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'''18 de junho: palestra''' Palavras proferidas no auditorium "Tasso Corrêa" do Instituto de Belas Artes de Pôrto Alegre, na noite de 18 de junho de 1948.


|Formato
Palestra sobre a Sociedade Partenon Literário


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== Apresentação ==
Primeira página, pelo Autor


|Editora
A solenidade que as entidades culturais do Estado promoveram para 0 80º aniversário de fundação da "SOCIEDADE PARTHENON LlTERÁRIO" não é somente um ato de homenagem e um preito de reconhecimento aos seus homens e às suas realizações. E', além disso, o resgate parcial de uma dívida. Podem estar certos que essa dívida é da mais alta significação para o Rio Grande.


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Não pretendemos realizar uma conferência, no sentido exato da palavra. Esperamos simplesmente proferir uma rápida palestra que terá alcançado a sua finalidade se contribuir para uma maior divulgação fatos e da "SOCIEDADE PARTHENON LITERÁRIO", organização modelar no gênero, afinada, em nome dos mais altos ideais, com o espiritualismo caracterizante do Século das Luzes, o século de Napoleão e de Victor Hugo.


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Já é sediço dizer-se que vivemos numa época eminentemente dispersiva. Ao simples bom senso é evidente que o fato nada tem de singular, dado o caráter utilitário da civilização contemporânea. O que nos interessa aqui, no entretanto, não é falar do pragmatismo moderno, fenômeno já dissecado por Wil Durant. Também em que os tempos atuais se diferenciam dos tempos idos não é agora o caso de discutir. Quasi cem anos atrás, Adam Smith, o solitário de Kirkcaldy, investigando a posição do indivíduo em face da coletividade, reconhecia a preposição agostiniana de que a parte e o todo são, de certo modo, urna mesma cousa.


|Publicação
E realmente. É bem de ver-se que o homem, por mais individualista que seja por princípio ou por temperamento, não pode se subtrair totalmente à influência do meio social. Há, sempre, um mínimo de interêsses correlatos e de aspirações homogêneas a argamassar as relações inter-individuais e a projetar-se, como fator de coesão, no torvelinho dos episódios cotidianos.
 
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'''18 de junho: palestra'''
Acresce que as fôrças materiais, como pondera Leon Say, não são as únicas a concorrer para o progresso, por que há uma outra fôrça que se chama a humana, confundindo-se com a alma e a inteligência do homem. Felizes os individuos ou as coletividades que podem na agitação febril do momento presente efetuar a pausa que lhes faculte o exame das grandes realizações do espírito.
 
== Apresentação ==


== Índice ==
== Índice ==

Latest revision as of 22:46, 22 January 2022

18 de junho
Descrição da obra
Autor Antônio Carlos Machado
Título 18 de junho
Subtítulo palestra
Assunto Conferências
Formato Digitalizado (formato PDF)
Editora Livraria do Globo
Publicação 1948
Páginas 12
ISBN N/I

18 de junho: palestra Palavras proferidas no auditorium "Tasso Corrêa" do Instituto de Belas Artes de Pôrto Alegre, na noite de 18 de junho de 1948.

Palestra sobre a Sociedade Partenon Literário

Apresentação

Primeira página, pelo Autor

A solenidade que as entidades culturais do Estado promoveram para 0 80º aniversário de fundação da "SOCIEDADE PARTHENON LlTERÁRIO" não é somente um ato de homenagem e um preito de reconhecimento aos seus homens e às suas realizações. E', além disso, o resgate parcial de uma dívida. Podem estar certos que essa dívida é da mais alta significação para o Rio Grande.

Não pretendemos realizar uma conferência, no sentido exato da palavra. Esperamos simplesmente proferir uma rápida palestra que terá alcançado a sua finalidade se contribuir para uma maior divulgação fatos e da "SOCIEDADE PARTHENON LITERÁRIO", organização modelar no gênero, afinada, em nome dos mais altos ideais, com o espiritualismo caracterizante do Século das Luzes, o século de Napoleão e de Victor Hugo.

Já é sediço dizer-se que vivemos numa época eminentemente dispersiva. Ao simples bom senso é evidente que o fato nada tem de singular, dado o caráter utilitário da civilização contemporânea. O que nos interessa aqui, no entretanto, não é falar do pragmatismo moderno, fenômeno já dissecado por Wil Durant. Também em que os tempos atuais se diferenciam dos tempos idos não é agora o caso de discutir. Quasi cem anos atrás, Adam Smith, o solitário de Kirkcaldy, investigando a posição do indivíduo em face da coletividade, reconhecia a preposição agostiniana de que a parte e o todo são, de certo modo, urna mesma cousa.

E realmente. É bem de ver-se que o homem, por mais individualista que seja por princípio ou por temperamento, não pode se subtrair totalmente à influência do meio social. Há, sempre, um mínimo de interêsses correlatos e de aspirações homogêneas a argamassar as relações inter-individuais e a projetar-se, como fator de coesão, no torvelinho dos episódios cotidianos.

Acresce que as fôrças materiais, como pondera Leon Say, não são as únicas a concorrer para o progresso, por que há uma outra fôrça que se chama a humana, confundindo-se com a alma e a inteligência do homem. Felizes os individuos ou as coletividades que podem na agitação febril do momento presente efetuar a pausa que lhes faculte o exame das grandes realizações do espírito.

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