Difference between revisions of "Pântano Florido"
(Inserir referencia) |
(→Índice) |
||
(One intermediate revision by the same user not shown) | |||
Line 88: | Line 88: | ||
|} | |} | ||
'''Pântano Florido: redondilhas''' | '''Pântano Florido: redondilhas''' Só poderia surgir de um “pântano” a moldura das flores (findando com todo o pântano?). Na verdade, como disse Kafka, “a missão do poeta é profetizar”, e nos sente Antonio Carlos Machado na poesia “Pântano Florido”: “De arestas coberto/ O solo tem fome/ De seiva e resinas!/ Aqui no deserto/ A relva já some/ Não colho boninas/ Os sóis dardejantes/ Têm Crepúsculo Vazio – Antônio Carlos Machado 10 setas ferinas!/ Afagos não sinto/ E amenas campinas/ Distantes pressinto!”. | ||
== Apresentação == | == Apresentação == | ||
(NOVAS REDONDILHAS E VERSOS CRIOULOS), ''por Helando Marques de Souza - Letras Fluminenses, Niterói, Nov./Dez. de 1983.'' | |||
A Propósito de “Safra Amarga” e “Pântano Florido” de ANTONIO CARLOS MACHADO. | |||
O inclito Advogado, Jornalista e Escritor, nascido em Santiago/RGS vem “matar” as saudades do Rio de Janeiro, onde esteve exercendo variadas atividades na imprensa, e nos deixa presente em forma de poesia, ora plantada num “Pântano” que se nos desabrocha em flores, ora fluindo de uma “Safra” carregada de dor. Todavia, aqui, consola o “amigo”, e ainda o conforta pelo sofrimento que o próprio autor carrega: “Tão pesada carga / E o triste que sou! – esse, o primeiro “passo” que Antonio Carlos Machado nos deixa, afirmando adiante ser o que lhe restou. | |||
Porém, percebemos que não é à toa que morremos e renascemos na poesia de Antonio Carlos, expressiva amostra do brilho alcançado pela arte do poetar, onde VIVEMOS a “Estiagem”, onde juntos choramos a “Litania Outonal” que se prolonga nas “Noites Mansas” (“O Choro de bandolim/Nunca chorava sozinho...”). Assim, parece-nos que mais uma vez é corretiva, perscruta o mistério humano, numa desesperada reflexão existencial, em “Sinais dos Tempos”: “Puros oxigênios / Já são raros no ar / Que divinos gênios / Nos podem salvar?”... E eis a reforma íntima, o equilíbrio, enfim a harmonia que tanto sentimos ao longo da poética de Antonio Carlos Machado, já quase pontuando com todo amor contido nos versos e no entreverso, onde uma espécie de luz cósmica faz do homem um iluminado: “Contemplo a luz de Belém / E se hinos ergo ao céu / Dos anjos ouço o amém...” (“Sonetilho Místico”) – esse, o fruto do autoartesanato no livro SAFRA AMARGA. | |||
Dessa forma, em todo contexto, tanto musicalizado! Só poderia surgir de um “pântano” a moldura das flores (findando com todo o pântano?). Na verdade, como disse Kafka, “a missão do poeta é profetizar”, e nos sente Antonio Carlos Machado na poesia “Pântano Florido”: “De arestas coberto/ O solo tem fome/ De seiva e resinas!/ Aqui no deserto/ A relva já some/ Não colho boninas/ Os sóis dardejantes/ Têm Crepúsculo Vazio – Antônio Carlos Machado 10 setas ferinas!/ Afagos não sinto/ E amenas campinas/ Distantes pressinto!”. | |||
E verdadeiro soprar de emoções vão nos levando, página por página... “Instantes Inextinguível”, “Evidência Envolvente”, todas as poesias enfim encerrando ora uma reflexão ora uma clarificação, onde empatizados com o poeta, nos deleitamos com a realidade profunda que parece devir de uma estrela dentro de seu coração, a claridade de sua vida e de seu sonho... Do amplo coração sempre aberto, da urna de bondade e ternura de que brota fonte tanto radiosa! | |||
Isso explica os enfoques verbais que desenham o Sul em tantas outras obras de Antonio Carlos Machado. E por quê? Pelo lado místico/amorável daquela estrela com que foi marcado desde seus primeiros passos literários. Assim, fala à terra natal com sentimento puro, profundo e forte- predestinação dos bons filhos!... Sempre no tom/dom harmônico e celeste de ternura. E a poesia ganha sua pompa maior, com a doçura da vida, resultando de uma alma rara, compassiva e translúcida, da alma serena que brilha poesia porque se volta para o Alto. | |||
Por fim, o zeloso poeta Antonio Carlos Machado, sob vivência, debulha poesia pelo baque emocional, salpicando amor e o “Idioma do Sentir” em muitos dos seus poemas. | |||
Felizes, pois, aqueles que trazem, queremos dizer, VIVEM com aquela estrela tranquila no coração!...Por certo há de se compreender a Voz Divina do dito Idioma, tão bem explicado/implícito... Incrustrado mesmo! Na poética de Antonio Carlos Machado, com os arpejos que se ouvem/sentem no reino colorido onde jamais se achega o mal. | |||
== Índice == | |||
*ALGUMAS OPINIÕES SOBRE SAFRA AMARGA 7 | |||
* SUMÁRIO 9 | |||
* PÂNTANO FLORIDO 11 | |||
* RONDÓ Nº 1 13 | |||
* REFLEZOS NO TEMPO RECLUSO14 | |||
* RAÍZES NÃO EXPLICADAS16 | |||
* JANELAS ABERTAS18 | |||
* INSCRIÇÃO EM FRAGMENTOS 21 | |||
* À MARGEM DOS DIAS 22 | |||
* ASPIRAÇÃO SEM SEGREDOS 24 | |||
* MATER DOLOROSA 25 | |||
* ESPIRAL CÉGA NA ÓRBITA DO ESPANTO 26 | |||
* NO BAR 27 | |||
* COMPUNÇÃO RESSURRECTA 29 | |||
* TÚRGIDA REALIDADE 30 | |||
* EXPANSÃO CONSTRUÍDA 31 | |||
* MENINA, MENINA! 33 | |||
* PLUMAS AO VENTO 35 | |||
* INSTANTE INEXTINGUÍVEL 36 | |||
* EM DEMANDA DA HARMONIA 37 | |||
* BALBÚCIO CONSTRANGIDO 38 | |||
* DEFINIÇÃO DESDOBRADA 39 | |||
* ANGÚSTIA OBSCURA 40 | |||
* ASPEREZA COMPLETA 41 | |||
* VELHA CARRETA 42 | |||
* LAMENTOS NO MONOCÓRDIO 43 | |||
* CICIO NA PENUMBRA 45 | |||
* MURMÚRIO INÚTIL 46 | |||
* ESSÊNCIA ILUMINADA 48 | |||
* RONDÓ Nº 2 50 | |||
* CÁLIDO REGISTRO 51 | |||
* NUDEZAS SEM BIOMBOS 52 | |||
* SONÂNCIAS EFÊMERAS 53 | |||
* PARADOXO 54 | |||
* CONFIDÊNCIAS HESITANTES 55 | |||
* DÚVIDA SUBMERSA 56 | |||
* RUMOREJO NA SOMBRA 57 | |||
* DESESPERO FLAGRANTE 58 | |||
* MINUTO INEXORÁVEL 60 | |||
* FRÊMITO CONVULSO 61 | |||
* DESALENTO 64 | |||
* MANHÃ IMPROPÍCIA 65 | |||
* EVIDÊNCIA ENVOLVENTE 67 | |||
* PRANTO IMPERFEITO 68 | |||
* CASAMENTO 70 | |||
* CAULES NA AMPLIDÃO 71 | |||
* MOMENTO TORMENTOSO 72 | |||
* ESPESSO SENTIR 75 | |||
* NA RUA 76 | |||
* CANTO INSTRANSFERÍVEL 77 | |||
* ASILO 79 | |||
* PALPITAÇÕES COMPULSIVAS 80 | |||
* APELO NECESSÁRIO 82 | |||
* NA LANGUIDEZ DA TARDE 83 | |||
* ALGIDEZ PERTURBADORA 84 | |||
* TRILHA INEVITÁVEL 85 | |||
* DIANTE DO VAZIO INOMINÁVEL 86 | |||
* CONSTÂNCIA LANCINANTE 87 | |||
* IMPULSO URGNTE EM RITMO EXATO 88 | |||
* HORA CONTURBADA 89 | |||
* SOLFEJO SOBREJACENTE 90 | |||
* VIGÍLIA NA MADRUGADA 91 | |||
* NO SILÊNCIO DA NOITE 92 | |||
* SEPTETOS EM DÓ MAIOR 94 | |||
* DUALISMO ESTRANHO 95 | |||
* MONDADURAS NO EITO 96 | |||
* EU E TU 97 | |||
* EXASPERO IMPROFÍCUO 98 | |||
* CLARIDADE AUTÊNTICA 99 | |||
* VERDADE CONCRETA100 | |||
* VERBO EXPLÍCITO 101 | |||
* MEDITAÇÃO CONCENTRADA 102 | |||
== Conteúdos relacionados == | == Conteúdos relacionados == | ||
[[File:Convite Crepúsculo Vazio e outros.jpg|left|thumb|150x150px]] | [[File:Convite Crepúsculo Vazio e outros.jpg|left|thumb|150x150px]] |
Latest revision as of 09:48, 25 January 2022
Pântano Florido | |
---|---|
Descrição da obra | |
Autor | Antônio Carlos Machado |
Título | Pântano Florido |
Subtítulo | redondilhas |
Assunto | Poesia |
Formato | E-book (formato PDF) |
Editora | Projeto Passo Fundo |
Publicação | 2012 |
Páginas | 106 |
ISBN | 978-85-64997-45-5 |
Impresso | Formato 15 x 21 cm |
Editora | P. Berthier |
Publicação | 1983 |
Pântano Florido: redondilhas Só poderia surgir de um “pântano” a moldura das flores (findando com todo o pântano?). Na verdade, como disse Kafka, “a missão do poeta é profetizar”, e nos sente Antonio Carlos Machado na poesia “Pântano Florido”: “De arestas coberto/ O solo tem fome/ De seiva e resinas!/ Aqui no deserto/ A relva já some/ Não colho boninas/ Os sóis dardejantes/ Têm Crepúsculo Vazio – Antônio Carlos Machado 10 setas ferinas!/ Afagos não sinto/ E amenas campinas/ Distantes pressinto!”.
Apresentação
(NOVAS REDONDILHAS E VERSOS CRIOULOS), por Helando Marques de Souza - Letras Fluminenses, Niterói, Nov./Dez. de 1983.
A Propósito de “Safra Amarga” e “Pântano Florido” de ANTONIO CARLOS MACHADO.
O inclito Advogado, Jornalista e Escritor, nascido em Santiago/RGS vem “matar” as saudades do Rio de Janeiro, onde esteve exercendo variadas atividades na imprensa, e nos deixa presente em forma de poesia, ora plantada num “Pântano” que se nos desabrocha em flores, ora fluindo de uma “Safra” carregada de dor. Todavia, aqui, consola o “amigo”, e ainda o conforta pelo sofrimento que o próprio autor carrega: “Tão pesada carga / E o triste que sou! – esse, o primeiro “passo” que Antonio Carlos Machado nos deixa, afirmando adiante ser o que lhe restou.
Porém, percebemos que não é à toa que morremos e renascemos na poesia de Antonio Carlos, expressiva amostra do brilho alcançado pela arte do poetar, onde VIVEMOS a “Estiagem”, onde juntos choramos a “Litania Outonal” que se prolonga nas “Noites Mansas” (“O Choro de bandolim/Nunca chorava sozinho...”). Assim, parece-nos que mais uma vez é corretiva, perscruta o mistério humano, numa desesperada reflexão existencial, em “Sinais dos Tempos”: “Puros oxigênios / Já são raros no ar / Que divinos gênios / Nos podem salvar?”... E eis a reforma íntima, o equilíbrio, enfim a harmonia que tanto sentimos ao longo da poética de Antonio Carlos Machado, já quase pontuando com todo amor contido nos versos e no entreverso, onde uma espécie de luz cósmica faz do homem um iluminado: “Contemplo a luz de Belém / E se hinos ergo ao céu / Dos anjos ouço o amém...” (“Sonetilho Místico”) – esse, o fruto do autoartesanato no livro SAFRA AMARGA.
Dessa forma, em todo contexto, tanto musicalizado! Só poderia surgir de um “pântano” a moldura das flores (findando com todo o pântano?). Na verdade, como disse Kafka, “a missão do poeta é profetizar”, e nos sente Antonio Carlos Machado na poesia “Pântano Florido”: “De arestas coberto/ O solo tem fome/ De seiva e resinas!/ Aqui no deserto/ A relva já some/ Não colho boninas/ Os sóis dardejantes/ Têm Crepúsculo Vazio – Antônio Carlos Machado 10 setas ferinas!/ Afagos não sinto/ E amenas campinas/ Distantes pressinto!”.
E verdadeiro soprar de emoções vão nos levando, página por página... “Instantes Inextinguível”, “Evidência Envolvente”, todas as poesias enfim encerrando ora uma reflexão ora uma clarificação, onde empatizados com o poeta, nos deleitamos com a realidade profunda que parece devir de uma estrela dentro de seu coração, a claridade de sua vida e de seu sonho... Do amplo coração sempre aberto, da urna de bondade e ternura de que brota fonte tanto radiosa!
Isso explica os enfoques verbais que desenham o Sul em tantas outras obras de Antonio Carlos Machado. E por quê? Pelo lado místico/amorável daquela estrela com que foi marcado desde seus primeiros passos literários. Assim, fala à terra natal com sentimento puro, profundo e forte- predestinação dos bons filhos!... Sempre no tom/dom harmônico e celeste de ternura. E a poesia ganha sua pompa maior, com a doçura da vida, resultando de uma alma rara, compassiva e translúcida, da alma serena que brilha poesia porque se volta para o Alto.
Por fim, o zeloso poeta Antonio Carlos Machado, sob vivência, debulha poesia pelo baque emocional, salpicando amor e o “Idioma do Sentir” em muitos dos seus poemas.
Felizes, pois, aqueles que trazem, queremos dizer, VIVEM com aquela estrela tranquila no coração!...Por certo há de se compreender a Voz Divina do dito Idioma, tão bem explicado/implícito... Incrustrado mesmo! Na poética de Antonio Carlos Machado, com os arpejos que se ouvem/sentem no reino colorido onde jamais se achega o mal.
Índice
- ALGUMAS OPINIÕES SOBRE SAFRA AMARGA 7
- SUMÁRIO 9
- PÂNTANO FLORIDO 11
- RONDÓ Nº 1 13
- REFLEZOS NO TEMPO RECLUSO14
- RAÍZES NÃO EXPLICADAS16
- JANELAS ABERTAS18
- INSCRIÇÃO EM FRAGMENTOS 21
- À MARGEM DOS DIAS 22
- ASPIRAÇÃO SEM SEGREDOS 24
- MATER DOLOROSA 25
- ESPIRAL CÉGA NA ÓRBITA DO ESPANTO 26
- NO BAR 27
- COMPUNÇÃO RESSURRECTA 29
- TÚRGIDA REALIDADE 30
- EXPANSÃO CONSTRUÍDA 31
- MENINA, MENINA! 33
- PLUMAS AO VENTO 35
- INSTANTE INEXTINGUÍVEL 36
- EM DEMANDA DA HARMONIA 37
- BALBÚCIO CONSTRANGIDO 38
- DEFINIÇÃO DESDOBRADA 39
- ANGÚSTIA OBSCURA 40
- ASPEREZA COMPLETA 41
- VELHA CARRETA 42
- LAMENTOS NO MONOCÓRDIO 43
- CICIO NA PENUMBRA 45
- MURMÚRIO INÚTIL 46
- ESSÊNCIA ILUMINADA 48
- RONDÓ Nº 2 50
- CÁLIDO REGISTRO 51
- NUDEZAS SEM BIOMBOS 52
- SONÂNCIAS EFÊMERAS 53
- PARADOXO 54
- CONFIDÊNCIAS HESITANTES 55
- DÚVIDA SUBMERSA 56
- RUMOREJO NA SOMBRA 57
- DESESPERO FLAGRANTE 58
- MINUTO INEXORÁVEL 60
- FRÊMITO CONVULSO 61
- DESALENTO 64
- MANHÃ IMPROPÍCIA 65
- EVIDÊNCIA ENVOLVENTE 67
- PRANTO IMPERFEITO 68
- CASAMENTO 70
- CAULES NA AMPLIDÃO 71
- MOMENTO TORMENTOSO 72
- ESPESSO SENTIR 75
- NA RUA 76
- CANTO INSTRANSFERÍVEL 77
- ASILO 79
- PALPITAÇÕES COMPULSIVAS 80
- APELO NECESSÁRIO 82
- NA LANGUIDEZ DA TARDE 83
- ALGIDEZ PERTURBADORA 84
- TRILHA INEVITÁVEL 85
- DIANTE DO VAZIO INOMINÁVEL 86
- CONSTÂNCIA LANCINANTE 87
- IMPULSO URGNTE EM RITMO EXATO 88
- HORA CONTURBADA 89
- SOLFEJO SOBREJACENTE 90
- VIGÍLIA NA MADRUGADA 91
- NO SILÊNCIO DA NOITE 92
- SEPTETOS EM DÓ MAIOR 94
- DUALISMO ESTRANHO 95
- MONDADURAS NO EITO 96
- EU E TU 97
- EXASPERO IMPROFÍCUO 98
- CLARIDADE AUTÊNTICA 99
- VERDADE CONCRETA100
- VERBO EXPLÍCITO 101
- MEDITAÇÃO CONCENTRADA 102
Conteúdos relacionados
- Lançado na 27ª Feira do Livro de Passo Fundo ocorrida de 01 a 10 de novembro de 2013.
Referências