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'''O eco dos objetos: cabides da memória''' ''“O objeto // Mudará o objeto? //... Que outros objetos / Guardarão lembranças.../ Do tempo afeito / A novas mudanças?''” (Antônio Olinto) | |||
'''O eco dos objetos: cabides da memória''' uma | |||
De cada cidade que visito sempre trago uma lembrança, um objeto para me reportar ao lugar por onde passei. Ao olhar para ele percebo o lugar e registro o nome e a história. São momentos para ter inspirações e sentir novas sensações, sem limites. Costumo dizer que a escolha do objeto vem ao encontro da minha essência, como se fosse um retorno às origens. Dentro desse espírito, o valor simbólico do objeto é a ilusão da vida. Nas palavras de Pedro Du Bois, “... ''humanizamos as coisas e os objetos, até que eles se confundam conosco e nos integrem em seus novos mundos..''.” | |||
Para meu bem viver, redescubro o livro como valor do objeto, que traz a viagem para dentro de casa com mistério onde vou descobrindo os segredos de cada lugar. Experiência essa que faz intercâmbio com a literatura, permitindo-me mergulhar em um mundo de novas possibilidades e aventuras. | |||
== Apresentação == | == Apresentação == | ||
Texto preliminar, prólogo: um convite para dizer da conversa de Tânia sobre a alma dos objetos, cheios de possibilidades. A primeira ideia a me visitar foi de | ''PREFÁCIO, por [[Agostinho Both]]'' | ||
Texto preliminar, prólogo: um convite para dizer da conversa de Tânia sobre a alma dos objetos, cheios de possibilidades. A primeira ideia a me visitar foi de Bachelard: a poética do espaço. Digo, por semelhança do livro de Tânia: a poética dos objetos. Bem maior que a ideia, foi o sentimento a partir das primeiras palavras: Meu Deus, que loucura dessa mulher. | |||
Ou será o Senhor dos movimentos, das forças, da explosão, da criação exuberante a conceder, nessa escritora, seu poder humano. Sou mais quieto e até de uma melancolia germânica, de um caráter quieto. Só pra ver, então, o quanto a exuberância das coisas propõe nesta obra. | |||
Sob o olhar de Tânia uma cadeira, um liquidificador, uma valise, um cartão possuem alma. Ela, sopro divino dos objetos, é recuperada pelas ilações trazidas. Super textos se agregam em solidariedade. Descobrem-se, nestes ecos, nas memórias brilhantes, lembranças iluminadas. Tânia contribui para a criação de uma história poética e, também, esclarecida do cotidiano. Quem lê saberá: sai diferente deste rio: um batismo do sagrado patrimônio de nossas coisas. Elas se ocultam assustadas pelo barulho estúpido, pela liquidez bárbara da modernidade. A autora as toma nas mãos devolo ECO DOS OBJETOS 9 vendo seus sentidos. A complexidade, advinda dos objetos, feita de carinhos, vínculos insuspeitados, mostra, então, o poder da coexistência. Cada texto uma parábola. Tânia diz de um eco, outros se aventuram nas lembranças associadas. Nem bem diz a palavra cadeira e outras, de formas diferentes, chegam de casas antigas. Os viventes tomam acento e elas suportam, silenciosas, o peso dos falantes. E tem muito mais, e entram na conversa mil autorias, cada qual revelando suas visões sobre o objeto em questão. Uma esquizofrenia, não fosse a poesia e o esclarecimento, às vezes intrigante, de quem se aproxima da infinitude. Tânia transcende. Transcendem as companhias, na aventura tanina. | |||
Me comovem os objetos em Tânia e em Pedro e outros mais: no silêncio da leitura a alma leitora não fica mais a mesma. | |||
Me admira sobremaneira (termo velho como eu) as feições e as afeições multiplicadas em cada objeto. Reverberam imagens junto da autora, novos ecos. A chama exuberante de Tânia ilumina o que não era visto. Chama, então, outras versões sobre sua imagem; os objetos se transformam em uma loucura de hinos, canções, frases, interpretações, explicações e nada é completo: nada que uma leitura não possa dizer mais. Tânia teve a propriedade de me levar aos sentimentos em museus. Um brinco de mulher etrusca, os Cavalos em São Marcos, uma estátua romana me tornam quase infinito. Tânia faz o mesmo. Ela me envolve na imensidão. | |||
Por vezes, Tânia senta quieta, explica, reflete, informa. Sempre, porém, em solidariedade, comunga com outros a sua verdade e dela se serve, deixando a outros a fala. | |||
Espero que esta pequena introdução aos objetos admiráveis de Tânia faça o mesmo com você. | |||
== | Com licença, vou retomar alguns textos: a alma tem sua grandeza, seu peso. A alma é pequena pra carregar tudo. É muita magia de uma vez. | ||
Depois vou entrar em minha quietude, deixando a corrente sanguínea de meu ser tomar conta da narrativa. Me transformo em valise ou em mascate. Ofereço o saber de Tânia. | |||
== Índice == | |||
| | * PREFÁCIO 9 | ||
* O ECO dos OBJETOS 13 | |||
A versão e-book foi lançada na IV Semana das Letras da Academia Passo-Fundense de Letras ocorrida em 5 de maio de 2016 | * CABIDES da MEMÓRIA 63 | ||
* VALISES 125 | |||
== Conteúdos relacionados == | |||
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* A versão e-book foi lançada na IV Semana das Letras da Academia Passo-Fundense de Letras ocorrida em 5 de maio de 2016 | |||
* O livro foi lançado na 30ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 4 a 13 de novembro de 2016. | |||
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Latest revision as of 17:09, 2 February 2022
O eco dos objetos | |
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Descrição da obra | |
Autora | Tânia Du Bois |
Título | O eco dos objetos |
Subtítulo | cabides da memória |
Assunto | Crônica |
Formato | E-book (formato PDF) |
Editora | Projeto Passo Fundo |
Publicação | 2016 |
Páginas | 148 |
ISBN | 978-85-8326-191-9 |
Formato | Papel 15 x 21 cm |
Editora | Projeto Passo Fundo |
Publicação | 2016 |
O eco dos objetos: cabides da memória “O objeto // Mudará o objeto? //... Que outros objetos / Guardarão lembranças.../ Do tempo afeito / A novas mudanças?” (Antônio Olinto)
De cada cidade que visito sempre trago uma lembrança, um objeto para me reportar ao lugar por onde passei. Ao olhar para ele percebo o lugar e registro o nome e a história. São momentos para ter inspirações e sentir novas sensações, sem limites. Costumo dizer que a escolha do objeto vem ao encontro da minha essência, como se fosse um retorno às origens. Dentro desse espírito, o valor simbólico do objeto é a ilusão da vida. Nas palavras de Pedro Du Bois, “... humanizamos as coisas e os objetos, até que eles se confundam conosco e nos integrem em seus novos mundos...”
Para meu bem viver, redescubro o livro como valor do objeto, que traz a viagem para dentro de casa com mistério onde vou descobrindo os segredos de cada lugar. Experiência essa que faz intercâmbio com a literatura, permitindo-me mergulhar em um mundo de novas possibilidades e aventuras.
Apresentação
PREFÁCIO, por Agostinho Both
Texto preliminar, prólogo: um convite para dizer da conversa de Tânia sobre a alma dos objetos, cheios de possibilidades. A primeira ideia a me visitar foi de Bachelard: a poética do espaço. Digo, por semelhança do livro de Tânia: a poética dos objetos. Bem maior que a ideia, foi o sentimento a partir das primeiras palavras: Meu Deus, que loucura dessa mulher.
Ou será o Senhor dos movimentos, das forças, da explosão, da criação exuberante a conceder, nessa escritora, seu poder humano. Sou mais quieto e até de uma melancolia germânica, de um caráter quieto. Só pra ver, então, o quanto a exuberância das coisas propõe nesta obra.
Sob o olhar de Tânia uma cadeira, um liquidificador, uma valise, um cartão possuem alma. Ela, sopro divino dos objetos, é recuperada pelas ilações trazidas. Super textos se agregam em solidariedade. Descobrem-se, nestes ecos, nas memórias brilhantes, lembranças iluminadas. Tânia contribui para a criação de uma história poética e, também, esclarecida do cotidiano. Quem lê saberá: sai diferente deste rio: um batismo do sagrado patrimônio de nossas coisas. Elas se ocultam assustadas pelo barulho estúpido, pela liquidez bárbara da modernidade. A autora as toma nas mãos devolo ECO DOS OBJETOS 9 vendo seus sentidos. A complexidade, advinda dos objetos, feita de carinhos, vínculos insuspeitados, mostra, então, o poder da coexistência. Cada texto uma parábola. Tânia diz de um eco, outros se aventuram nas lembranças associadas. Nem bem diz a palavra cadeira e outras, de formas diferentes, chegam de casas antigas. Os viventes tomam acento e elas suportam, silenciosas, o peso dos falantes. E tem muito mais, e entram na conversa mil autorias, cada qual revelando suas visões sobre o objeto em questão. Uma esquizofrenia, não fosse a poesia e o esclarecimento, às vezes intrigante, de quem se aproxima da infinitude. Tânia transcende. Transcendem as companhias, na aventura tanina.
Me comovem os objetos em Tânia e em Pedro e outros mais: no silêncio da leitura a alma leitora não fica mais a mesma.
Me admira sobremaneira (termo velho como eu) as feições e as afeições multiplicadas em cada objeto. Reverberam imagens junto da autora, novos ecos. A chama exuberante de Tânia ilumina o que não era visto. Chama, então, outras versões sobre sua imagem; os objetos se transformam em uma loucura de hinos, canções, frases, interpretações, explicações e nada é completo: nada que uma leitura não possa dizer mais. Tânia teve a propriedade de me levar aos sentimentos em museus. Um brinco de mulher etrusca, os Cavalos em São Marcos, uma estátua romana me tornam quase infinito. Tânia faz o mesmo. Ela me envolve na imensidão.
Por vezes, Tânia senta quieta, explica, reflete, informa. Sempre, porém, em solidariedade, comunga com outros a sua verdade e dela se serve, deixando a outros a fala.
Espero que esta pequena introdução aos objetos admiráveis de Tânia faça o mesmo com você.
Com licença, vou retomar alguns textos: a alma tem sua grandeza, seu peso. A alma é pequena pra carregar tudo. É muita magia de uma vez.
Depois vou entrar em minha quietude, deixando a corrente sanguínea de meu ser tomar conta da narrativa. Me transformo em valise ou em mascate. Ofereço o saber de Tânia.
Índice
- PREFÁCIO 9
- O ECO dos OBJETOS 13
- CABIDES da MEMÓRIA 63
- VALISES 125
Conteúdos relacionados
- A versão e-book foi lançada na IV Semana das Letras da Academia Passo-Fundense de Letras ocorrida em 5 de maio de 2016
- O livro foi lançado na 30ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 4 a 13 de novembro de 2016.