Difference between revisions of "Negros em Buenos Aires"
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|Papel 15 x 21 cm | |Papel 15 x 21 cm | ||
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|Projeto Passo Fundo | |||
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|Data da publicação | |Data da publicação | ||
|2014 | |2014 | ||
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'''Negros em Buenos Aires: relações sociais e econômicas''' Esta obra estuda o negro, enquanto escravo e livre, procurando inseri-lo num período de tempo significativo e estudá-lo a partir da inter-relação deste com a camada senhorial castelhana, ou seja, busca os instrumentos que o fizeram aparecer, resistir e sobreviver, numa conjuntura que jamais lhe foi favorável Foram escolhas necessárias, mas que, ao final da escrita, se constata que os negros de Buenos Aires existiram, participaram, trabalharam, construíram e deixaram marcas que jamais podem ser esquecidas, porque tanto os africanos quanto os afrodescendentes, foram elementos fundamentais na história da sociedade Argentina | |||
'''Negros em Buenos Aires: relações sociais e econômicas''' | |||
== Apresentação == | == Apresentação == | ||
''Prefácio, pelo Autor'' | |||
da | Quando pensei em estudar a presença do negro na sociedade argentina do período colonial, havia a intenção de estender minhas pesquisas à área que corresponde à faixa litorânea do Rio da Prata, cujo território, localizado um pouco mais ao norte, perfaz quatro províncias ao todo: Buenos Aires, Entre-Ríos, Corrientes e Misiones. Esta última, durante o período colonial, fazia parte da província de Corrientes, que por muito tempo esteve diretamente ligada à governança do Paraguai. Meu intento era analisar especificamente o perímetro que engloba a Bacia Platina, pelo lado argentino, e continuar o trabalho iniciado anteriormente na dissertação de Mestrado. Para isso, havia feito um levantamento bibliográfico em Porto Alegre, partindo das obras disponíveis, e procurando informar-me, da melhor maneira possível, do que havia na Argentina sobre o processo de colonização e ocupação dessa área, e a eventual participação do negro escravo. | ||
No entanto, ao chegar a Buenos Aires e iniciar meus primeiros contatos com a bibliografia e documentação de arquivos, deparei-me com algo muito maior e mais importante do que simplesmente estudar a presença negra no processo ocupacional: a questão do negro tornara-se um tema de crucial importância para os historiadores argentinos, mas havia ainda grandes lacunas a serem preenchidas pela historiografia castelhana, que possibilitavam um aprofundamento e uma amplitude maior do que o estudo que havia sido anteriormente planejado. | |||
Já nas primeiras leituras de artigos que me foram caindo nas mãos, uns gentilmente cedidos por professores e pesquisadores que fui conhecendo, outros que o acaso me levava a descobri-los, nas livrarias e bibliotecas portenhas, pude perceber que o leque que guiava minha pesquisa iria fechar-se, obrigando-me a realizar um corte radical e direcionar o estudo a um objeto específico: o negro escravo de Buenos Aires. O corte e a redução do espaço físico a ser estudado não se impuseram como uma decisão consciente, em princípio, mas inevitável, em função da grande participação do negro (escravo e livre), em todo o território nacional. Assim, um levantamento documental da amplitude que eu havia planejado tornar-se-ia impossível de ser realizado, dentro de um tempo limitado (embora este fosse de um ano). Dessa forma, o território anteriormente pensado, correspondente ao litoral, havia diminuido a ponto de restringir-me a um espaço que após uma checagem superficial nos arquivos, verifiquei ser muito maior do que eu realmente esperava. Assim, se antes a questão era apenas tentar perceber o negro como um dos grupos sociais que ajudaram a formar e organizar a sociedade argentina litorânea do Rio da Prata, esta se radicalizou e passou a ser incisiva e desafiante quando revelou uma problemática que atingia não apenas o econômico, tendo o negro atuado como mão-de-obra secundária, mas materializou-se numa preocupação social, religiosa, estatal e principalmente racial, que atingia não somente uma faixa de terra pré-estabelecida, mas o território argentino como um todo. | |||
Na verdade, a partir dessas várias surpresas, tive então de optar e traçar novos parâmetros de pesquisa. A documentação que se apresentava no Archivo General de La Nación era vasta e em parte bastante dispersa, havendo ainda a diferença de estudar o negro como escravo urbano e como escravo rural, ampliando ainda mais o trabalho já hercúleo da pesquisa primária. Em função disso, o negro, escravo e livre, inserido no processo de construção social, deveria ser enquadrado em um espaço menor, fazendo com que minha decisão fosse tomada: iria estudar as relações sociais escravistas dentro do contexto urbano buenairense e suas implicações no âmbito da sociedade portenha. E essa tarefa, Negros em Buenos Aires – Álvaro de Souza Gomes Neto 9 verifiquei depois, não era nada pequena, obrigando-me a adotar direções específicas, tanto práticas quanto teóricas. | |||
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== Índice == | |||
* Prefácio 7 | |||
* '''Capítulo 1''' | |||
* 1 O escravo em Buenos Aires 13 | |||
* 11 Como os africanos entraram na área portenha 13 | |||
* 12 A Companhia Francesa da Guiné (1703-15) 21 | |||
* 13 A Real Companhia de Asiento de Inglaterra (1713-50) 28 | |||
* 131 Os anos da Represália 38 | |||
* 132 Escravos à venda 53 | |||
* 133 Os preços 57 | |||
* 134 Classificação das peças 62 | |||
* 135 Vícios, doenças e mortes 65 | |||
* 136 As dificuldades do comércio 72 | |||
* 137 O translado a outras praças 76 | |||
* 14 A espanholização e o livre comércio no Prata 85 | |||
* '''Capítulo 2''' | |||
* 2 O Trabalho escravo em Buenos Aires 99 | |||
* 21 O cenário físico e social 99 | |||
* 22 A exploração 113 | |||
* 23 Trabalho x liberdade 131 | |||
* 24 Os negros no exército 159 | |||
* '''Capítulo 3''' | |||
* 3 Violência e Direito: uma paridade possível 167 | |||
* 31 Violência: realidade ou utopía? 167 | |||
* 32 O direito da queixa 187 | |||
* 33 Discriminação: a violência velada 198 | |||
* 34 Pressão psicológica: medo do desconhecido 208 | |||
* 35 A agressão física 212 | |||
* 36 O descaso 222 | |||
* 37 As intimidades e as delações 226 | |||
* '''Capítulo 4''' | |||
* 4 Confrarias e Sociedades 239 | |||
* 41 As Confrarias 241 | |||
* 411 As divergências: comportamentos e proibições 261 | |||
* 23 As sociedades africanas 271 | |||
* Considerações Finais 301 | |||
* Referências Bibliográficas 307 | |||
* Notas 317 | |||
== Conteúdos relacionados == | == Conteúdos relacionados == | ||
O livro foi lançado na 28ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 31 de outubro a 9 de novembro de 2014 | [[File:Convite Negros em Buenos Aires e outro.jpg|left|thumb|150x150px]] | ||
O livro foi lançado na 28ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 31 de outubro a 9 de novembro de 2014 | |||
== Referências == | |||
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Negros em Buenos Aires | |
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Descrição da obra | |
Autor | Álvaro de Souza Gomes Neto |
Título | Negros em Buenos Aires |
Subtítulo | relações sociais e econômicas |
Assunto | História |
Formato | E-book (formato PDF) |
Editora | Projeto Passo Fundo |
Data da publicação | 2014 |
Número de páginas | 334 |
ISBN | 978-85-8326-083-7 |
Formato | Papel 15 x 21 cm |
Editora | Projeto Passo Fundo |
Data da publicação | 2014 |
Negros em Buenos Aires: relações sociais e econômicas Esta obra estuda o negro, enquanto escravo e livre, procurando inseri-lo num período de tempo significativo e estudá-lo a partir da inter-relação deste com a camada senhorial castelhana, ou seja, busca os instrumentos que o fizeram aparecer, resistir e sobreviver, numa conjuntura que jamais lhe foi favorável Foram escolhas necessárias, mas que, ao final da escrita, se constata que os negros de Buenos Aires existiram, participaram, trabalharam, construíram e deixaram marcas que jamais podem ser esquecidas, porque tanto os africanos quanto os afrodescendentes, foram elementos fundamentais na história da sociedade Argentina
Apresentação
Prefácio, pelo Autor
Quando pensei em estudar a presença do negro na sociedade argentina do período colonial, havia a intenção de estender minhas pesquisas à área que corresponde à faixa litorânea do Rio da Prata, cujo território, localizado um pouco mais ao norte, perfaz quatro províncias ao todo: Buenos Aires, Entre-Ríos, Corrientes e Misiones. Esta última, durante o período colonial, fazia parte da província de Corrientes, que por muito tempo esteve diretamente ligada à governança do Paraguai. Meu intento era analisar especificamente o perímetro que engloba a Bacia Platina, pelo lado argentino, e continuar o trabalho iniciado anteriormente na dissertação de Mestrado. Para isso, havia feito um levantamento bibliográfico em Porto Alegre, partindo das obras disponíveis, e procurando informar-me, da melhor maneira possível, do que havia na Argentina sobre o processo de colonização e ocupação dessa área, e a eventual participação do negro escravo.
No entanto, ao chegar a Buenos Aires e iniciar meus primeiros contatos com a bibliografia e documentação de arquivos, deparei-me com algo muito maior e mais importante do que simplesmente estudar a presença negra no processo ocupacional: a questão do negro tornara-se um tema de crucial importância para os historiadores argentinos, mas havia ainda grandes lacunas a serem preenchidas pela historiografia castelhana, que possibilitavam um aprofundamento e uma amplitude maior do que o estudo que havia sido anteriormente planejado.
Já nas primeiras leituras de artigos que me foram caindo nas mãos, uns gentilmente cedidos por professores e pesquisadores que fui conhecendo, outros que o acaso me levava a descobri-los, nas livrarias e bibliotecas portenhas, pude perceber que o leque que guiava minha pesquisa iria fechar-se, obrigando-me a realizar um corte radical e direcionar o estudo a um objeto específico: o negro escravo de Buenos Aires. O corte e a redução do espaço físico a ser estudado não se impuseram como uma decisão consciente, em princípio, mas inevitável, em função da grande participação do negro (escravo e livre), em todo o território nacional. Assim, um levantamento documental da amplitude que eu havia planejado tornar-se-ia impossível de ser realizado, dentro de um tempo limitado (embora este fosse de um ano). Dessa forma, o território anteriormente pensado, correspondente ao litoral, havia diminuido a ponto de restringir-me a um espaço que após uma checagem superficial nos arquivos, verifiquei ser muito maior do que eu realmente esperava. Assim, se antes a questão era apenas tentar perceber o negro como um dos grupos sociais que ajudaram a formar e organizar a sociedade argentina litorânea do Rio da Prata, esta se radicalizou e passou a ser incisiva e desafiante quando revelou uma problemática que atingia não apenas o econômico, tendo o negro atuado como mão-de-obra secundária, mas materializou-se numa preocupação social, religiosa, estatal e principalmente racial, que atingia não somente uma faixa de terra pré-estabelecida, mas o território argentino como um todo.
Na verdade, a partir dessas várias surpresas, tive então de optar e traçar novos parâmetros de pesquisa. A documentação que se apresentava no Archivo General de La Nación era vasta e em parte bastante dispersa, havendo ainda a diferença de estudar o negro como escravo urbano e como escravo rural, ampliando ainda mais o trabalho já hercúleo da pesquisa primária. Em função disso, o negro, escravo e livre, inserido no processo de construção social, deveria ser enquadrado em um espaço menor, fazendo com que minha decisão fosse tomada: iria estudar as relações sociais escravistas dentro do contexto urbano buenairense e suas implicações no âmbito da sociedade portenha. E essa tarefa, Negros em Buenos Aires – Álvaro de Souza Gomes Neto 9 verifiquei depois, não era nada pequena, obrigando-me a adotar direções específicas, tanto práticas quanto teóricas.
(Segue...)
Índice
- Prefácio 7
- Capítulo 1
- 1 O escravo em Buenos Aires 13
- 11 Como os africanos entraram na área portenha 13
- 12 A Companhia Francesa da Guiné (1703-15) 21
- 13 A Real Companhia de Asiento de Inglaterra (1713-50) 28
- 131 Os anos da Represália 38
- 132 Escravos à venda 53
- 133 Os preços 57
- 134 Classificação das peças 62
- 135 Vícios, doenças e mortes 65
- 136 As dificuldades do comércio 72
- 137 O translado a outras praças 76
- 14 A espanholização e o livre comércio no Prata 85
- Capítulo 2
- 2 O Trabalho escravo em Buenos Aires 99
- 21 O cenário físico e social 99
- 22 A exploração 113
- 23 Trabalho x liberdade 131
- 24 Os negros no exército 159
- Capítulo 3
- 3 Violência e Direito: uma paridade possível 167
- 31 Violência: realidade ou utopía? 167
- 32 O direito da queixa 187
- 33 Discriminação: a violência velada 198
- 34 Pressão psicológica: medo do desconhecido 208
- 35 A agressão física 212
- 36 O descaso 222
- 37 As intimidades e as delações 226
- Capítulo 4
- 4 Confrarias e Sociedades 239
- 41 As Confrarias 241
- 411 As divergências: comportamentos e proibições 261
- 23 As sociedades africanas 271
- Considerações Finais 301
- Referências Bibliográficas 307
- Notas 317
Conteúdos relacionados
O livro foi lançado na 28ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 31 de outubro a 9 de novembro de 2014