas, ao ver que a ajuda não vinha, virava o vento e xingava, dizendo "nomes" de arrepiar a pele até dos palanques das cercas. Chamava os mesmos santos, um por um, para dentro do seu chapéu e, depois de um discurso terrível, descia-lhes o facão, numa fúria de louco, espumando de raiva.
É excelente o capítulo sobre os balseiros, principalmente pelo conhecimento minucioso do itinerário. E começa bonito: "Açorianos e bandeirantes habitaram o litoral e os pampas gaúchos. Circundaram, com medo e respeito, o negror da mata virgem. Como outrora, no mapa do mundo, um ponto escuro da África trazia a legenda 'Hic sunt leones', aqui a extensa região montanhosa do Rio Grande do Sul envolta no denso mato do mistério, incutia pavor. Paraíso das aves e das feras, telheiro do selvagem, dormia o sono dos séculos sob a verde umbela protetora dos pinheirais sem termo". (Publicado no Diário de Notícias, 25.03.1962.)
Índice
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Conteúdos relacionados
- 2014 - A versão e-book foi lançada na 28ª Feira do Livro de Passo Fundo realizada de 31 de outubro a 9 de novembro de 2014.
Referências
- ↑ BARBOSA, Fidélis D. (1961) Semblantes de pioneiros -Passo Fundo: Projeto Passo Fundo, 2013 164 páginas. E-book