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|um resgate fotográfico de Palmeira das Missões
|um resgate fotográfico  
de Palmeira das Missões
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|Projeto Passo  Fundo
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|72
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|Papel 15 x 21  cm
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|Editora
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|Berthier
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|Publicação
|Passo Fundo /  RS
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|1998
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|Número de  páginas
|106
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'''Viaje no Tempo: um resgate fotográfico de Palmeira das Missões''' O objetivo deste pequeno trabalho é registrar o processo evolutivo da velha Palmeira, através de fotografias reveladas por Osvaldo Nascimento, já falecido, e seu filho Cândido, hoje residindo na cidade de Toledo, estado do Paraná. Osvaldo Nascimento aprendeu a fotografar com Romano Motta, que muito documentou a vida palmeirense. Os dotes artísticos de Osvaldo Nascimento iam além da arte de fotografar. Também executava belas canções em violão e violino, instrumentos que os fabricava em sua própria casa. Além disso, pintou belos quadros, tendo sido, por seus dotes, cenógrafo do Grupo Teatral Joracy Camargo, sob a coordenação do teatrólogo Pedro Barreiro. Osvaldo Nascimento, natural de São Borja, tendo chegado em Palmeira das Missões no início do século que ora finda, contraiu núpcias com a filha do líder maragato, médico homeopata e ex-intendente do Município, Afonso Honório dos Santos. O casamento de Osvaldo com a filha do líder maragato, Euracélia dos Santos, deu ensejo a que a família Nascimento fosse residir em Palmeira. Quando a fotografia tem uma história, traz consigo um significado. Passo Fundo, 1998. O autor.
'''Viaje no Tempo: um resgate fotográfico de Palmeira das Missões''' quando a fotografia tem uma história, traz consigo um significado, escrito por Welci Nascimento, publicado em 1998.


== Apresentação ==
== Apresentação ==
O objetivo deste pequeno trabalho é registrar o processo evolutivo da velha Palmeira, através de fotografias reveladas por Osvaldo Nascimento, já falecido, e seu filho Cândido, hoje residindo na cidade de Toledo, estado do Paraná.
''Primeiro Capítulo, pelo autor''
 
A VELHA PALMEIRA
 
A história de Palmeira das Missões, como a maioria dos antigos municípios do Rio Grande do Sul, começa quando surgiram, nas paragens aquém do Rio Uruguai, os primeiros missionários jesuítas que, enfrentando perigos de toda a sorte, procuravam tirar do convívio das florestas os índios que a povoavam, para iniciá-lo no culto da religião e do trabalho.
 
Em seguida, a região é visitada pelos exploradores dos Caminhos das Missões Portuguesas, comandados pelo Brigadeiro Athanagildo Pinto Martins, tendo a exploração inicial de Palmeira das Missões se processando em função da erva-mate.
 
Sabe-se, através de registros históricos, que o povoamento de Palmeira teve início na coxilha que hoje se denomina Vila Velha, ao redor da Praça da Cruz, uma vez que ali fora erguida uma grande cruz, diante da qual reuniram-se os primeiros moradores, para dar expansão aos seus sentimentos religiosos.
 
Em sua face norte, diz a história, foi erguida uma capela em redor da qual os primeiros moradores foram construindo suas casas.
 
O engenheiro e topógrafo alemão Maximiliano Beschoren, que fez parte da expedição para levantamento topográfico das terras do Alto Uruguai, quando aqui chegou, descreveu nas suas anotações de viagem que os primeiros moradores escolheram a maior coxilha e, aí, construíram os ranchos, a uma distância bem grande das águas do afluente do rio da Várzea, situado a Leste, e do afluente do rio Guarita, a Oeste. Dizia o ilustre topógrafo que “a distância das águas é sempre inconveniente para uma povoação. No caso da Vilinha da Palmeira, a mesma era compensada pela situação extremamente saudável e do soberbo panorama...”
 
Com o decorrer do tempo, outras pessoas que desejavam se estabelecer no povoado, ao invés de construir suas casas ao redor da Praça da Cruz, resolvem morar noutra coxilha, próxima, separada por um vale da povoação inicial.
 
E o desenvolvimento da “Vilinha” se alargava para outra coxilha, atraindo novos moradores e, pouco a pouco outros prédios foram sendo construídos, o comércio se expandindo, outra igreja sendo levantada, serviços públicos instalados, fazendo com que os moradores passassem a denominar as duas coxilhas de Vila Velha e Vila Nova.
 
À medida que os dois povoados cresciam, também aumentavam as rivalidades. Conta-se que era quase impossível unificar as duas vilas, no que se referia à política. Uma das partes era exclusivamente habitada por simpatizantes do Partido Libera, enquanto a outra, pelo Partido Conservador.
 
Durante muito tempo, a Vila Velha foi palco das atenções políticas, das carreiras em cancha reta e dos festejos religiosos na Igreja Nossa Senhora do Rosário. Nessa capela eram realizados os cultos, as novenas em honra ao Padroeiro do Município, Santo Antônio, as quermesses populares, as festas natalinas, os batizados, os casamentos e as encomendações dos corpos, uma vez que a Igreja Sano Antônio, localizada na Vila Nova, estivera, por muito tempo, em reconstrução.
 
Em 1919, um grupo de desportistas da Vila Nova resolve criar um clube de futebol com o nome de Esporte Clube Palmeirense, tendo como Presidente o Sr. Pompílio Gonçalves. Começa a se desenvolver na Palmeira a prática do futebol.
 
Um ano depois, os moradores da Vila Velha não ficam para trás. Organizam, também, uma agremiação de futebol com o nome de Esporte Clube Brasil. A partir daí, as duas vilas se dividem no campo esportivo. Durante duas décadas, as equipes se degladiaram pela hegemonia do futebol na cidade.  


Osvaldo Nascimento aprendeu a fotografar com Romano Motta, que muito documentou a vida palmeirense. Os dotes artísticos de Osvaldo Nascimento iam além da arte de fotografar. Também executava belas canções em violão e violino, instrumentos que os fabricava em sua própria casa. Além disso, pintou belos quadros, tendo sido, por seus dotes, cenógrafo do Grupo Teatral Joracy Camargo, sob a coordenação do teatrólogo Pedro Barreiro.
Algum tempo depois, o Esporte Clube Brasil desaparece e dá lugar ao Esporte Clube Ouro Verde, criado em 1943, inspirado nas riquezas dos ervais e na qualidade da erva-mate produzida pela indústria ervateira de Palmeira.  


Quando a fotografia tem uma história, traz consigo um significado.
No primeiro jogo entre os dois rivais, realizado no Campo do Palmeirense, a equipe do Ouro Verde, acompanhada de sua Diretoria, numa tarde de domingo, desfilou, pela Av. Independência, partindo do Hotel da Srª Rosália Martins Schneider (D. Lalinha), localizado na rua Gal. Osório, esquina com a ria Mariz de Barros, em direção ao campo do Palmeirense, despertando a admiração dos moradores. Por quase trinta anos, as duas agremiações prenderam a atenção do mundo esportivo da cidade. Durante os jogos, as invasões de campo eram frequentes, e as brigas se sucediam, após a disputa no gramado. No final, tudo virava festa.  


O autor.
O comércio, através das chamadas casas de negócios, sempre foi muito forte em Palmeira, principalmente na Vila Velha.  


Ao redor da Praça eram destaque as casas comerciais de Lourenço Ardeghi, João Martins, Gélio Martins e Miguel Cury, esta localizada na saída para a localidade de Potreiro Bonito, nas proximidades do CTG Galpão da Boa Vontade. Na Vila Nova, liderava o comércio de varejo e atacado a firma de propriedade do Sr. Pompílio Gonçalves e Filhos, localizada na Av. Independência e na rua Gal. Osório, próximo ao Largo Alfredo Westphalen.
No vale, entre as duas tradicionais vilas, estava a casa comercial do Sr. Eduardo Fortes, gerenciada pelo Sr. Carlito Félix, localizada na Av. Independência com a rua Mariz de Barros.
Pequenas fábricas foram instaladas na Palmeira da metade do século XX. Eram empresas que empregavam cinco ou mais pessoas e que fabricavam sabão, massa alimentícia, vassouras, torravam e moíam café, inúmeras indústrias ervateiras, na cidade e no interior, uma fábrica de balas instalada e administrada pelo Sr. Antônio R. Padilha, na Vila Velha, bem como uma fábrica de refrigerantes, do alemão Paulo Metz, na rua Gal. Osório (V. Nova).
Durante a década de quarenta, Palmeira dou uma espécie de centro distribuidor de gasolina e querosene, vendido em tonéis e abastecendo os automóveis, muitos deles de passagem pela cidade com destino às Águas do Mel, no Irai, para onde os turistas se dirigiam, usufruindo dos cassinos, onde o jogo era livre, e das águas termais.
Na cidade, ao cair da tarde, ouvia-se um programa musical, através de um serviço de alto-falantes, instalados nos postes de Welci Nascimento 18 iluminação pública e em pontos estratégicos da Vila Nova e da Vila Velha. Além das músicas interpretadas por Vicente Celestino, Sílvio Caldas, Aracy de Almeida, Carmem Miranda, entre outros, eram transmitidos recados de utilidade pública, dedicatórias e propagandas comerciais.
Às vinte e duas horas, era desligada a energia elétrica, gerada pela velha usina da Prefeitura. A Vila Velha e a Vila Nova caíam na escuridão da noite.
== Índice ==
*INTRODUÇÃO 9
* PALMEIRA 11
* A VELHA PALMEIRA 15
* A INTENDÊNCIA19
* O INTENDENTE 20
* A FORÇA PROVISÓRIA 21
* O TIRO DE GUERRA 21
* A REVOLUÇÃO 23
* A CRUZ VERMELHA 24
* O CAUDILHO 25
* UMA FAMÍLIA MILITAR 26
* A ESTRADA 27
* PALMEIRA NA DÉCADA DE 30 28
* O ÔNIBUS 29
* BANCÁRIOS 30
* O GRUPO ESCOLAR 31
* OS ALUNOS 32
* O ENSINO PARTICULAR 33
* O TRADICIONALISMO 34
* MISSA 35
* DESFILE 35
* A SAÚDE 37
* OS CARROCEIROS 38
* O VENDEDOR DE LENHA 39
* A TROPA 40
* A IGREJINHA 41
* A IGREJA MATRIZ 42
* A FÉ 43
* A RODOVIÁRIA 43
* “O BARROCÃO” 45
* SENHORAS 46
* AUTORIDADES 47
* A VILA VELHA 47
* O CIVISMO 49
* MOCINHAS 50
* A VILA 6 DE MAIO 50
* BOMBEIROS 52
* A USINA 52
* O CLUBE 53
* A CAIXA D’ÁGUA 54
* OS KAINGANGS 55
* A BANDA 57
* O FUTEBOL 58
* O 12 DE OUTUBRO 58
* CARNAVAL 59
* RESIDÊNCIA 61
* GAÚCHOS 62
* A PRAÇA 62
* A PALMEIRA CENTENÁRIA63
* O FOTÓGRAFO 65
* BIBLIOGRAFIA66
* Índice de ilustrações 67
== Conteúdos relacionados ==
== Conteúdos relacionados ==
[[File:Convite Viaje no Tempo e outros.jpg|left|thumb|150x150px]]
A versão e-book foi lançada na III Semana das Letras da Academia Passo-Fundense de Letras ocorrida de 08 de Abril de 2014.
A versão e-book foi lançada na III Semana das Letras da Academia Passo-Fundense de Letras ocorrida de 08 de Abril de 2014.


A versão e-book foi lançada na 28ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 31 de outubro a 9 de novembro de 2014.
A versão e-book foi lançada na 28ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 31 de outubro a 9 de novembro de 2014.
[[File:Convite Viaje no Tempo e outros.jpg|left|thumb|300x300px]]
[[File:Convite Rio Grande de São Pedro e outros.jpg|thumb|150x150px|left]]
[[File:Convite Rio Grande de São Pedro e outros.jpg|center|thumb|300x300px]]
 
== Referências ==
[[Category:Livros]]
[[Category:Livros]]
[[Category:Editados por Projeto Passo Fundo]]
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Viaje no Tempo
Descrição da obra
Autor Welci Nascimento
Título Viaje no Tempo
Subtítulo um resgate fotográfico

de Palmeira das Missões

Assunto História
Formato E-book (formato PDF)
Editora Projeto Passo Fundo
Publicação 2012
Páginas 72
ISBN 978-85-64997-68-4
Impressão Formato 15 x 21 cm
Editora Berthier
Publicação 1998

Viaje no Tempo: um resgate fotográfico de Palmeira das Missões O objetivo deste pequeno trabalho é registrar o processo evolutivo da velha Palmeira, através de fotografias reveladas por Osvaldo Nascimento, já falecido, e seu filho Cândido, hoje residindo na cidade de Toledo, estado do Paraná. Osvaldo Nascimento aprendeu a fotografar com Romano Motta, que muito documentou a vida palmeirense. Os dotes artísticos de Osvaldo Nascimento iam além da arte de fotografar. Também executava belas canções em violão e violino, instrumentos que os fabricava em sua própria casa. Além disso, pintou belos quadros, tendo sido, por seus dotes, cenógrafo do Grupo Teatral Joracy Camargo, sob a coordenação do teatrólogo Pedro Barreiro. Osvaldo Nascimento, natural de São Borja, tendo chegado em Palmeira das Missões no início do século que ora finda, contraiu núpcias com a filha do líder maragato, médico homeopata e ex-intendente do Município, Afonso Honório dos Santos. O casamento de Osvaldo com a filha do líder maragato, Euracélia dos Santos, deu ensejo a que a família Nascimento fosse residir em Palmeira. Quando a fotografia tem uma história, traz consigo um significado. Passo Fundo, 1998. O autor.

Apresentação

Primeiro Capítulo, pelo autor

A VELHA PALMEIRA

A história de Palmeira das Missões, como a maioria dos antigos municípios do Rio Grande do Sul, começa quando surgiram, nas paragens aquém do Rio Uruguai, os primeiros missionários jesuítas que, enfrentando perigos de toda a sorte, procuravam tirar do convívio das florestas os índios que a povoavam, para iniciá-lo no culto da religião e do trabalho.

Em seguida, a região é visitada pelos exploradores dos Caminhos das Missões Portuguesas, comandados pelo Brigadeiro Athanagildo Pinto Martins, tendo a exploração inicial de Palmeira das Missões se processando em função da erva-mate.

Sabe-se, através de registros históricos, que o povoamento de Palmeira teve início na coxilha que hoje se denomina Vila Velha, ao redor da Praça da Cruz, uma vez que ali fora erguida uma grande cruz, diante da qual reuniram-se os primeiros moradores, para dar expansão aos seus sentimentos religiosos.

Em sua face norte, diz a história, foi erguida uma capela em redor da qual os primeiros moradores foram construindo suas casas.

O engenheiro e topógrafo alemão Maximiliano Beschoren, que fez parte da expedição para levantamento topográfico das terras do Alto Uruguai, quando aqui chegou, descreveu nas suas anotações de viagem que os primeiros moradores escolheram a maior coxilha e, aí, construíram os ranchos, a uma distância bem grande das águas do afluente do rio da Várzea, situado a Leste, e do afluente do rio Guarita, a Oeste. Dizia o ilustre topógrafo que “a distância das águas é sempre inconveniente para uma povoação. No caso da Vilinha da Palmeira, a mesma era compensada pela situação extremamente saudável e do soberbo panorama...”

Com o decorrer do tempo, outras pessoas que desejavam se estabelecer no povoado, ao invés de construir suas casas ao redor da Praça da Cruz, resolvem morar noutra coxilha, próxima, separada por um vale da povoação inicial.

E o desenvolvimento da “Vilinha” se alargava para outra coxilha, atraindo novos moradores e, pouco a pouco outros prédios foram sendo construídos, o comércio se expandindo, outra igreja sendo levantada, serviços públicos instalados, fazendo com que os moradores passassem a denominar as duas coxilhas de Vila Velha e Vila Nova.

À medida que os dois povoados cresciam, também aumentavam as rivalidades. Conta-se que era quase impossível unificar as duas vilas, no que se referia à política. Uma das partes era exclusivamente habitada por simpatizantes do Partido Libera, enquanto a outra, pelo Partido Conservador.

Durante muito tempo, a Vila Velha foi palco das atenções políticas, das carreiras em cancha reta e dos festejos religiosos na Igreja Nossa Senhora do Rosário. Nessa capela eram realizados os cultos, as novenas em honra ao Padroeiro do Município, Santo Antônio, as quermesses populares, as festas natalinas, os batizados, os casamentos e as encomendações dos corpos, uma vez que a Igreja Sano Antônio, localizada na Vila Nova, estivera, por muito tempo, em reconstrução.

Em 1919, um grupo de desportistas da Vila Nova resolve criar um clube de futebol com o nome de Esporte Clube Palmeirense, tendo como Presidente o Sr. Pompílio Gonçalves. Começa a se desenvolver na Palmeira a prática do futebol.

Um ano depois, os moradores da Vila Velha não ficam para trás. Organizam, também, uma agremiação de futebol com o nome de Esporte Clube Brasil. A partir daí, as duas vilas se dividem no campo esportivo. Durante duas décadas, as equipes se degladiaram pela hegemonia do futebol na cidade.

Algum tempo depois, o Esporte Clube Brasil desaparece e dá lugar ao Esporte Clube Ouro Verde, criado em 1943, inspirado nas riquezas dos ervais e na qualidade da erva-mate produzida pela indústria ervateira de Palmeira.

No primeiro jogo entre os dois rivais, realizado no Campo do Palmeirense, a equipe do Ouro Verde, acompanhada de sua Diretoria, numa tarde de domingo, desfilou, pela Av. Independência, partindo do Hotel da Srª Rosália Martins Schneider (D. Lalinha), localizado na rua Gal. Osório, esquina com a ria Mariz de Barros, em direção ao campo do Palmeirense, despertando a admiração dos moradores. Por quase trinta anos, as duas agremiações prenderam a atenção do mundo esportivo da cidade. Durante os jogos, as invasões de campo eram frequentes, e as brigas se sucediam, após a disputa no gramado. No final, tudo virava festa.

O comércio, através das chamadas casas de negócios, sempre foi muito forte em Palmeira, principalmente na Vila Velha.

Ao redor da Praça eram destaque as casas comerciais de Lourenço Ardeghi, João Martins, Gélio Martins e Miguel Cury, esta localizada na saída para a localidade de Potreiro Bonito, nas proximidades do CTG Galpão da Boa Vontade. Na Vila Nova, liderava o comércio de varejo e atacado a firma de propriedade do Sr. Pompílio Gonçalves e Filhos, localizada na Av. Independência e na rua Gal. Osório, próximo ao Largo Alfredo Westphalen.

No vale, entre as duas tradicionais vilas, estava a casa comercial do Sr. Eduardo Fortes, gerenciada pelo Sr. Carlito Félix, localizada na Av. Independência com a rua Mariz de Barros.

Pequenas fábricas foram instaladas na Palmeira da metade do século XX. Eram empresas que empregavam cinco ou mais pessoas e que fabricavam sabão, massa alimentícia, vassouras, torravam e moíam café, inúmeras indústrias ervateiras, na cidade e no interior, uma fábrica de balas instalada e administrada pelo Sr. Antônio R. Padilha, na Vila Velha, bem como uma fábrica de refrigerantes, do alemão Paulo Metz, na rua Gal. Osório (V. Nova).

Durante a década de quarenta, Palmeira dou uma espécie de centro distribuidor de gasolina e querosene, vendido em tonéis e abastecendo os automóveis, muitos deles de passagem pela cidade com destino às Águas do Mel, no Irai, para onde os turistas se dirigiam, usufruindo dos cassinos, onde o jogo era livre, e das águas termais.

Na cidade, ao cair da tarde, ouvia-se um programa musical, através de um serviço de alto-falantes, instalados nos postes de Welci Nascimento 18 iluminação pública e em pontos estratégicos da Vila Nova e da Vila Velha. Além das músicas interpretadas por Vicente Celestino, Sílvio Caldas, Aracy de Almeida, Carmem Miranda, entre outros, eram transmitidos recados de utilidade pública, dedicatórias e propagandas comerciais.

Às vinte e duas horas, era desligada a energia elétrica, gerada pela velha usina da Prefeitura. A Vila Velha e a Vila Nova caíam na escuridão da noite.

Índice

  • INTRODUÇÃO 9
  • PALMEIRA 11
  • A VELHA PALMEIRA 15
  • A INTENDÊNCIA19
  • O INTENDENTE 20
  • A FORÇA PROVISÓRIA 21
  • O TIRO DE GUERRA 21
  • A REVOLUÇÃO 23
  • A CRUZ VERMELHA 24
  • O CAUDILHO 25
  • UMA FAMÍLIA MILITAR 26
  • A ESTRADA 27
  • PALMEIRA NA DÉCADA DE 30 28
  • O ÔNIBUS 29
  • BANCÁRIOS 30
  • O GRUPO ESCOLAR 31
  • OS ALUNOS 32
  • O ENSINO PARTICULAR 33
  • O TRADICIONALISMO 34
  • MISSA 35
  • DESFILE 35
  • A SAÚDE 37
  • OS CARROCEIROS 38
  • O VENDEDOR DE LENHA 39
  • A TROPA 40
  • A IGREJINHA 41
  • A IGREJA MATRIZ 42
  • A FÉ 43
  • A RODOVIÁRIA 43
  • “O BARROCÃO” 45
  • SENHORAS 46
  • AUTORIDADES 47
  • A VILA VELHA 47
  • O CIVISMO 49
  • MOCINHAS 50
  • A VILA 6 DE MAIO 50
  • BOMBEIROS 52
  • A USINA 52
  • O CLUBE 53
  • A CAIXA D’ÁGUA 54
  • OS KAINGANGS 55
  • A BANDA 57
  • O FUTEBOL 58
  • O 12 DE OUTUBRO 58
  • CARNAVAL 59
  • RESIDÊNCIA 61
  • GAÚCHOS 62
  • A PRAÇA 62
  • A PALMEIRA CENTENÁRIA63
  • O FOTÓGRAFO 65
  • BIBLIOGRAFIA66
  • Índice de ilustrações 67

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