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|-
! colspan="2" style="text-align:center;" |Titulo
|- align="center"
| colspan="2" |Capa
|-
| colspan="2" style="text-align:center;"|'''Descrição da obra'''
|-
|Autor
|[[Agostinho Both]]
|-
|Título
|Pequenos seres da terra
|-
|Assunto
|Romance
|-
|Formato
|E-book (formato PDF)
|-
|Editora
|Projeto  Passo Fundo
|-
|Data da  publicação
|2014
|-
|Número  de páginas
|166
|-
|ISBN
|978-85-8326-102-5
|-
|Formato
|Papel 15  x 21 cm
|-
|Editora
|IMED
|-
|Local
|Passo  Fundo / RS
|-
|Data da  publicação
|2009
|-
|Número  de páginas
|151
|-
|ISBN
|978-85-99924-21-1
|}
]]
'''Pequenos seres da terra''' "Estamos diante de um livro, na verdade estamos dentro de pequenas impressões, finas como um cabelo e que, uma vez desfeitas na nossa mente, não sabemos aonde elas nos podem conduzir. E num belo dia – nada mais, nada menos -, saltam para fora da memória, como se acabassem de ser recebidas.
Só que, por efeito desse período de gestação profunda, alimentada ao calor do sangue e das aquisições da experiência temperada com cálcio, ferro e nitratos, elas aparecem já no estado adulto e prontas a procriar. Porque as memórias procriam como se fossem pessoas vivas. No livro, Agostinho Both fornece vida, energia, ás pequenas comunidades de origem alemã, com suas sagas, crenças, culturas e tradições. Na nossa frente, descortina a resistência de uma mulher que tem fé, família e um fiapo de vida no qual se agarrar."
Livro escrito por Agostinho Both, publicado em 2009
== Apresentação ==
''da Apresentação, por [[Eládio Vilmar Weschenfelder]]''
Li ''Pequenos Seres da Terra'' por duas vezes. Na vez primeira, como um leitor comum, deixei-me levar pelo destino desconhecido da nova viagem, onde tudo era desconhecido: histórias, personagens, paisagem, tempo, enfim, fruição; na segunda leitura, procurei ser mais depurador, filtrando pequenos ruídos, observando detalhes, como a presença de figurações, ficcionalidade, linguagem e outras, de forma a buscar elementos que sustentam ser o texto de cunho literário.
Drummond, nosso poeta maior, em seu livro de poemas erótico e póstumo ''Corpo,'' escreveu que “O problema não é inventar. É ser inventado hora após hora e nunca ficar pronta nossa edição convincente”, pois mudamos o tempo todo como o rio muda de águas.
A saga da migração alemão no Rio Grande do Sul, a história do casal Tachlieber e do vigário Lassberg, remete, em parte, à ''Odisséia'', de Homero; à mulher Cristo, Jacobina Maurer, de ''Os Mucker;  ao casal'' Catarina e Daniel Abrahão, personagens do romance ''A Ferro e Fogo'': tempo de solidão, de Josué Guimarães, com a diferença de que a história de Agostinho Both é centrada no microcosmo ficcional denominado Linha Divisa (fronteira noroeste do RS e  divisa com a Argentina) nas novas colônias, ao passo que as outras se desenrolam nas colônias velhas, região de São Leopoldo.
O que se percebe no texto de Both é o mais alto grau de intertextualidade implícita e explícita, o que denota que o autor, em primeiro lugar, é um profundo leitor dos textos clássicos religiosos e literários gregos, latinos e, sobretudo, do brasileiro Machado de Assis.   Falei da intertextualidade explícita quando cita o livro ''As melhores histórias da mitologia nórdica,'' onde o autor foi buscar a matéria-prima para composição de sua obra.  Quanto à intertextualidade implícita, o leitor perceberá que no texto, com nova roupagem, é fácil perceber a lenda de Caim de Abel, os romances ''Esaú e Jacó'', ''Brás Cubas (''emplastro'')'' e ''Memorial de Aires'', de Machado de Assis, dentre outros tantos, além de traços da Psicologia, Economia, Administração, Mitologia, Filosofia. Ciências e Religião que se transfiguram especialmente nas personagens Ludi, Pe Lassberg e Fritz em seus diálogos antitéticos.
A narrativa de Both é construída sob o pilar da família e de suas eternas contradições. Na linha dos tempos – 1912, 1937, 1970, 1990... – e dos lugares – entre Tannerwald e Divisa –, o narrador apresenta as múltiplas narrativas que vão desde as histórias contadas pelo avô, carta, diálogos questionadores entre Ludi e Fritz, até as experiências oníricas de Ludi com elfos, anões, faunos e deuses antigos.
Com certeza, o autor, a exemplo de Machado de Assis, sabe muito bem que a literatura nasce da literatura. Nada há inocência. Que no diálogo entre o antigo e o novo é que se poderão encontrar alguns “testemunhos, vagas lembranças e de que a ausência é apenas material”. Nesta perspectiva, Machado de Assis escreveu: “Nem tudo tinham os antigos, nem tudo têm os modernos; com os haveres de uns e de outros é que se enriquece o pecúlio comum”.   Quanto às ideias, o bruxo do Cosme Velho, também ensinou: “As próprias ideias nem sempre conservam o nome do pai: muitas aparecem órfãs, nascidas de nada e de ninguém. Cada um pega delas, verte-as como pode, e vai levá-las à feira, onde todos as têm como suas”.
Tudo tem seu tempo, como diria Carlos Drummond de Andrade, “tempo de absoluta depuração”, sendo que “lutar com as palavras é a luta mais vã, entanto lutamos mal rompe a manhã. Ludi batalhava e não estava cega, vivendo intensamente seus três tempos: tempo da geração dos filhos, tempo dos delírios e tempo de poesia. Passando pela experiência da dor, a matriarca trazia tudo em seu peito, sendo que a ausência de Godofredo era apenas física. O sino sonoro se metamorfoseou em palavras e nada havia se perdido. Como Sherazade, Ludi conta histórias, salvando a si, a Godofedo, a Fritz, a comunidade e a memória. Ludi sabe “de todas as coisas, a mais bonita é o homem e a mulher” na medida das histórias que vivenciam e narram.
== Conteúdos relacionados ==
[[Category:Livros]]
[[Category:Editados por Projeto Passo Fundo]]
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Titulo
Capa
Descrição da obra
Autor Agostinho Both
Título Pequenos seres da terra
Assunto Romance
Formato E-book (formato PDF)
Editora Projeto Passo Fundo
Data da publicação 2014
Número de páginas 166
ISBN 978-85-8326-102-5
Formato Papel 15 x 21 cm
Editora IMED
Local Passo Fundo / RS
Data da publicação 2009
Número de páginas 151
ISBN 978-85-99924-21-1

]] Pequenos seres da terra "Estamos diante de um livro, na verdade estamos dentro de pequenas impressões, finas como um cabelo e que, uma vez desfeitas na nossa mente, não sabemos aonde elas nos podem conduzir. E num belo dia – nada mais, nada menos -, saltam para fora da memória, como se acabassem de ser recebidas.

Só que, por efeito desse período de gestação profunda, alimentada ao calor do sangue e das aquisições da experiência temperada com cálcio, ferro e nitratos, elas aparecem já no estado adulto e prontas a procriar. Porque as memórias procriam como se fossem pessoas vivas. No livro, Agostinho Both fornece vida, energia, ás pequenas comunidades de origem alemã, com suas sagas, crenças, culturas e tradições. Na nossa frente, descortina a resistência de uma mulher que tem fé, família e um fiapo de vida no qual se agarrar."

Livro escrito por Agostinho Both, publicado em 2009

Apresentação

da Apresentação, por Eládio Vilmar Weschenfelder

Li Pequenos Seres da Terra por duas vezes. Na vez primeira, como um leitor comum, deixei-me levar pelo destino desconhecido da nova viagem, onde tudo era desconhecido: histórias, personagens, paisagem, tempo, enfim, fruição; na segunda leitura, procurei ser mais depurador, filtrando pequenos ruídos, observando detalhes, como a presença de figurações, ficcionalidade, linguagem e outras, de forma a buscar elementos que sustentam ser o texto de cunho literário.

Drummond, nosso poeta maior, em seu livro de poemas erótico e póstumo Corpo, escreveu que “O problema não é inventar. É ser inventado hora após hora e nunca ficar pronta nossa edição convincente”, pois mudamos o tempo todo como o rio muda de águas.

A saga da migração alemão no Rio Grande do Sul, a história do casal Tachlieber e do vigário Lassberg, remete, em parte, à Odisséia, de Homero; à mulher Cristo, Jacobina Maurer, de Os Mucker;  ao casal Catarina e Daniel Abrahão, personagens do romance A Ferro e Fogo: tempo de solidão, de Josué Guimarães, com a diferença de que a história de Agostinho Both é centrada no microcosmo ficcional denominado Linha Divisa (fronteira noroeste do RS e  divisa com a Argentina) nas novas colônias, ao passo que as outras se desenrolam nas colônias velhas, região de São Leopoldo.

O que se percebe no texto de Both é o mais alto grau de intertextualidade implícita e explícita, o que denota que o autor, em primeiro lugar, é um profundo leitor dos textos clássicos religiosos e literários gregos, latinos e, sobretudo, do brasileiro Machado de Assis.   Falei da intertextualidade explícita quando cita o livro As melhores histórias da mitologia nórdica, onde o autor foi buscar a matéria-prima para composição de sua obra.  Quanto à intertextualidade implícita, o leitor perceberá que no texto, com nova roupagem, é fácil perceber a lenda de Caim de Abel, os romances Esaú e Jacó, Brás Cubas (emplastro) e Memorial de Aires, de Machado de Assis, dentre outros tantos, além de traços da Psicologia, Economia, Administração, Mitologia, Filosofia. Ciências e Religião que se transfiguram especialmente nas personagens Ludi, Pe Lassberg e Fritz em seus diálogos antitéticos.

A narrativa de Both é construída sob o pilar da família e de suas eternas contradições. Na linha dos tempos – 1912, 1937, 1970, 1990... – e dos lugares – entre Tannerwald e Divisa –, o narrador apresenta as múltiplas narrativas que vão desde as histórias contadas pelo avô, carta, diálogos questionadores entre Ludi e Fritz, até as experiências oníricas de Ludi com elfos, anões, faunos e deuses antigos.

Com certeza, o autor, a exemplo de Machado de Assis, sabe muito bem que a literatura nasce da literatura. Nada há inocência. Que no diálogo entre o antigo e o novo é que se poderão encontrar alguns “testemunhos, vagas lembranças e de que a ausência é apenas material”. Nesta perspectiva, Machado de Assis escreveu: “Nem tudo tinham os antigos, nem tudo têm os modernos; com os haveres de uns e de outros é que se enriquece o pecúlio comum”.   Quanto às ideias, o bruxo do Cosme Velho, também ensinou: “As próprias ideias nem sempre conservam o nome do pai: muitas aparecem órfãs, nascidas de nada e de ninguém. Cada um pega delas, verte-as como pode, e vai levá-las à feira, onde todos as têm como suas”.

Tudo tem seu tempo, como diria Carlos Drummond de Andrade, “tempo de absoluta depuração”, sendo que “lutar com as palavras é a luta mais vã, entanto lutamos mal rompe a manhã. Ludi batalhava e não estava cega, vivendo intensamente seus três tempos: tempo da geração dos filhos, tempo dos delírios e tempo de poesia. Passando pela experiência da dor, a matriarca trazia tudo em seu peito, sendo que a ausência de Godofredo era apenas física. O sino sonoro se metamorfoseou em palavras e nada havia se perdido. Como Sherazade, Ludi conta histórias, salvando a si, a Godofedo, a Fritz, a comunidade e a memória. Ludi sabe “de todas as coisas, a mais bonita é o homem e a mulher” na medida das histórias que vivenciam e narram.

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