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As notas em temas, em versos, em autores. Sempre em ação. | As notas em temas, em versos, em autores. Sempre em ação. | ||
Método de associações livres de outras leituras, de fluxo emocional. Sabe dizer com o que os outros dizem. Colagem. Mas o pano de fundo é seu. A voz é sua. (Raro, isso. Essa capacidade de manter a própria dicção vazada por autores tão diversos. Ela é o fio condutor.) Em Leonora Waihrich. Que é amiga de Eliane Marques que é minha amiga. Piccolo mondo. Ela tampouco sabe, Tânia, que a citação do autor de Makrol, faz-me lembrar uma conversa sobre Tarkovski com o filho dele, na Biblioteca Nacional, em Bogotá, há mais de 20 anos. Ela não sabe (como poderia?) que comecei a escrever uma crônica “O filho de Álvaro Mútis”. Depois deixei de lado. Às vezes uma citação cria a crônica (Televisão) Às vezes a crônica encontra as citações (A esquina), que remetem à outras citações, estas no leitor. De A Esquina para “O Mapa” do Quintana é um tapa. Desconfio que Tânia Du Bois descarte mais notas de leitura que os seus próprios, claros, generosos pensamentos. Parece que estes já vem medidos para o texto impresso em colunas. Seus pensamentos confluem a dizer-nos: os poetas são todos um em mim, um comigo. E, por consequência, nós somos todos um só em vocês que me leem. Eu e os meus poetas, vocês e os mesmos poetas. A nostalgia do presente que a poesia evoca, que certa poesia evoca, permeia Vidas desamarradas. O fascínio pelo tempo. E no tempo, pelo passado. A atração pelo passado disfarçada de elogio ao presente. No fundo, tudo nela é passado. E isto, a apresentação deste livro, guiada pela forma como o livro foi escrito, pela sua maneira de ler e de criar. Em vasos comunicantes afetivos. Tanto Sul. De um olhar crítico que nunca diminui seu objeto. Encontra o valor sem submetê-lo à uma avaliação. | Método de associações livres de outras leituras, de fluxo emocional. Sabe dizer com o que os outros dizem. Colagem. Mas o pano de fundo é seu. A voz é sua. (Raro, isso. Essa capacidade de manter a própria dicção vazada por autores tão diversos. Ela é o fio condutor.) Em Leonora Waihrich. Que é amiga de Eliane Marques que é minha amiga. Piccolo mondo. Ela tampouco sabe, Tânia, que a citação do autor de Makrol, faz-me lembrar uma conversa sobre Tarkovski com o filho dele, na Biblioteca Nacional, em Bogotá, há mais de 20 anos. Ela não sabe (como poderia?) que comecei a escrever uma crônica “O filho de Álvaro Mútis”. Depois deixei de lado. Às vezes uma citação cria a crônica (Televisão) Às vezes a crônica encontra as citações (A esquina), que remetem à outras citações, estas no leitor. De A Esquina para “O Mapa” do Quintana é um tapa. Desconfio que Tânia Du Bois descarte mais notas de leitura que os seus próprios, claros, generosos pensamentos. Parece que estes já vem medidos para o texto impresso em colunas. Seus pensamentos confluem a dizer-nos: os poetas são todos um em mim, um comigo. E, por consequência, nós somos todos um só em vocês que me leem. Eu e os meus poetas, vocês e os mesmos poetas. A nostalgia do presente que a poesia evoca, que certa poesia evoca, permeia Vidas desamarradas. O fascínio pelo tempo. E no tempo, pelo passado. A atração pelo passado disfarçada de elogio ao presente. No fundo, tudo nela é passado. E isto, a apresentação deste livro, guiada pela forma como o livro foi escrito, pela sua maneira de ler e de criar. Em vasos comunicantes afetivos. Tanto Sul. De um olhar crítico que nunca diminui seu objeto. Encontra o valor sem submetê-lo à uma avaliação. Nela, em Tânia Du Bois, todos os poetas, são um só poeta. Mesmo o verso mais banal e prosaico tem lugar ao lado do mais refinado. Como momentos em um dia. Bom, é do que se trata o seu gênero. A crônica. Este livro, tal qual outros da autora que li, faz pensar na biblioteca sua e de Pedro. Em tantos escritores em comum (- Antonio Carlos Osório, que estranho encontrar amigo tão querido por aqui... Tu que partiste faz tão pouco, com meu pai...). Tenho a impressão que suas estantes são um reflexo destas que me rodeiam enquanto escrevo. E, enquanto reencontramos entre os antigos (Tostes, Giuseppe, Gelman), ela nos apresenta, garimpadora que é, tantos outros (Hoffmann, Zauza, Proteti, Oliani...) Nos enriquece. Tânia Du Bois leva a leitura, ato em si solitário, ao outro. A compartilha. Desde o primeiro texto seu tive a mesma impressão: - Olha, ainda existem leitores reais. Não estão extintos, podemos encontrá-los. E esta escreve. | ||
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Latest revision as of 21:34, 2 February 2022
Vidas desamarradas | |
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Descrição da obra | |
Autora | Tânia Du Bois |
Título | Vidas desamarradas |
Subtítulo | crônicas |
Assunto | Crônica |
Formato | E-book (formato PDF) |
Editora | Projeto Passo Fundo |
Publicação | 2017 |
Páginas | 108 |
ISBN | 978-85-8326-284-8 |
Formato | Papel 15 x 21 cm |
Editora | Projeto Passo Fundo |
Publicação | 2017 |
Vidas desamarradas: crônicas VIDAS AMARRADAS Vidas amarradas refletem as nossas fases, quando ficamos amarrados na rotina, nos pontos de interrogação e no tempo, como desafios onde a atenção e o estímulo são diferenciados pelas nossas escolhas. Atravessamos as descobertas hora da construção do nosso bem estar. Ficamos inquietos com as respostas que se confrontam com a verdade na valorização do viver. Criamos e solidificamos nossos ideais e ideias para completarmos o fluxo da vida.
TRAVESSIA Travessia é a passagem que marca o nosso caminho em pontos que se unem e se cruzam. Costura forças em que o amor nasce nas palavras e se encontra no gesto, ao cruzarmos os sentimentos. Na diversidade das razões atravessamos a vida, indo de encontro ao tempo como conquista.
VIDAS DESAMARRADAS Vidas desamarradas são as que despertam reflexões e provocam a felicidade em exclusiva combinação: ser notável, livre em várias versões, para o encantamento no viver e sabedoria no dividir experiências e sentimentos ao espalhar sinais marcados pelo tempo. Isto implica na mistura perfeita entre curiosidade e talento, tornando interessante o diariamente em vidas desamarradas. Em cada vida desamarrada, por opção ou conquista, revelamos o que almejamos para seguir retratando a nossa história.
Apresentação
Lendo Vidas Desamarradas, por Thomaz Albornoz Neves
Ela não sabe, a autora. Não teria como. Um leitor de longe ouve um tom de I-Ching em parágrafos de certas crônicas (Números, A vida na hora). É uma dessas coisas que o texto não provoca sozinho. Um tom oracular ressoa do lado de lá da página. Do meu lado.
A vejo lendo e anotando, alguns livros de poemas à esquerda, suas notas algo afastadas, mas ao alcance da mão, à direita. Tudo o que rebrilha no papel com os poemas vira tinta na página do seu moleskine.
As notas em temas, em versos, em autores. Sempre em ação.
Método de associações livres de outras leituras, de fluxo emocional. Sabe dizer com o que os outros dizem. Colagem. Mas o pano de fundo é seu. A voz é sua. (Raro, isso. Essa capacidade de manter a própria dicção vazada por autores tão diversos. Ela é o fio condutor.) Em Leonora Waihrich. Que é amiga de Eliane Marques que é minha amiga. Piccolo mondo. Ela tampouco sabe, Tânia, que a citação do autor de Makrol, faz-me lembrar uma conversa sobre Tarkovski com o filho dele, na Biblioteca Nacional, em Bogotá, há mais de 20 anos. Ela não sabe (como poderia?) que comecei a escrever uma crônica “O filho de Álvaro Mútis”. Depois deixei de lado. Às vezes uma citação cria a crônica (Televisão) Às vezes a crônica encontra as citações (A esquina), que remetem à outras citações, estas no leitor. De A Esquina para “O Mapa” do Quintana é um tapa. Desconfio que Tânia Du Bois descarte mais notas de leitura que os seus próprios, claros, generosos pensamentos. Parece que estes já vem medidos para o texto impresso em colunas. Seus pensamentos confluem a dizer-nos: os poetas são todos um em mim, um comigo. E, por consequência, nós somos todos um só em vocês que me leem. Eu e os meus poetas, vocês e os mesmos poetas. A nostalgia do presente que a poesia evoca, que certa poesia evoca, permeia Vidas desamarradas. O fascínio pelo tempo. E no tempo, pelo passado. A atração pelo passado disfarçada de elogio ao presente. No fundo, tudo nela é passado. E isto, a apresentação deste livro, guiada pela forma como o livro foi escrito, pela sua maneira de ler e de criar. Em vasos comunicantes afetivos. Tanto Sul. De um olhar crítico que nunca diminui seu objeto. Encontra o valor sem submetê-lo à uma avaliação. Nela, em Tânia Du Bois, todos os poetas, são um só poeta. Mesmo o verso mais banal e prosaico tem lugar ao lado do mais refinado. Como momentos em um dia. Bom, é do que se trata o seu gênero. A crônica. Este livro, tal qual outros da autora que li, faz pensar na biblioteca sua e de Pedro. Em tantos escritores em comum (- Antonio Carlos Osório, que estranho encontrar amigo tão querido por aqui... Tu que partiste faz tão pouco, com meu pai...). Tenho a impressão que suas estantes são um reflexo destas que me rodeiam enquanto escrevo. E, enquanto reencontramos entre os antigos (Tostes, Giuseppe, Gelman), ela nos apresenta, garimpadora que é, tantos outros (Hoffmann, Zauza, Proteti, Oliani...) Nos enriquece. Tânia Du Bois leva a leitura, ato em si solitário, ao outro. A compartilha. Desde o primeiro texto seu tive a mesma impressão: - Olha, ainda existem leitores reais. Não estão extintos, podemos encontrá-los. E esta escreve.
Índice
- VIDAS AMARRADAS
- Números
- Hábitos
- Inverno
- A vida na hora
- Genes
- Na contramão: a desculpa
- Televisão
- Tantas perguntas para meia resposta
- TRAVESSIA
- Cor no escuro
- Como vai você?
- Tenho em mente
- O atraso (II)
- A lembrança
- As aparências enganam
- O regresso
- Entre amigos
- A esquina
- A busca da beleza
- O que fazer?
- O que fazer? (II)
- Momento de despedida
- Talvez (II)
- Infelicidade
- Você e eu
- 100 anos?!?
- Vida real
- Parceira do tempo
- Memorável emoção
- VIDAS DESAMARRADAS
- Compaixão
- Cassino da Maroca
- Aos distraídos
- Fazendo as malas
- COMportas
- “O belo é sentir o hoje”
- Por que ler Postigos?
- Disperso de Maria Pequena
- Cena de rua: livro imagens
- Livro Tânia
- Solha & mulheres notáveis