Difference between revisions of "Para além de um contrato amoroso"
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'''Para além de um contrato amoroso''' uma | '''Para além de um contrato amoroso''' O texto tem pouca pretensão. Procura instigar o leitor a que considere o significado do casamento religioso. Não pretende convencer ninguém, mas olhar de perto as implicações de um casamento com a intenção de estendê-lo para além de um simples contrato. A proposta de uma união religiosa possui uma natureza interessante e é bom ver melhor o acontecimento. O estilo não obedece a uma análise rigorosa, mas lança, de maneira literária, o que pode ser pensado quando alguém quer amar tendo a Deus por companheiro absoluto. | ||
Livro escrito por Agostinho Both, publicado em 2013 | |||
== Apresentação == | == Apresentação == | ||
O | ''do Primeiro Capítulo, pelo Autor'' | ||
Uma entrevista imaginária | |||
Imaginei, por esses dias, que um jornalista viria pra falar sobre meu casamento. Inventei que estaria fazendo minhas bodas de ouro: acho que seria melhor de prata, que tudo branqueia. Me enfiei no couro de um amigo pra me sentir mais à vontade ao falar de minhas bodas, que me envergonho de conversar diretamente sobre tudo que me pertence. | |||
Por que me casei? É isso que quer saber? Acho que me casei porque se torna difícil atravessar uma vida sozinho. Ademais, encontrar alguém amável, por mais de cinquenta anos, é algo desejável. Alguns preferem passar a vida sem ninguém, já achando difícil aguentá-la a sós, mais complicada ainda levá-la a dois. Penso o contrário. O direito à ternura é algo inarredável. Feliz de quem consegue, sem grandes distúrbios, dar formas agradáveis à vida que se apresenta desconhecida. Ficar a esmo por aí, apenas desenrolando a própria bandeira, não é de bom tom. Muito menos interessante é ficar de sentimentos íntimos apagados. | |||
Foram essas as palavras de meu amigo, e por se assemelhar ao que penso me proponho a ver mais de perto o que ele pensa. Ele me disse, ao revelar-lhe minha intenção de escrever sobre seu casamento como se fosse uma entrevista: escuta, cara, não faça isso. Siga teu caminho, que não é o meu. E tem mais. O que eu digo não corresponde à realidade, pois dou ênfase ao que me interessa. É bem possível que eu deixe de lado os acontecimentos principais. Você sabe muito bem que a gente tende a ocultar o lado obscuro e mostrar a melhor parte. E não é só isso: por sua vez, você vai interpretar o que eu digo e, cada vez mais vai fugir de como, de fato, foi meu casamento. Tudo isso revela que o melhor que se tem a fazer é ter a sinceridade de estar consigo mesmo e com a companheira sem se melindrar das feiuras. Mesmo assim, disse-lhe: quero ouvi-lo, uma vez que vivemos das palavras e se não houver correspondência entre a realidade e o que você diz dela, ou se meu entendimento não corresponder à realidade ou ao teu dizer, pouco se me dá. Vivemos das palavras e poderá alguém se servir delas. Eu, de modo especial! | |||
Não sei se por meus argumentos ou se por se autorreferir, tendo a si mesmo como observado e observador, concordou. | |||
== Conteúdos relacionados == | == Conteúdos relacionados == |
Revision as of 23:43, 26 August 2021
Para além de um contrato amoroso O texto tem pouca pretensão. Procura instigar o leitor a que considere o significado do casamento religioso. Não pretende convencer ninguém, mas olhar de perto as implicações de um casamento com a intenção de estendê-lo para além de um simples contrato. A proposta de uma união religiosa possui uma natureza interessante e é bom ver melhor o acontecimento. O estilo não obedece a uma análise rigorosa, mas lança, de maneira literária, o que pode ser pensado quando alguém quer amar tendo a Deus por companheiro absoluto.
Livro escrito por Agostinho Both, publicado em 2013
Apresentação
do Primeiro Capítulo, pelo Autor
Uma entrevista imaginária
Imaginei, por esses dias, que um jornalista viria pra falar sobre meu casamento. Inventei que estaria fazendo minhas bodas de ouro: acho que seria melhor de prata, que tudo branqueia. Me enfiei no couro de um amigo pra me sentir mais à vontade ao falar de minhas bodas, que me envergonho de conversar diretamente sobre tudo que me pertence.
Por que me casei? É isso que quer saber? Acho que me casei porque se torna difícil atravessar uma vida sozinho. Ademais, encontrar alguém amável, por mais de cinquenta anos, é algo desejável. Alguns preferem passar a vida sem ninguém, já achando difícil aguentá-la a sós, mais complicada ainda levá-la a dois. Penso o contrário. O direito à ternura é algo inarredável. Feliz de quem consegue, sem grandes distúrbios, dar formas agradáveis à vida que se apresenta desconhecida. Ficar a esmo por aí, apenas desenrolando a própria bandeira, não é de bom tom. Muito menos interessante é ficar de sentimentos íntimos apagados.
Foram essas as palavras de meu amigo, e por se assemelhar ao que penso me proponho a ver mais de perto o que ele pensa. Ele me disse, ao revelar-lhe minha intenção de escrever sobre seu casamento como se fosse uma entrevista: escuta, cara, não faça isso. Siga teu caminho, que não é o meu. E tem mais. O que eu digo não corresponde à realidade, pois dou ênfase ao que me interessa. É bem possível que eu deixe de lado os acontecimentos principais. Você sabe muito bem que a gente tende a ocultar o lado obscuro e mostrar a melhor parte. E não é só isso: por sua vez, você vai interpretar o que eu digo e, cada vez mais vai fugir de como, de fato, foi meu casamento. Tudo isso revela que o melhor que se tem a fazer é ter a sinceridade de estar consigo mesmo e com a companheira sem se melindrar das feiuras. Mesmo assim, disse-lhe: quero ouvi-lo, uma vez que vivemos das palavras e se não houver correspondência entre a realidade e o que você diz dela, ou se meu entendimento não corresponder à realidade ou ao teu dizer, pouco se me dá. Vivemos das palavras e poderá alguém se servir delas. Eu, de modo especial!
Não sei se por meus argumentos ou se por se autorreferir, tendo a si mesmo como observado e observador, concordou.
Conteúdos relacionados
A versão e-book foi lançada na 27ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 01 a 10 de novembro de 2013.